Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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GRUPO TERAPÊUTICO COMO UMA ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO NA SAÚDE MENTAL EM CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
Jamilia Soares de Farias, Brena Dielle Anastacio de Sousa, Nara Bezerra Custódio Mota, Antonio Charles de Oliveira Nogueira, Cássio Marques Ribeiro, Maria do Carmo Araújo Freitas, Aldilania Pereira Sousa, Gina Késsia Alves do Carmo, Luis Rocildo Caracas Vieira e Souza

Última alteração: 2018-01-25

Resumo


Apresentação: O presente estudo refere-se a uma experiência de trabalho interprofissional de residentes em saúde mental da Escola de Saúde Pública do Ceará, com grupo terapêutico em Centro de Atenção Psicossocial - CAPS, localizado no município de Tauá - CE. Desenvolvimento: O método utilizado foi o de pesquisação com base na observação dos coordenadores do grupo e nos seus registros em diário de campo, além de atividade produto dos participantes. O grupo teve início em setembro de 2017, por meio de encaminhamentos dos residentes e profissionais do CAPS, sendo a demanda agendada. Os encontros ficaram estabelecidos em período quinzenal e uma hora de duração. O grupo intitula-se “O corpo fala” e tem por finalidade valorizar as expressões corporais e verbais dos participantes, sendo o grupo um lugar para o autoconhecimento, a socialização, ao enfrentamento de estigmas sociais e acolhimento do ser humano e sua subjetividade holisticamente. A motivação para a criação do grupo foi à observância de uma prática predominante na clínica e a ausência de grupos terapêuticos enquanto ferramenta de cuidado. Este processo foi conduzido por profissional de educação física e terapeuta ocupacional residentes, ao longo do processo outros profissionais residentes e do serviço contribuíram com os momentos propostos, ocorrendo à colaboração interprofissional. Resultados: A partir do estudo realizado foi identificado que os usuários valorizavam os encontros e compareciam assiduamente, pois foi pontuado durante as atividades do grupo como um espaço dialógico, de interação entre os participantes (usuários e equipe profissional), de valorização das singularidades dos sujeitos e o sentimento de pertença. Foi proporcionado aos mesmos, estímulo à autoestima e a participação social, através das atividades elaboradas e reflexões acerca destas. Deve-se considerar também a colaboração interprofissional entre residentes de saúde mental e saúde da família, assim como profissionais do serviço como uma estratégia de fortalecimento das ações desenvolvidas, pois houve uma visualização por integrantes da atenção básica para a saúde mental e ampliação do olhar de cuidado dos profissionais do CAPS. Houve o reconhecimento da coordenação e dos profissionais do CAPS e deliberado sobre a continuação do grupo “O corpo fala” após a saída dos residentes do serviço em janeiro de 2018. Uma peculiaridade no grupo foi à participação conjunta dos familiares, que também necessitam de cuidado e acolhimento, foi demonstrado por estes o sentimento de gratidão e entusiasmo, sendo a participação da família solicitada pela mesma. Considerações finais: Ao longo do percurso do grupo os usuários se apropriaram do CAPS como um lugar de cuidado e acolhimento e não de doença e loucura. O sujeito foi colocado como o centro da intervenção e não o seu diagnóstico, foi valorizado os potenciais de vida e suas historicidades. O grupo contribuiu para o bem estar dos seus participantes e o enriquecimento dos serviços ofertados pela instituição, o qual funciona como uma importante estratégia de cuidado terapêutico nos serviços de saúde mental e enfretamento do estigma social da loucura.


Palavras-chave


Grupos terapêuticos; saúde mental; estratégia de intervenção