Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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FORÇA EMPRESARIAL: PRINCÍPIOS DA QUALIDADE NO TRABALHO
Sergio Ferreira de Menezes, Laís Plácido Santos

Última alteração: 2017-12-17

Resumo


O movimento de qualidade de vida no trabalho surge em meados do século XX  tendo como objetivo inicial buscar melhorias nas condições do processo de trabalho para o indivíduo e  desempenho da empresa. Na visão empresarial, a qualidade de vida no trabalho  representa o grau de contentamento que o trabalhador tem com seu ambiente de trabalho e com o serviço produzido. Nesta perspectiva o comportamento das organizações empresariais, vem  transformando trabalhadores em objetos instrumentalizados. Ademais, as consequências desse tipo de mudança camufla uma ideologia utópica de trabalho. Deste modo, a qualidade de vida no trabalho apresenta-se para o trabalhador como uma realidade  falsa, tornando-o incapaz de compreender toda complexidade inerente do mundo do trabalho. Objetivou-se com esta pesquisa, analisar  criticamente o modelo de qualidade de vida no trabalho e a relação existente entre trabalhador  e empregador, trazendo a luz da realidade de como o trabalhador é controlado veladamente nas organizações.Para tanto, procede-se à pesquisa de caráter bibliográfico realizada a partir de reflexões em artigos disponibilizados na literatura  em meio digital, entre os anos de 2002 e 2011. Ao identificar  o processo ideológico no ambiente de trabalho, aponta-se que dentro das organizações sempre existiu um conflito entre os indivíduos e o capital. Ou seja, a busca de melhoria de desempenho, tem criado modelos de  gerenciamento, objetivando resolução de problemas, no entanto, grande parte desses embasados sobre o controle do homem pelo capital.O capital investe em incumbir a eficácia do pensamento individualista na vivência social em depreciação dos procedimentos coletivos. Com o avento do salário flexível uma singularidade própria as necessidades ordenadas do capital, o assalariado sofre com o desgaste da pessoalidade, vivenciando, cada vez mais, os valores do individualismo. Estudiosos afirmam que trabalhos diferenciados acabam tornando-se iguais com o tempo, perdendo sua pessoalidade, dessa forma, os trabalhadores são igualados aos produtos, como meio de lucro. Ao comparar o comportamento do trabalhador colaborador a partir do sistema de recompensas, vislumbra-se que o programa qualidade de vida no trabalho em si traz um discurso de autonomia e flexibilização, com intenção de criar um ambiente harmonioso, para que qualquer atividade seja bem executada. É preciso entender que, ao optar pela flexibilização e ao ter a quebra da rotina burocrática, cria-se  uma nova estrutura de controle, ao invés de melhorias nas condições de trabalho destes trabalhadores. Em contraposição o capital mascara e introduz um novo método para remodelar seus meios de controle social, dentro das organizações. Pesquisadores apontam para falta de visão crítica dos trabalhadores em uma análise organizacional e insistem para novos questionamentos e superações das teorias tradicionais no processo de trabalho ao desvelar que, nem tudo na esfera da gestão  empresarial é o que aparenta ser.Portanto,esta pesquisa sobre o programa qualidade de vida no trabalho, dentro das organizações, além de propiciar um estudo de teor crítico reflexivo, trouxe  contribuições de consideráveis  pesquisadores do mundo do trabalho. Em suma, o programa qualidade de vida no trabalho tem em seus propósitos favorecer o empregador e ao capital  empresarial, quanto ao empregado apenas o resquício.

Palavras-chave


mundo do trabalho, trabalhador e empregador