Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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OS DESAFIOS DE MOBILIZAR PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE NA EQUIPE DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL DE TAUÁ - CE
Jamilia Soares de Farias, Antonio Charles de Oliveira Nogueira, Brena Dielle Anastacio de Sousa, Cássio Marques Ribeiro Marques Ribeiro, Nara Bezerra Custódio Mota, Gina Késsia Alves do Carmo, Luis Rocildo Caracas Vieira e Souza

Última alteração: 2017-12-30

Resumo


Apresentação: o trabalho objetiva discutir vivências de práticas de Educação Popular em Saúde (EPS), realizadas com residentes de equipe multiprofissional das respectivas ênfases: saúde da família, saúde mental e saúde coletiva da Escola de Saúde Pública do Ceará, localizados em Tauá - CE. Desenvolvimento: A pesquisa se caracteriza como qualitativa descritiva e teve como base para análise, o diário de campo. A residência multiprofissional disponibiliza curso de EPS para os residentes, o qual ocorre uma vez ao mês em Fortaleza – CE, tendo início em maio de 2017, a partir desse período já ocorreram cinco módulos. Os ingressantes ao curso introduzem turno fixo de vivências e práticas de educação popular na agenda semanal dos demais residentes para que tenham acesso a este conhecimento. A partir disso, sugere-se a educação popular como tecnologia leve potencializadora para compreensão e aproximação da realidade das pessoas e de seus territórios, diálogo, prática reflexiva e valorização do saber da comunidade nas práticas cotidianas de saúde nos cenários de atuação profissional dos residentes. Em Tauá - CE três residentes fazem parte do curso, os quais são de diferentes ênfases: saúde mental, coletiva e da família. Estes realizaram doze encontros com todos os residentes, tais momentos foram permeados por práticas diferenciadas como ações integradas com o brincar, dança circular, filmes, caixa de afecções, entre outros. O trabalho continuará sendo realizado até o segundo semestre de 2018. Resultados: Diante do exposto, foi possível identificar na construção da agenda o primeiro desafio, pois a educação popular não foi compreendida como um lugar de importância no cenário de formação e prática, mas imposição colocada pela tutoria da residência. Por conseguinte, outros desafios surgiram ao longo do processo, o mais comum é substituir o encontro de educação popular por atividades consideradas mais relevantes ou urgentes como realizar trabalhos complexos. Desse modo, a ideia de manter agenda fixa para a vivência é abstrata para a maioria dos residentes. Outro ponto a ser considerado foi à predileção frequente por folgas tiradas no turno de educação popular. Em momentos de reunião em equipe foi relatado por alguns residentes o não entendimento da educação popular em saúde, a preferência por mais um turno de atendimento clínico e visitas domiciliares, apesar de vivências explicativas sobre educação popular. Estratégias foram tomadas para a concretização da atividade, pois se fez necessário defender turno exclusivo para a vivência e deslocar o turno de sexta à tarde para quinta de manhã. Considerações finais: Até o presente momento do curso foi perceptível resistência diante de práticas inovadoras, que fogem à zona de conforto do trabalho individual, com característica clínica, ambulatorial, centrada no espaço institucional. O entendimento de cuidado em saúde é visualizado de forma diminuta, sendo o saber popular negligenciado. Com base nisto, deve-se investir em atividades que fomentem a participação popular no processo de saúde e para isso se faz necessário sensibilizar os profissionais de saúde para a importância desse trabalho.


Palavras-chave


Educação popular; residência multiprofissional; saúde