Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM NUTRIÇÃO CLÍNICA INFANTIL
regina sousa, heloisa jessica sousa

Última alteração: 2017-12-14

Resumo


A Terapia nutricional (TN) foi descrita pelo Ministério da Saúde como um conjunto de procedimentos terapêuticos com finalidade de manter ou recuperar o estado nutricional do paciente.

A nutrição hospitalar é reconhecida por sua relação com a melhoria do tratamento aos pacientes, em conjunto com outros cuidados de saúde (SOUSA et al.,2013). O cuidado nutricional é considerado pela American Dietetic Association, como um processo de ir ao encontro das diferentes necessidades nutricionais de uma pessoa, pois inclui a avaliação do estado nutricional do indivíduo, a identificação das necessidades ou problemas nutricionais, o planejamento de objetivos para cuidados nutricionais que preencham essas necessidades (PEDROSO et al., 2011). Portanto, o nutricionista no âmbito hospital tema função de acompanhar o paciente a fim de recuperar ou manter o bom estado nutricional do paciente, não só levando em consideração os aspectos científicos, mas também a humanização no serviço, o que facilitará para a melhora do quadro do paciente.

A hidrocefalia é uma patologia com maior prevalência em crianças, presente na forma congênita com incidência de 3 a 4 1000 nascidos vivos (CAVALCANTE; SALOMÃO, 2003). É uma doença que resulta na dilatação dos ventrículos cerebrais devido ao desequilíbrio na produção do liquido cefalorraquidiano e a absorção (OLIVEIRA et al.,2013). Segundo Alcântara (2009), a hidrocefalia é considerada uma doença de alta prevalência e que afeta o desenvolvimento motor das crianças. A hidrocefalia pode ter causas genéticas, ambiental, pode ser categorizada como congênita quando diagnosticada ao nascimento ou pouco após, é comum o diagnóstico durante o pré- natal a partir do segundo trimestre de gestação, através de avaliações do tamanho ventricular, do tamanho do átrio ventricular e da sua relação com o plexo coroide. As isoladas, em geral, podem ser decorrentes, ou estar associadas a malformações do SNC, ou a infecções congênitas, especialmente a toxoplasmose (CAVALCANTE; SALOMÃO, 2003).

Os sintomas da doença nos recém-nascido, é irritabilidade, letargia, vômitos e um crescimento anormalmente rápido da calota craniana. No lactente e até o final do 2º ano de vida. Uma desproporção craniofacial, abaulamento da fontanela independente da posição do paciente, congestão venosa superficial no couro cabeludo e face, sinal do sol poente e estrabismo (CAVALCANTE; SALOMÃO, 2003). O liquido cefalorraquidiano (LCR) é formado no interior das cavidades ventriculares do sistema nervoso central nos plexos coroides, na mesma localização do cerebelo e da medula espinhal. O liquido é formado por 99% de água e pequenas quantidades de magnésio, cloro, glicose, proteínas, aminoácidos , acido úrico e fosfato, a produção diária é em media de 500 mL/ dia (LEITE et al.,2016). A função principal do LCR é de proteger de forma mecânica o encéfalo e a coluna espinha dorsal, atuando como um amortecedor  em casos de  choques e pressão (DIMAS; PUCCIONI-SOHLER, 2008).

Paciente RAH, sexo feminino, 2 anos e 7 meses, 11.1 kg, etnia indígena, internada no dia 28 de setembro de 2017, diagnosticada com pneumonia, tendo como doença de base a hidrocefalia. A paciente deu entrada no hospital Pronto Socorro da Criança da Zona Sul após apresentar os seguintes sintomas: febre alta e tosse produtiva. Seu hábito intestinal é normal, consome pouca água, pois não gosta de consumir. A mãe RAH, 22 anos, relatou que tratou dos sintomas em casa, após dois dias sem perceber melhoras ela então procurou atendimento especializado. A paciente foi diagnostica com pneumonia. A doença foi tratada e a criança segue internada devido sua doença de base (hidrocefalia) que é considerada uma doença de risco. Os sintomas iniciais da pneumonia ainda são recorrentes, pois ainda há presença de tosse produtiva e a febre tem sido frequente durante a noite.

