Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
Tamanho da fonte: 
A MOTIVAÇÃO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA INFLUÊNCIA NO DESENVOLVIMENTO DOS HÁBITOS DE VIDA ATIVA DE ESCOLARES DO ENSINO MÉDIO DE UMA ESCOLA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE SANTARÉM/PA
Katiane dos Santos de Sousa, Edna Ferreira Coelho Galvão, Ecilda Gabriele Santos Maciel, Ana Paula Rocha de Sousa, Ana Cristina Vasconcelos Caetano, Ludymyla Pinheiro dos Santos, Max José Vieira Carvalho

Última alteração: 2017-12-20

Resumo


APRESENTAÇÃO

Informações sobre comportamentos que favoreçam a proteção e manutenção da saúde dos educandos chegam a todo momento, porém, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN’s, estas informações se mostram insuficientes para estes fins, então, cabe à Educação Física Escolar lidar com conhecimentos conceituais, atitudinais e processuais da cultura corporal de movimento, para auxiliar na educação para uma vida ativa (BRASIL, 1998).

Neste sentido, a Educação Física pode colaborar com o universo de práticas sociais que motivem os indivíduos a perceberem os benefícios de se ter uma vida ativa, sendo importante que as aulas ofereçam motivação e sejam prazerosas aos alunos, para que possam internalizar tais motivações para sua vida cotidiana e, desta forma, melhorar as condições físicas relacionadas à saúde (TESSELE NETO, 2012).

Assim, o objetivo deste trabalho foi verificar se a motivação nas aulas de Educação Física possui influência no desenvolvimento dos hábitos de vida ativa de escolares do ensino médio de uma escola pública do município de Santarém/PA. Tendo como objetivos específicos: identificar o perfil sociodemográfico dos participantes; verificar quais são os hábitos de vida ativa dos escolares; identificar se as motivações para participar das aulas de Educação Física possuem relação com os hábitos de vida ativa dos educandos; e, levantar o perfil de aptidão física relacionada a saúde dos escolares.

METODOLOGIA

Esta pesquisa seguiu uma abordagem quantitativa, caracterizada como estudo de caso. Foi realizada em uma escola pública do município de Santarém/PA, com alunos do 2º e 3º anos do ensino médio, de 14 à 28 anos, totalizando 494 alunos.

Os dados sobre perfil sociodemográfico e hábitos de vida ativa, foram coletados por meio de questionário estruturado e elaborado pelos pesquisadores. Para identificar as motivações sobre participação nas aulas, foi utilizado o questionário de Kobal (1996), que avalia as motivações intrínsecas e extrínsecas nas aulas de Educação Física.

E para levantar o perfil de aptidão física relacionada à saúde utilizou-se o manual de testes e avaliação do Projeto Esporte Brasil, PROESP-Br, Versão 2016. Os testes foram aplicados em 79,8% da amostra, com idades entre 14 e 17 anos, por conta do limite de análise do PROESP-Br (GAYA; GAYA, 2016).

Para análise da aptidão física, os dados foram comparados com as referências apresentadas pelo PROESP-Br, classificando a amostra em zonas de risco à saúde ou saudável. Após esse processo, os dados da aptidão física, juntamente com os dados do perfil sociodemográfico, hábitos de vida ativa, e motivação nas aulas, foram processados no software BioEstat 5.0, através de técnicas de estatística transformação e ordenação, para obtenção do percentual da amostra em cada questionário ou teste.

RESULTADOS

Com relação ao perfil sociodemográfico, 56,9% dos participantes são do sexo feminino, e 43,1% dos participantes são do sexo masculino. Foi identificado que 95,1% possuem idades entre 14 e 18 anos, e 79,9% da amostra possui o estado civil solteiro. Com relação ao nível socioeconômico, a maioria, 37%, possui renda entre 1 e 2 salários mínimos. E apesar da escola estar localizada na zona urbana do município, existe uma parcela de 11,4% de alunos que residem na zona rural.

Referente aos hábitos de vida ativa, 84,4% dos alunos participam das aulas, e apenas 15,6% não participam. Sendo que 88,6% dos alunos praticam alguma atividades física, constatando-se que a maioria não se encontra em um estado de total inatividade. Revelou-se que 54,4% da amostra pratica algum tipo de esporte fora da escola, sendo o futebol mais citado. 28,1% da amostra afirmou praticar exercícios de força, enquanto que 59,3% afirmaram praticar exercícios aeróbicos, logo, estes são mais praticados que os exercícios de força.

