Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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AUTONOMIA NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM DA ADMINISTRAÇÃO DOS SERVIÇOS DE ENFERMAGEM
Fernanda de Azevedo Martins da Costa, Diego da Silva Tamaturgo, Brenda Alice Andrade Vidigal, Solana Nunes Vieira, Alex Martins

Última alteração: 2017-12-11

Resumo


Introdução

Quando se refere as diversas Universidades presentes no país responsáveis pela formação de inúmeros profissionais que estarão atuando dentro do mercado de trabalho, um dos princípios mais importantes pelos quais estas devem prezar referem-se ao desenvolvimento da autonomia do estudante de graduação, para que este possa ser capaz de desempenhar suas atividades com excelência, prezando por uma formação de qualidade e disseminação de conhecimentos.

A autonomia do aluno no curso de Enfermagem colabora no desenvolvimento funcional do mesmo, capacitando-o a executar atividades oriundas da profissão com segurança. O profissional formado neste contexto de autonomia destaca-se no ambiente de trabalho em função da sua capacidade de liderança e influência com a equipe.

A autonomia do Enfermeiro é um tema importante para definição e revisão dos desafios que a profissão impõe sob este, principalmente no que diz respeito aos que atuam diretamente com a gestão. Área esta que atualmente é um dos campos mais amplos para atuação deste profissional, sendo possível desempenhar suas atividades em diversos setores e unidades, abrangendo desde o relacionamento com os membros da equipe, atuação em conflitos pessoais, análises críticas de cada situação, tomada de decisões acertadas, e de forma geral buscando garantir uma boa assistência para os usuários do serviço.

O desenvolvimento da autonomia por parte dos acadêmicos de Enfermagem ainda durante a graduação, buscando analisar como esta autonomia pode ser uma aliada no processo de aperfeiçoamento e desenvolvimento de habilidades administrativas entre estes acadêmicos. Desta forma, o objetivo é descrever o processo de ensino aprendizagem da disciplina de Gestão em Enfermagem e Saúde, utilizando a autonomia no processo de desenvolvimento de habilidades.

Método

Neste estudo, por meio de um relato de experiência, utilizamos o método observacional descritivo, onde se busca descrever e explicar as condições que levaram a ocorrência de determinado fato, e dos fenômenos ligados a ele. Aqui se faz um breve resumo de como a autonomia pode ser desenvolvida pelos acadêmicos de Enfermagem possibilitando-os o desenvolvimento de habilidades administrativas, através de uma análise do processo de ensino aprendizagem na disciplina de Gestão em Enfermagem e Saúde, da Universidade do Estado do Amazonas.

Resultados/impactos

No contexto da disciplina de Gestão em Enfermagem e Saúde é possível observar os diferentes métodos propostos pelos professores aos alunos para que os mesmos possam desenvolver suas habilidades mesmo que em diferentes instituições. Durante as aulas práticas hospitalares, os alunos são direcionados a respectivos setores para desenvolvimento de atividades administrativas, nestes locais os mesmos têm total liberdade para atuar como enfermeiros gestores, sendo instigados à realização de um quantitativo de tarefas realizadas, e após o tempo estipulado previamente, a compartilhar todos os feitos e informações colhidas sobre tal setor com os demais.

Desta forma, os acadêmicos da disciplina são estimulados a realizar o gerenciamento em enfermagem não apenas de forma conceitual, formato que as aulas teóricas nos trazem, mas teórico-prático, solidificando a teoria, aperfeiçoando a prática e desenvolvendo habilidades administrativas, sendo a autonomia dada aos mesmos a principal ferramenta que possibilita o crescimento desde aluno.

Para se alcançar a autonomia há um percurso que deve ser seguido, não apenas pelo aluno, mas pelo educador que precisar ceder espaço para que tal possa exercer o poder de liderança e assim realizar as atividades propostas com pensamento crítico e decisões ponderadas.  Nessa perspectiva, a relação aluno-professor-conhecimento toma um novo formato, quebra-se o vínculo da dependência, agora o educador coloca-se junto do aluno possibilitando-lhe independência em suas ações.

Um dos principais pilares para o desenvolvimento da autonomia por parte do acadêmico de enfermagem se trata de o mesmo perceber que ainda se trata de um profissional inacabado por mais que já esteja no fim do curso. Esta percepção, pode ser realizada com a ajuda de professores preparados, utilizando métodos de ensino de problematização, onde se oferece liberdade para o desenvolvimento de atividades por parte do aluno, para que assim o mesmo consiga perceber suas falhas e busque melhorar suas habilidades, sejam elas assistenciais ou administrativas.

O desenvolvimento da independência no processo ensino-aprendizagem se torna então bastante relevante no processo de formação do enfermeiro, pois é uma ferramenta capaz de tirar medos e receios do educando, tornando-o capaz de enfrentar e tomar decisões sem a necessidade de um mentor, dando-lhe a oportunidade de mostrar suas aptidões, pois agora não há mais uma força exercendo pressão no método de produção, não há um mestre dizendo o que e como fazer, as relações interpessoais com a equipe e pacientes podem ser constituídas sem interferência, o processo de trabalho é administrado conforme o planejamento do educando, resultando em um futuro profissional apto ao gerenciamento de qualquer setor e processo.

Considerações finais

Muitos estudos evidenciam que os alunos conseguem ter a concepção de que os conteúdos do curso devem ser revisados e aprofundados por eles próprios, mas que muitas vezes esperam quem o conhecimento seja transmitido por professores ou pela prática profissional. Essa percepção demostra que os alunos se encontram acomodados quanto ao desenvolvimento de suas habilidades, cabendo aos educadores o auxílio para que estes passem a possuir um pensar crítico, desenvolvendo atividades que estimulem a autonomia e a busca de conhecimento.

Percebemos que ao se retratar o tema trazemos contribuições para o processo ensino-aprendizagem, onde as aulas práticas de gerenciamento atuam como um complemento ao ensino teórico, propagando caminhos para o desenvolvimento de habilidades por parte do aluno, desenvolvendo sua maturidade, e tornando-o capaz de sair da academia como um enfermeiro autônomo, apto a decidir com responsabilidade, respeitando princípios éticos e técnicos de sua equipe de trabalho, respeitando as limitações de seus companheiros e pacientes, e sabendo atuar sobre os mais diversos conflitos de gerenciamento.

Destaca-se o potencial das ferramentas de ensino utilizadas durante a formação de profissionais de enfermagem, e a necessidade de mais estudos dentro da área educativa da profissão, visto que cada vez mais as metodologias de ensino são atualizadas, onde se busca a melhoria do processo de ensino-aprendizagem, melhorias estas que só tem a contribuir quando incorporadas aos cursos de formação de Enfermeiros, seja de graduação ou as demais esferas de ensino.


Palavras-chave


autonomia profissional; enfermagem; educação.