Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2017-12-26
Resumo
A Organização Mundial de Saúde entende que a qualidade de vida pode ser definida como a percepção que o indivíduo possui de sua posição na vida, em diversos contextos, dentre eles o da cultura, valores e relações com as suas metas, expectativas e responsabilidades. Nesse sentido, o sujeito pode ser compreendido como o protagonista de sua própria avaliação de qualidade de vida e pensando nessa realidade, a dança circular é uma estratégia que proporciona essa autoavaliação. Além disso, contribuem no favorecimento de atividade física, relaxamento, convívio social, concentração e autopercepção, promovendo o bem-estar. A dança circular é conduzida por um focalizador, no qual seu papel é estimular a interação e realização dos passos coletivamente, independente do ritmo da música, sendo ela regional, meditativa ou contemporânea. Com isso, objetiva-se relatar a experiência da prática de dança circular com os usuários de uma Unidade Básica de Saúde. Trata-se de um relato de experiência vivenciado em uma UBS do Distrito Sul de Natal/RN envolvendo discentes de graduação em enfermagem pela mediação do referencial teórico sobre a temática. A dança circular proporciona mais do que um simples exercício físico ou coreografias, mas também a possibilidade de aprender sobre outras culturas, autoconhecimento, liberdade, sensibilidade, prazer, emoção e espiritualidade. Além disso, essa prática coletiva feita em roda, onde os integrantes dão as mãos, se olham e se tocam, estimula a aceitação e respeito às diversidades, promovendo afeto e reflexões que perpassam o individual, promovendo a sociabilidade. Podem-se observar as vantagens advindas das práticas realizadas pelos usuários da Unidade Básica, como diminuição da ansiedade, maior adesão e convívio social com momentos de confraternização e motivação, favorecendo a criação de vínculos e ao exercício das identidades dos sujeitos sociais envolvidos no processo. Foi constatado que a dança circular visa atingir algo além do olhar biomédico, pois considera aspectos psicológicos, sociais e culturais que também são necessários para a promoção de saúde, podendo ser realizada em qualquer espaço de convivência, com o mais variado público. O aprendizado para os alunos significou acima de tudo a ampliação da visão sobre as formas de cuidado em saúde e a atuação dos enfermeiros nesses processos e que pra isso, faz-se necessário inicialmente, uma abertura para a incorporação dessas práticas no processo de trabalho do enfermeiro, assim como a constatação da necessidade de aprofundamento teórico-prático para o seu desenvolvimento com qualidade e responsabilidade técnico-científica e ético-política. Foi constatado também que a orientação madura de docentes e enfermeiros dos serviços, possibilitando o contato e a vivência dos alunos com essas práticas é fundamental para a incorporação futura das mesmas por parte dos futuros enfermeiros.