Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Dor Crônica e Fibromialgia na Atenção Primária à Saúde: diferentes formas de educação permanente e potencialização do cuidado
Denise Mota Araripe Pereira Fernandes, Felipe Proenço de Oliveira, Cleiton Santos Rodrigues da Silva, Jéssica Cenedese

Última alteração: 2018-01-06

Resumo


Apresentação

A lida com a pessoa portadora de dor crônica é um desafio às equipes das Unidades Básicas de Saúde (UBS), pois demanda maior atenção do serviço, visto a questão subjetiva da dor.

Na Atenção Primária à Saúde (APS), é de fundamental importância que seja entendido e, posto em prática, o princípio doutrinário da Integralidade, no que diz respeito ao reconhecimento e atendimento do paciente com dor crônica. É nesse momento inicial, que, em relação à referida dor, o profissional toma conhecimento de uma enfermidade que é subjetiva e de visibilidade e mensuração dependentes exclusivamente do relato do paciente (SANTOS, 2016).

Trata-se de uma desordem comum e de grande importância no âmbito da saúde pública, uma vez que envolve esferas psicoculturais e sociais associadas ao fenômeno doloroso, resultando na necessidade de uma equipe multiprofissional somada a recursos tecnológicos como parte de um plano de cuidados para o doente.

Em virtude disso, uma patologia como a fibromialgia, com sintomas variados e imprecisos, apresenta dor como queixa principal, faz o paciente transitar por diversas especialidades médicas ocasionando uma dificuldade em descobri-la, falta de compreensão em relação ao doente e um diagnóstico muitas vezes tardio (PADOVANI et al, 2013).

Metodologia

Baseados na Política Nacional de Educação Permanente, desenvolveu-se um projeto de intervenção com encontros da equipe para problematizar o cuidado das pessoas com dor crônica, comparando o conhecimento prévio dos profissionais ao posterior às intervenções da equipe, através de questionamentos conceituais.

Participaram nove agentes comunitários de saúde, uma enfermeira, uma dentista e uma auxiliar de saúde bucal, todos atuantes na equipe de Saúde da Família Alto do Céu IV de João Pessoa-PB, visando o aprendizado coletivo, através da pedagogia da autonomia de Paulo Freire, em que o residente de medicina de família e comunidade, sob supervisão, e os internos do décimo período de medicina conduziram um ciclo de quatro rodas de conversa sobre dor crônica, com especial atenção à fibromialgia, debatendo as concepções prévias e produzindo novos saberes.

Resultados

Houve interação satisfatória da equipe e foi possibilitado aos estudantes de medicina e ao residente a condução e a partilha dos conhecimentos acadêmicos, estimulando-os a enxergar o problema de outros ângulos e encontrar novas soluções desenvolvendo assim o auto e o heteroconhecimento em um espaço socialmente rico em diferenças culturais e sociais, abrindo perspectiva para um atendimento longitudinal, integral e empático da pessoa que sofre.

Conclusão

O profissional de saúde precisa estar em um continuum de preparo técnico aliado à uma pratica clinica humanizada que o capacite para suas atividades. Infelizmente o processo de qualificação dos profissionais nem sempre encontra-se estruturado, e, na maioria das vezes, pode ser considerado insuficiente para o desenvolvimento de novas competências necessárias para o adequado desempenho de seu papel.

Através das atividades de preceptoria formativas da residência médica em medicina de família e comunidade juntamente com as atividades de preceptoria dos alunos de graduação, com a inserção precoce desses estudantes nos serviços de APS, são de pilares que podem fundamentar o crescimento e formação continuada das equipes, assim como dos próprios estudantes, pois assim organiza-se o processo de trabalho e ensino através de propostas pedagógicas que são capazes de ampliar o entendimento dos processos de saúde e doença.

 

 

 


Palavras-chave


educação permanente; dor; atenção primária