Dias antes da internação a paciente foi submetia ao procedimento DVP que é utilizado para aliviar a pressão do cérebro. RAH nasceu de parto cesariano, com 47 cm de altura, 2.9kg, e perímetro cefálico (PC) de 33 cm. Após um mês de seu nascimento foi diagnostica com Hidrocefalia, neste período foi constatada a cegueira e a atrofia dos membros inferiores e superiores (pernas e braços). Aos quatro meses de idade o PC era de 60 cm , aos seis meses 62 cm, atualmente o perímetro cefálico é de 99 cm. Aos 8 meses a mãe precisou interromper o aleitamento devido as crises de convulsões que estavam se tornando frequentes, neste período o peso da paciente era variável, pois nos fases críticas a criança tinha o apetite reduzido. Ao ser questionada sobre o histórico pregresso de doenças da família a mãe da paciente informou não haver nenhuma ocorrência.

No período de internação o peso da paciente sofreu variações devido a resistência na aceitação da dieta servida. A indicação da dieta era livre, porém por algumas semanas só lhe foi ofertado alimentos em consistência pastosa e houve rejeição por parte da criança. Além da baixa aceitação, a paciente tinha febre corrente, o que também inibia seu apetite. Seu peso ao chegar no hospital foi de 11.2 kg e pouco antes da alta sofreu redução de 700 gramas no peso. Este fato deveria ser avaliado com maior atenção, visto que a paciente encontrava-se em estado de desnutrição moderada. O tratamento medicamentoso eliminou a tosse produção, no 31º dia de internação não havia mais o sintoma, porém em quase todas as noites a paciente teve febre de 38º C. Mesmo com indicação de anemia através dos exames laboratoriais a paciente só recebeu o medicamento para o tratamento no 32º dia de internação. A paciente recebeu alta no dia 31 de outubro de 2017, após 33º dia de internação.

O peso da paciente foi aferido no dia da internação, ela chegou ao local pesando 11.2 kg, e no momento da alta hospitalar seu peso era de 10.5 kg, a perda de peso foi classificada em significativa. A medida Circunferência do Braço permitiu dar o diagnóstico nutricional da paciente, segundo a fórmula proposta pela OMS a paciente foi classificada com desnutrição moderada. Utilizando os parâmetros do SISVAN de Peso para Idade (P/I), a paciente foi considerada Eutrófica, porém, neste caso deve-se levar em consideração o Perímetro encefálico que é muito aumentado devido o acúmulo de liquido.

Na vivencia do estágio o aluno tem a possibilidade de conhecer os desafios enfrentados pelos profissionais da área da saúde nos hospitais, também nos é permitido traçar planos para tentar resolver ou quando não for possível, amenizar o sofrimento do paciente da melhor forma possível. Visto que uma atenção mais detalhada a pesar de a demanda de atendidos ser alta, é possível. Como destacado neste trabalho, o Nutricionista tem como principal objetivo reverter os casos de desnutrição e outros transtornos para que o paciente consiga se recuperar o mais rápido possível. Portanto, o cantato com o paciente é indispensável, é necessário que se visite diariamente para ver o progresso, e não apenas acompanhar no prontuário o tipo de dieta à ser serviço, mais também atentar-se para o tipo de medicamento que está sendo utilizado, pois muitos interagem com os alimento e também, a a possibilidade de causar náuseas e falta de apetite, reduzindo o progresso do paciente. Em todas as profissões um atendimento humanizado é muito importante, pois quem está acamada está em sofrimento, uma atenção a mais e atentar-se para as preferencias do paciente é fundamental para seu processo de cura.


Palavras-chave


hidrocefalia, nuutriçao, vivencia