O Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde/Graduasus 2016-2017 contempla projetos que fortaleçam o movimento de mudança da formação de graduação em saúde, articulando ensino, pesquisa e extensão com os projetos do Ministério da Saúde e Ministério da Educação e/ou outros projetos de âmbito local ou regional.

O projeto disponibilizou os cursos de Enfermagem, Fisioterapia, Educação Física e Medicina da UFAM. O objetivo era que os alunos trabalhassem em conjunto, de forma integrada e interdisciplinar na qualificação dos processos de integração ensino-serviço-comunidade de forma articulada entre o Sistema Único de Saúde e as instituições de ensino.

Os alunos foram inseridos em grupos multidisciplinares dentro de Unidades Básicas de Saúde nas Zonas Norte e Leste de Manaus. O presente relato tem como objetivo expor as experiências de uma aluna da Fisioterapia inserida em um grupo de trabalho da UBSF N20, referente a UBS Armando Mendes, na Zona Norte.

A UBSF N20 conta com um grupo de trabalho constituído por um médico, uma enfermeira, duas técnicas de enfermagem e sete agentes de saúde, e cada um pôde contribuir com a interação da acadêmica na equipe. Foi possível fazer parte da equipe vivenciando os seguintes serviços: acolhimento; Programa de Saúde na Escola; programa de atendimento a pacientes com Diabetes e Hipertensão; Programa de Atendimento a Gestante; Programa de Saúde da Mulher; e visitas domiciliares.

A primeira atividade realizada no projeto foi a chamada de “Alinhamento Conceitual”, onde os acadêmicos apresentaram suas respectivas profissões, suas capacitações e limites dentro de um trabalho integrado proporcionando melhor entendimento do que seria necessário para haver interdisciplinaridade e multiprofissionalismo. A partir daí, os alunos foram divididos entre as UBSFs para fazer um Diagnóstico Situacional de cada uma com o objetivo de identificar as forças e as fraquezas das unidades e traçar um plano de trabalho. Feito o diagnostico, era hora de conhecer detalhadamente os serviços ofertados pelas unidades. Cada serviço foi vivenciado por cada acadêmico de forma individual ou em dupla com o acompanhamento do preceptor enfermeiro, realizando palestras, rodas de conversa e acompanhando as consultas clínicas e domiciliares.

A realização dessas atividades, a interação com a equipe, e o acompanhamento das consultas com os profissionais pôde mostrar, para uma acadêmica de Fisioterapia, a ampla área de atuação dada pela Atenção Básica, bem como a extrema necessidade de um maior numero de profissionais capacitados ainda na formação. Na percepção da acadêmica, a graduação falha em mostrar a realidade que o projeto, em vivência, mostrou pois nem mesmo o trabalho com outros profissionais, ou a interdisciplinaridade, é prioridade dentro da formação mas sim a criação de um profissional individualizado.

O contato com o ambiente profissional, os desafios encontrados em campo e as atividades propostas e desenvolvidas pelos estudantes tem trazido resultados satisfatórios para servidores, usuários e universidade. Além disso, o projeto destaca uma atuação baseada no cuidado humanizado e pautada na constante reflexão acerca da postura e das potencialidades de cada trabalhador inserido no campo da Saúde Coletiva.