Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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ATITUDES E SENTIMENTOS DE MULHERES QUE REALIZARAM PARTO DOMICILIAR EM MANAUS - AM
Pamela Rodrigues da Silva, Fabiana Vilar Carneiro, Geliane Raposo Fontinelle, Jeane de Souza Sampaio, Igor Castro Tavares, Maryângela Araújo da Costa

Última alteração: 2017-12-21

Resumo


Tratou-se de uma pesquisa exploratória realizada com oito (8) mulheres que pariram em seu domicilio, desenvolvido por acadêmicas de enfermagem como componente da disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso. Entretanto, dentro dessa pequena parcela de partos não realizados em ambiente hospitalar existe uma crescente proporção de nascimentos que são assistidos por profissionais de saúde habilitados e que são planejados antecipadamente para acontecerem em domicílio. Apesar de representar uma discreta parcela quando comparada ao total de partos institucionalizados, o domiciliar tem sido alvo de crescentes discussões na mídia, nas redes sociais, entre os conselhos profissionais de saúde e entre os mais diversos setores da sociedade nos últimos anos. Objetivo: conhecer as atitudes e sentimentos de mulheres que realizaram parto domiciliar na cidade de Manaus no estado do Amazonas. Descrição Metodológica: Tratou de um estudo qualitativo onde foram emitidas as informações acerca das experiências das mulheres através do método História de Vida que procurou conhecer as informações contidas na história particular da mulher, elas tinham a liberdade para contar sobre a sua experiência através do formulário do Google. Na pesquisa foram realizadas perguntas abertas e fechadas. No primeiro momento foi realizado contato com as mulheres através de enfermeiras obstétricas (Equipe Celeste Parteria) que assistem ao Parto Domiciliar em Manaus - AM. No segundo andamento iniciamos o contatos através de e-mail e contato telefônico para enviar o formulário a ser respondido e o terceiro momento realizamos a analise dos dados respondidos pelas mesmas. Resultados e Impactos: a Idade que predominou nos resultados foram de mulheres com a faixa etária de 30 anos. Das oito (8) mulheres que responderam cinco (5) já tiveram a vivência do parto e todas relataram que foram acompanhadas 100% por uma equipe composta de: Enfermeira, Técnica de Enfermagem e Doula no Parto Domicilar. Obtivemos alguns depoimentos como os reais motivos para a escolha do Parto Domiciliar Planejado foram: “Sonho, segurança, pois um parto domiciliar é muito seguro sendo ele acompanhado por profissionais capacitados! E em casa eu me senti mais completa e a vontade” (M1); “Medo de sofrer violências obstétricas na maternidade e ter o tempo de nascimento do meu filho respeitado” (M2) “Eu e meu marido escolhemos o Parto Domiciliar Planejado para ter toda tranquilidade possível e para fugir de violências obstétricas ou procedimentos desnecessários como episiotomia e nitrato de prata”(M3); “Medo de violência obstétrica e cair numa cesárea desnecessária (M4); “A tranquilidade e a segurança que ele oferece, pois tem uma equipe exclusiva para a gestante. O medo da violência obstétrica e por ter pesquisado durante anos sobre ele” (M5); “Medo da violência obstétrica”(M6) “Violência obstétrica em hospital” (M7); “Experiência traumática com violência obstétrica no hospital no primeiro parto” (M8). Quando a escolha ao PARTO foi compartilhado aos familiares: “Ficaram assustados, e disseram que eu era doida! Porém depois apoiaram” (M1); “Aceitaram de boa, afinal minha avó era parteira” (M2); “Informamos nossos pais um dia antes do parto e eles reagiram tranquilamente, minha mãe em si ficou mais preocupada, mas os familiares distantes só souberam após o nascimento do nosso filho, pois acreditamos que a escolha deve ser apenas do casal e também pelo fato das pessoas sempre quererem fazer você mudar de ideia, independente da via de parto” (M3); “Ficaram um pouco inseguros com a possibilidade de haver alguma intercorrência e não estarmos no hospital” (M4); “Não houve boa aceitação, ficavam tentando fazer eu mudar de ideia, dizendo que era perigoso” (M5);  “Apoiaram” (M6); “Demoraram a aceitação do parto” (M7); “No início houve um pouco de ansiedade e preocupação, mas depois, munidos de mais informações e conhecimento sobre o parto domiciliar, todos apoiaram” (M8). As Recomendações a cerca de o Parto Domiciliar foram: “Por que é seguro, a mulher se senti mas a vontade em casa “(M1); “Com certeza que sim. Uma experiência única, nascimento rodeado de muito amor e principalmente respeito, as lembranças desse dia tão especial são as mais lindas possíveis” (M2); “Ter um bebê em casa é resgatar o protagonismo da mulher nesse momento tão importante, e estar cercado da sua família e de todos que te amam é sem duvidas um dos melhores privilégios” (M3); “Pois acrescenta um brilho a mais a gestação, o nascimento do nosso bebê não é tratado como “mais um”. Saber quem estará conosco e que seremos respeitadas da mais tranquilidade para esperar a hora do nosso bebê nascer” (M4); “Sim, sem dúvida. O parto é um evento familiar, então porque não ser em casa? Existem evidências científicas de que o PDP é mais seguro que o hospitalar. (Lembrando que é indicado apenas para gestantes de risco habitual). O fato de não ter pressa, saber que o momento certo será esperado, que você terá sua vontade respeitada, que seu bebê não sofrerá com procedimentos desnecessários e dolorosos, que ele não será separado de você. Ah... isso não tem preço. Fora a sensação de prazer.É difícil externalizar, mas é uma experiência realmente transformadora. Você perceber seu corpo trabalhando para trazer o bebê ao mundo e você só precisa mergulhar nas sensações e permitir que a natureza tome conta de tudo” (M5); “Porque o bebê nasce em um ambiente seguro e cheio de amor!” (M6); “Com certeza, o parto humanizado deveria ser referência por que parto humanizado é respeito, é segurança, é tranquilidade e a gente pari a vontade” (M7); “Sim, recomendaria para todas as mulheres com gestação de baixo risco porque o parto domiciliar ... foi a experiência mais forte e sublime que já vivemos. Nenhuma intervenção desnecessária, hora de ouro sentindo o calor de minha bebê recém parida nos meus braços... Me sinto mais forte depois desse protagonismo redentor.Minha filha chegou ao mundo no dia que escolheu, quando estava preparada para nascer. Foi recebida com muito amor e muito respeito!” (M8).Considerações Finais: O principal motivo foi o medo da violência dos profissionais ou seja o excesso de intervenções, o desrespeito ao protagonismo da mulher, a falta de conforto, privacidade e apoio familiar e o parto domiciliar planejado para mulheres de risco habitual é tão seguro quanto o parto hospitalar, porém as mesmas relatam que no domicilio elas possuem uma maior liberdade de movimento, pouca ou nenhuma intervenção, a presença de familiares que é muito importante e que faz diminuir a tensão e ansiedade, dando apoio emocional.

 


Palavras-chave


Parto - Domiciliar - Mulheres - Sentimentos - Atitudes