Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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A IMPORTÂNCIA DA SEMIOLOGIA NA CONSTRUÇÃO DO PROCESSO DE CUIDAR: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Daniele Moura Vinente, Diego da Silva Tamaturgo, Reny Bastos Martins

Última alteração: 2018-05-05

Resumo


Introdução: A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), número 9.394/96 que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, define no artigo 43 que o ensino superior estimule a criação cultural, o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo do desenvolvimento da sociedade, atribui também ao ensino superior a missão de colaborar na formação contínua, incentivando o trabalho de pesquisa e investigação científica; estimular o conhecimento dos problemas atuais do mundo, prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer, com esta, uma relação de reciprocidade (1). Com isso podemos atribuir um espaço formal como a sala de aula, um instrumento do ensino que propicia ao discente base científica para que o mesmo possa fundamentar seus conhecimentos e técnicas especializadas, correlacionando teoria à prática na realização as atividades que são de sua responsabilidade. A Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008, regulamentada pelo Ministério da Educação (MEC), dispõe sobre o estágio de estudantes, o que possibilita executar seus conhecimentos teóricos, favorecendo o desenvolvimento das suas habilidades (2), reforçando o pressuposto de que é necessário que o discente de enfermagem passe por estágios supervisionados, sendo uma das primeiras vivências destes na disciplina de Semiologia e Semiotécnica em Enfermagem, que busca enfatizar a sistematização do processo de enfermagem e o processo de cuidar do indivíduo. Objetivo: O objetivo deste trabalho é descrever a experiência e a importância da pratica hospitalar na disciplina de Semiologia em Enfermagem na construção do processo de cuidar. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência, uma forma metodológica que permite descrever as experiências vivenciadas. Apresenta-se como um estudo de caráter qualitativo, o qual evidencia aspectos subjetivos coletados dentro do ambiente hospitalar (3). Este relato de experiência realizou-se com base na prática hospitalar de dois acadêmicos de enfermagem no decorrer da disciplina de Semiologia e Semiotécnica em Enfermagem, no 4º semestre do curso de Enfermagem da Universidade do Estado do Amazonas. As atividades práticas foram desenvolvidas na enfermaria clínica de um hospital público na cidade de Manaus, durante o 1 o semestre do ano de 2016. Os acadêmicos tiveram a oportunidade de realizar atividades relacionadas a assistência de enfermagem e ao acompanhamento da evolução do quadro clinico dos pacientes durante as aulas práticas. As atividades eram realizadas supervisionadas pela da professora/preceptora da disciplina e no final de cada dia da pratica hospitalar os acadêmicos realizavam em uma roda de conversa discussões sobre os casos clínicos dos quais eles prestavam a assistência de enfermagem e correções da sistematização de enfermagem individualmente. Resultados e Discussão: Inicialmente os alunos eram apresentados ao campo prático, conhecendo estruturas, equipamentos, materiais utilizados no decorrer das atividades e funcionários da instituição acolhedora. Procedendo, se dividiram duplas para o decorrer dos dias a serem cumpridos na instituição, assim como dadas orientações a cerca das formas de atendimento, divisão de tarefas, e revisão de técnicas utilizadas no cotidiano de uma enfermaria clínica. Dentro da divisão de tarefas, durante os dias de atividade prática, as duplas eram divididas para realização de procedimentos e acompanhamento sistemático de pacientes internados na enfermaria, onde o principal instrumento utilizado para o acompanhamento destes pacientes se tratava do Processo de Enfermagem. Dentre os diversos procedimentos rotineiros realizados em uma enfermaria, os alunos também eram submetidos a um processo de educação em saúde, onde os mesmos eram desafiados a realizar atividades educadoras que englobassem tanto funcionários da instituição, quanto pacientes e seus acompanhantes. Atividades estas que se referiam principalmente à diminuição de índices de infecção hospitalar por meio de práticas de higiene como, por exemplo, a lavagem de mãos, e também a diversas reações medicamentosas que podem ser encontradas rotineiramente em um ambiente hospitalar. Durante todo o período de atividade prática, ao fim de cada dia eram realizadas rodas de conversa dentro do grupo, onde se discutia cada caso abordado, descrevendo condutas terapêuticas de enfermagem, colocando e prática a Sistematização da Assistência de Enfermagem, e principalmente debatendo ocorrências e evolução de cada paciente acompanhado. Percebeu-se que durante a realização de tais rodas de conversa, o aluno se sentia bastante confortado para descrever a sua vivência diária, de forma que tal elemento se tornasse bastante agradável e de importante relevância na formação acadêmica, considerando o fato de que o aprendizado conjunto é um passo para difusão de conhecimento. Conclusões: Por muitas vezes em um primeiro contato com o paciente, o aluno se apresenta ansioso, de forma que tal ocorrência possa vir a afetar no seu atendimento, porém com boa base teórica vemos que existem certos desafios que podem ser superados rotineiramente por alunos acompanhados de perto e com uma boa instrução. A principal dificuldade encontrada no decorrer das atividades práticas, se trata justamente do fato de se associar na maioria das vezes o que se aprende em sala de aula com o contato real, onde tudo é diferente, e muitas vezes não se encontra suporte necessário para realização de uma assistência de excelência, principalmente quando se relaciona tal afirmação à falta de materiais e equipamentos que vivenciamos em todo país. Notou-se que a disciplina em si, traz consigo uma carga de aprendizagem bastante satisfatória para o aluno que vivencia tal experiência, onde o mesmo torna-se capaz de desenvolver diversas habilidades que são de grande importância na carreira profissional, seja de raciocínio clínico e crítico, ou mesmo no desenvolvimento iniciativa para tomadas de decisão, liderança e autonomia.