Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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A ALTA TAXA DE ÓBITOS FETAIS RELACIONADOS À AUSÊNCIA DE PRÉ-NATAL NO HOSPITAL FRANCISCO MAGALHAES, EM CASTANHAL-PA
Antonia Sâmela Silva Carneiro

Última alteração: 2017-12-15

Resumo


O vigente trabalho trata da coleta e análise de dados sobre óbitos fetais, que foram registrados pela coordenação de obstetrícia do Hospital Francisco Magalhaes, localizado no município de Castanhal-Pa, no qual grande parte deles relacionam-se com a ausência de pré-natal. Isto implica na falha do sistema de saúde pública no que diz respeito à atenção primária, o que afeta diretamente no aumento da taxa de mortes fetais, cabendo uma investigação acerca das causas do óbito fetal referentes à ausência do pré-natal. Tem por objetivo demonstrar a alta taxa de óbitos fetais relacionados a ausência de pré-natal.

O método de pesquisa utilizado para este trabalho foi quantitativo, com base na coleta e análise de dados registrados anualmente pela coordenação de obstetrícia do Hospital Francisco Magalhaes, correspondendo ao período de 2017 nos meses de Janeiro a Outubro, foram registrados 23 óbitos equivalentes a idade gestacional de 22 a 40 semanas. Os óbitos fetais são em grande parte, considerados potencialmente evitáveis, assim, entra em cena o papel da atenção primária como porta de entrada ao acesso a saúde e enquanto promotora das ações de educação em saúde. Logo, torna-se a principal responsável em atuar na orientação, suporte e acompanhamento da etapa da gestação. No entanto, as causas que acometem esses óbitos fetais tem um histórico de negligencias pelos serviços de saúde, pois a análise desses fatos ainda não foi incorporada na rotina de trabalho, o que implica na falta de declaração de óbito e, consequente, na falta de investimentos direcionados para a redução deste quadro.

Ao analisar os dados em estudo constatou-se a grande parcela de óbitos fetais relacionados à ausência total ou parcial de pré-natal, foram registrados 23 óbitos no total com idade fetal de 22 a 40 semanas, no período de janeiro a outubro de 2017, conforme consta: Janeiro-03, fevereiro-02, março-03, abril-03, maio-00, junho-01, julho-04, agosto-04, setembro-03 e outubro-01. Desses 23 registros de mortes fetais, 13 não realizaram ou não concluíram o pré-natal. Isto posto, ressalta-se a relevância de uma investigação minuciosa acerca desses casos, pois não dá para mensurar as causas específicas da não realização ou não conclusão deste acompanhamento, o que inviabiliza a real dimensão do problema e, consequentemente, o desenvolvimento de ações adequadas em saúde para a diminuição das taxas de mortalidade.

Nessa conjuntura, cabe ao hospital repassar às informações obtidas para a coordenação de ESF, a fim de que ocorra uma investigação no âmbito da atenção básica, para a verificação das causas da ausência total ou parcial dos óbitos fetais. As taxas de mortalidade também podem ser encaminhadas ao comitê de investigação de óbitos, o que possibilita a descoberta das possíveis patologias concernentes a esses casos. Com essas medidas, será viável a criação de metas e estratégias de prevenção no intuito de amenizar a problemática em questão, diminuindo as possibilidades de surgir novos casos.


Palavras-chave


Óbito fetal;Pré-natal;Atenção basica