Quanto à motivação intrínseca para participar das aulas, a maioria dos alunos concordou com o item “Acho importante aumentar meus conhecimentos sobre esporte e outros conteúdos”, porém, se as aulas de Educação Física possuirem caráter esportivista, os alunos podem ser desmotivados para tal (SILVA, 2012). Já a discordância apareceu no item “As aulas me dão prazer”, infere-se então que os alunos não sentem satisfação ao participarem das aulas, pode-se agregar isto a falta de significado destas aos alunos.

Na motivação extrínseca, obteve-se como concordância o item “Preciso tirar boas notas”, assim, os alunos estão motivados à participar das aulas para aumentar suas médias na escola. Como discordância, destacou-se o item “Meu rendimento é melhor que o dos meus colegas”, logo, os alunos não buscam se sobressair diante de seus colegas nas aulas.

Sobre os dados de aptidão física na zona saudável, as meninas apresentaram, 46,1% na RCE, 37,7% na flexibilidade, 27,2% para resistência muscular localizada, 39,2% para IMC, e 13,4% para aptidão cardiorrespiratória. Já os meninos demonstraram, 59,2% na RCE, 44,2% no IMC, 40,2% na aptidão cardiorrespiratória, 38,8% na flexibilidade, e 32,2% na resistência muscular localizada.

Os dados de ambos os sexos se mostram positivos, pois a maioria está saudável pelos indicadores utilizados. Então, estes indivíduos mostram-se ativos, contribuindo para a manutenção da sua saúde.

Na zona de risco à saúde, as meninas apresentaram 34,8% na aptidão cardiorrespiratória, 19,2% na resistência muscular localiza, 9% na flexibilidade, 8,3% no IMC, e 0% na RCE. Os meninos demonstraram 21,4% na resistência muscular localizada, 14,5% na flexibilidade, 11,6% na aptidão cardiorrespiratória, 8,3% no IMC, e 1% na RCE.

Mesmo com a maioria dos escolares apresentando dados positivos, ainda há uma boa parcela da amostra na zona de risco à saúde, e para estes deve-se promover programas que objetive melhorar sua aptidão física.

CONCLUSÃO

A respeito da motivação, infere-se que a motivação intrínseca possui mais relação com os resultados sobre hábitos de vida ativa dos alunos, do que a motivação extrínseca, considerando que os alunos participam das aulas para aumentar seus conhecimentos sobre esporte e outros conteúdos, e que os esportes mais praticados fora do ambiente escolar são os mesmos praticados nas aulas, revelando que as aulas acabam influenciando essas práticas esportivas.

Sobre o perfil de aptidão física relacionada à saúde, a maioria se mostra saudável o que pode ser atribuído a faixa etária dos educandos, propícia para o melhor desempenho, além de sua participação em atividades físicas dentro e fora da escola, porém se tem uma parcela considerável na zona de risco à saúde, o que é preocupante nesta fase, assim fomenta a necessidade dos mesmos aderirem a um estilo de vida mais ativo e serem orientados e motivados para tal.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: Educação Física. Brasília: MEC/SEF, 1998.

GAYA, Adroaldo; GAYA, Anelise Reis. Projeto Esporte Brasil: manual de testes e avaliação. Porto Alegre: UFRGS, 2016.

KOBAL, Marília Corrêa. Motivação intrínseca e extrínseca nas aulas de Educação Física. Campinas: Universidade de Campinas, 1996. 176 f. Dissertação de Mestrado em Educação Física, Campinas, 1996.

TESSELE NETO, Leo José. A participação nas aulas de Educação Física no ensino médio: motivações intrínsecas e extrínsecas. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Trabalho de Conclusão de Curso - Curso de Educação Física, Porto Alegre, 2012.

SILVA, Francimar Ramos da. Níveis de motivação de escolares nas aulas de Educação Física na cidade de Candeias do Jamari – RO. Rondônia: Fundação Universidade Federal de Rondônia, 2012. 49 f. Monografia de Graduação – Curso de Educação Física, Rondônia, 2012.


Palavras-chave


Motivação; hábitos de vida ativa; aptidão física relacionada à saúde.