Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE DO HOSPITAL REGIONAL DE COARI ACERCA DA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS
Hyana Kamila Ferreira de Oliveira, Taianny Gleicy de Souza Assis, Joicyana Camila da Silva Araújo, Patrícia dos Santos Guimarães, Firmina Hermelinda Saldanha Albuquerque, Brenner Kássio Ferreira de Oliveira, Maxwell Arouca da Silva, Maria Solange Nogueira dos Santos

Última alteração: 2017-12-18

Resumo


Apresentação: Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) também conhecida como infeção hospitalar, ocorrem em todo o mundo afetando tanto países desenvolvidos quanto países em desenvolvimento, estima-se que 1,4 milhões de pessoas no mundo sofrem de complicações relacionadas às IRAS. Denomina-se infecção hospitalar aquela contraída após admissão do paciente no hospital e cuja manifestação pode ter ocorrido durante a internação ou após a alta, podendo ter relação com a hospitalização ou com procedimentos hospitalares. Hábitos de higiene simples contribuem para a prevenção de doenças, promoção da saúde, bem-estar e segurança do profissional de saúde e pacientes. No âmbito hospitalar, as mãos estabelecem o principal meio de contato com os pacientes, em contrapartida, as mãos são reservatórios e veículos de transmissão de microrganismos diversos. As mãos dos profissionais de saúde representam um dos principais mecanismos de transmissão das infecções hospitalares. Isso porque, os profissionais de saúde desempenham funções de contato direto com os pacientes, além de manipular equipamentos, instrumentais e medicações. A Higienização das Mãos (HM) é muito mais rentável e simples para prevenir estas infecções. Embora haja esforços para aumentar o nível de adesão dos profissionais de saúde à HM, nota-se que esta prática ainda não se encontra totalmente incorporada às rotinas de trabalho nos setores de saúde, fato que propicia a transmissão de microrganismos e expõe os profissionais de enfermagem ao risco biológico. O objetivo do estudo  é avaliar o conhecimento dos profissionais de saúde quanto ao ato de higienização das mãos no Hospital Regional de Coari-AM (HRC) Dr. Odair Carlos Geraldo. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo-exploratório, transversal com abordagem quantitativa. Participaram da pesquisa 51 profissionais de saúde do HRC, sendo eles: Enfermeiros, Fisioterapeutas, Técnicos de Enfermagem e Auxiliares de enfermagem. O estudo foi realizado no Hospital Regional de Coari-AM, Dr. Odair Carlos Geraldo, o HRC dispõe de 173 funcionários e conta com 80 leitos distribuídos em suas clínicas: Médica, Cirúrgica, Pediátrica, ALCON (Alojamento Conjunto), Centro Cirúrgico, Pronto Socorro e Pré-parto.  A coleta de dados foi antecedida de sessões educativas acerca da temática de higienização das mãos  numa abordagem dialógica e de discussão com pequenos grupos, com duração de vinte minutos, cada sessão era realizada nas clínicas do HRC no período diurno e noturno, em que foi possível identificar o nível de conhecimento prévio dos participantes acerca da temática seguida da aplicação do formulário - Teste de conhecimento a respeito da higienização das mãos para profissionais de saúde, onde foi dado destaque para a técnica de HM (passo a passo e duração do procedimento) e para os momentos em que o procedimento deve ser realizado, além de oportunizar o esclarecimento das dúvidas. Foram os critérios de inclusão da pesquisa: profissionais de saúde que estão ligados diretamente a assistência dos pacientes do HRC maiores de 18 anos; profissionais que estiveram desenvolvendo atividades no momento da observação; profissional que aceitaram assinar o Termo de consentimento livre esclarecido (TCLE). E critérios de exclusão: alunos que estavam em estágio no momento da realização da pesquisa no HRC; participantes que decidiram sair da pesquisa a qualquer momento. Os dados coletados nas observações e no teste de conhecimento eram assinalados em planilhas impressas, sendo posteriormente digitados em planilha eletrônica. Para análise e tabulação dos dados foi utilizado o programa Software Statistical Package for the Social Science (SPSS) versão 20. Foi informado aos profissionais sobre o propósito da pesquisa e a necessidade de autorização da divulgação da mesma mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), conforme a resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). O projeto foi submetido ao comitê de ética e pesquisa da Universidade Federal do Amazonas e aprovado sob o CAAE: 61224016.0.0000.5020. Para identificação das perguntas do questionário de avaliação foram utilizados a letra P seguida pelo número sequencial do questionário, exemplo: (P.1 – P corresponde a pergunta e 1 identifica a ordem em que aparece no questionário). Resultados: Dos 51 profissionais de saúde atuantes no HRC, 80,4% eram técnicos e auxiliares de enfermagem, 17,6% enfermeiros e 2,0% fisioterapeutas. Quanto ao sexo, 84,3% são do sexo feminino e 15,7% masculino. A P.1 que corresponde ao treinamento sobre higienização das mãos, 94,1% dos participantes da pesquisa responderam que tiveram treinamento de HM e 5,9% afirmaram não ter recebido treinamento. A P.2 destinada a disponibilidade de preparações alcoólicas, 56,9% dos participantes afirmaram que existe disponíveis no seu ambiente de trabalho, 39% negaram a presença desta preparação para uso, o restante, 3,9% não respondeu. Destinada a saber a principal rota de transmissão cruzada de microrganismos potencialmente patogênicos entre pacientes em serviços de saúde, na P.3, 80,4%, responderam corretamente, afirmando que as mãos do profissional de saúde quando não estão higienizadas é a principal rota. A P.4 do questionário aplicado buscava saber se os participantes estavam cientes do tempo mínimo necessário para a preparação alcoólica destruir a maioria dos microrganismos presentes nas mãos, 58,8% responderam corretamente, pois a técnica de HM com preparações alcoólicas dos quais tem a duração mínima de 20 a 30 segundos para ação. As questões relacionadas a prevenção de IRAS (P.5, P.8, P.9 e P.10) apresentaram maior porcentagem de respostas corretas, exceto a alternativa (d) da P.5 que cita o uso regular de creme para as mãos, apresentou somente 47,1% de acerto, evidenciando um déficit de conhecimento, acerca de seus benefícios. A P.11 buscava saber qual era a maior dificuldade encontrada para realizar a higienização das mãos, dos quais 68,6% indicaram que a falta de insumos é principal causa, 23,5% rotina de trabalho, 3,9% falta de incentivo e 3,9% restante não responderam. Considerações finais: De acordo com os resultados analisados os profissionais de saúde conhecem a técnica de HM e os cinco momentos nos quais são preconizados para haver a HM, porém não aplicam em sua rotina esse conhecimento. A falta de insumos foi mencionada como a principal dificuldade encontrada para realizar a correta adesão a HM pelos profissionais do HRC. É importante a criação do departamento de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) no HRC, o que incentivaria os profissionais quanto a forma correta de HM, e mensuraria a adesão destes à esta prática.


Palavras-chave


Higienização das mãos; Profissionais de saúde; conhecimento.