Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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DOENÇAS DE VEICULAÇÃO HÍDRICA EM COMUNIDADES RURAIS E RIBEIRINHAS DE NOVA OLINDA DO NORTE – AMAZONAS
EDINILZA RIBEIRO RIBEIRO SANTOS, Sonia Maria Lemos, Kalina M. Benevides Ponte, Katherine Mary M. Benevides, Ana Luísa Opromolla Pacheco, Heloisa de Souza Pereira, Caroline Batista Cândido, Marcelino Anthony Galvão da Cruz

Última alteração: 2017-12-20

Resumo


INTRODUÇÃO. A falta de acesso à água tratada para uso e consumo está fortemente associada à ocorrência de várias doenças intestinais (amebíase, giardíase, ascaridíase, hepatite A, gastroenterites). Essa situação é agravada pela falta de destino adequado do esgoto e de outros cuidados de saneamento do meio ambiente onde se vive e trabalha. OBJETIVOS. Identificar a proporção de domicílios com casos de parasitoses e diarreia e analisar a relação dessas doenças com a situação do domicílio (rural vs ribeirinho) e com o tipo de abastecimento de água (rede/encanada vs rio/poço aberto/outras fontes) em comunidades rurais e ribeirinhas. MÉTODO.  Recorte do estudo macro “determinantes de saúde materno-infantil em populações rurais e ribeirinhas no Amazonas”, realizado em parceria com quatro instituições (Instituto para o Desenvolvimento de Investimento Social, Universidade do Estado do Amazonas, Secretaria de Saúde do Amazonas e a Prefeitura de Nova Olinda do Norte). Estudo observacional, transversal, conduzido em cinco comunidades rurais e ribeirinhas de Nova Olinda do Norte(AM). Os dados foram obtidos por meio de entrevista conduzida com um informante adulto (responsável pelo domicílio). A identificação de casos de parasitoses e diarreia foi feita com as seguintes perguntas: “no último ano, algum adulto da família foi ao médico (UBS/Hospital) para tratar diarreia (sim/não)?”. E, “no último ano, algum membro da família teve diagnóstico médico de áscaris, giárdia, ameba (sim/não)?” Foram realizadas análises descritiva e de associação, utilizando o teste de X² de Pearson, com nível de confiança de 95%. RESULTADOS. Fizeram parte do estudo 155 domicílios (ribeirinhos=84, 55,3%; rurais=68, 44,7%). Do total, 23 (14,8%) tinham acesso a água encanada (rede) e em 132 (85,2%) a água era extraída de poço no quintal/rio/outro. A proporção de domicílio/família com pelo menos um caso de diarreia foi de18% (n=27 famílias) e com pelo menos um de seus membros com parasitose foi de 57,4% (n=89 famílias). Destas, (n=89), 83% teve pelo menos um de seus membros com ascaridíase, 50,5% com ameba e 9% com giárdia. A análise de associação mostrou que a proporção de parasitoses em geral foi maior entre famílias ribeirinhas (p=0,2), não houve diferença significante para a ocorrência de diarreia e a diagnóstico de parasitoses específicas (p≥0,5).  As famílias que retiram água de cacimbas (poço), rios e outras fontes tiveram maiores proporções de casos diarreia (92,8%) e de diagnóstico de parasitoses (89,8%) em relação às famílias com acesso a água encanada (rede), p=0,2 e p=0,05, respectivamente. CONCLUSÃO. Em outras análises foi observado que não há diferença proporcional quanto aos padrões de renda e escolaridade entre ser ribeirinho e rural. Assim, a maior frequência de doenças de veiculação hídrica entre as famílias ribeirinhas pode estar relacionada à dificuldade para manter, mesmo de forma rudimentar, “tecnologias” de destino dos dejetos e de tratamento da água para consumo. Isso requer do poder público estratégias de identificação das dificuldades e encaminhamento de propostas de solução.

Palavras-chave


ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE; PREVALÊNCIA DE PARASITOSES; POPULAÇÕES RIBEIRINHAS; SAÚDE EM ÁREA RURAL.