Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
Tamanho da fonte: 
EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA METODOLOGIA ATIVA DE ENSINO APRENDIZAGEM: RELATO DE EXPERIÊNCIA COM ESCOLARES EM ESCOLA MUNICIPAL DE LAGARTO-SE
Ricardo Cardoso dos Santos, Silvana Castro de Brito Sottero

Última alteração: 2018-01-27

Resumo


As escolas, espaços de vivência e formação, aparecem como excelente cenário de caráter formal, em que é possível gerar autonomia, participação crítica e criatividade para a promoção de saúde, que deve, no âmbito escolar, partir de uma visão integral e multidisciplinar, considerando as pessoas em seus contextos familiar, comunitário e social. Com isso, objetiva-se relatar a aplicação da metodologia da problematização nas ações de educação alimentar e nutricional (EAN) para crianças em idade escolar. Trata-se de um relato de ação desenvolvida por estudantes do curso de Nutrição da Universidade Federal de Sergipe – Campus Lagarto com 29 escolares em escola municipal de Lagarto – Sergipe, sendo 17 meninas e 12 meninos entre 7 e 10 anos de idade. Foram realizados dois encontros: o primeiro para obter o diagnóstico nutricional das crianças, consistindo na coleta do peso e estatura, e aplicação do questionário de frequência alimentar; no segundo encontro foram desenvolvidas ações de EAN fundamentadas no diagnóstico previamente realizado, focando na promoção da alimentação saudável. Foram utilizados desenhos animados que abordavam benefícios e importância do consumo de alimentos saudáveis. Para a dinâmica “Saudável/Não saudável”, os escolares, mediados pelos estudantes de Nutrição, separaram imagens de alimentos entre os grupos “Saudável” e “Não Saudável” de um cartaz. Na dinâmica “Adivinhe a fruta” os escolares, vendados, foram instigados a usar os sentidos para adivinhar as frutas que lhes eram oferecidas. Considerando os passos do Arco de Maguerez, na primeira etapa observou-se que uma criança apresentava magreza, 18 encontravam-se eutróficas, 6 com sobrepeso e 4 obesas. Na análise do consumo alimentar, o feijão foi relatado por 76% dos escolares, seguido das frutas (68%), ultraprocessados (56%), verduras e legumes (48%) e embutidos (44%). Partindo do diagnóstico nutricional, a segunda fase, de priorização dos problemas detectados para o desenvolvimento da EAN, como maus hábitos alimentares e obesidade, objetivou “detectar que questões precisam ser resolvidas na prática social e, em consequência, que conhecimento é necessário dominar”. Na terceira fase foram levantados instrumentos teórico-práticos necessários para solucionar os problemas detectados. Na penúltima fase, como hipótese de solução foi proposta a promoção da alimentação saudável, feita na última etapa através da apresentação de desenhos animados em curta-metragem e dinâmicas como “Saudável/Não saudável” e “Adivinhe a fruta”, que abordaram a importância do consumo de alimentos saudáveis através da problematização e conscientização. Estimular a participação ativa dos escolares permite que o conhecimento seja melhor trabalhado, tornando-os parte do processo de aprendizagem. Espera-se, então, uma mudança nos hábitos alimentares capaz de melhorar o perfil nutricional dessa população. Com isso, verificou-se na prática da EAN a Metodologia da Problematização, apresentada por Maguerez na forma de um arco. Por considerar a realidade em foco, as ações são específicas e, por isso, têm maior chance de êxito. Destaca-se, portanto, a importância das metodologias ativas de ensino aprendizagem na formação de profissionais da saúde e na busca pelo autocuidado entre escolares, no intuito de desenvolver maior autonomia e criticidade. Entretanto, reforça-se a necessidade de avaliar a efetividade dessas ações na mudança do comportamento alimentar do público-alvo.

Palavras-chave


Metodologia da problematização; educação alimentar e nutricional; escolares.