Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Dor crônica e cuidado em saúde na Atenção Básica - a experiência de São Bernardo do Campo
Janainny Magalhães Fernandes, Vinicius Santos Sanches, Kátia Fernanda Trentini Fraga, Edineide de Jesus Sousa, Sueli Capana, Rodrigo Taricani, Renata Maia, Camila Mantovani Domingues

Última alteração: 2017-12-28

Resumo



Apresentação:

Em 2016, o município de São Bernardo do Campo implantou os projetos de “Fisioterapia Territorial” na Atenção Básica a fim de propiciar um cuidado continuado e coletivo pela Estratégia de Saúde da Família (ESF) para as pessoas com dor crônica. Desde então, nos territórios da saúde, que compõem as Unidades Básicas de Saúde (UBS) pela estratégia, vêm sido realizadas ações de prevenção, promoção e recuperação da saúde, onde a “Fisioterapia Territorial” se transformou em um projeto de Cuidados Integrados para a Dor Crônica, realizado de maneira interdisciplinar em todos os territórios.


Descrição da Experiência:

Este projeto inclui atividades semanais nas UBS com práticas corporais orientadas, educação em saúde em rodas de conversa e aplicação de técnicas das práticas integrativas e complementares, como auriculoterapia e Lian Gong. Participam do grupo profissionais da ESF e Núcleo de Apoio à Saúde da Família, onde, a cada encontro, são abordados assuntos relacionados ao autocuidado e promoção da saúde, tais como uso racional de medicamentos, incentivo à desmedicalização e uso de fitoterápicos, nutrição e alimentação, exercícios para relaxamento muscular, dentre outras que surgem de demanda dos usuários. Os usuários participantes são avaliados individualmente de maneira integrativa e depois convidados à participar do grupo. Os exercícios realizados são globais, funcionais e sem contraindicações, podendo todos os participantes realizar, dentro de sua condição e limitação funcional.


Impactos:

Algumas dificuldades encontradas para a qualificação do projeto é a dificuldade de retaguarda da Atenção Especializada para os casos de maior complexidade ou de reagudização do quadro álgico; a participação efetiva de profissionais que não são da reabilitação, a fim de ampliar o cuidado para além dos sintomas e disfunção; aumento da demanda reprimida, posto que os usuários que não conseguem acesso aos serviços especializados devido à dificuldade de locomoção para a reabilitação, visto que estes serviços ficam em regiões centrais, e os usuários preferem realizar o cuidado próximos de suas casas; falta de materiais para as práticas e auriculoterapia. Ao passo que as potencialidades dos grupos estão justamente no acesso ao cuidado, com trabalho realizado no território e próximo às pessoas; a maioria dos usuários relatam melhora no quadro álgico, na qualidade do sono, na percepção corporal, no autocuidado, no humor, nas atividades funcionais e laborais da vida diária, principalmente aqueles que recebem auriculoterapia concomitante aos grupos; realização de práticas corporais sem custo e sem necessidade de uso de materiais que gerem gastos para o usuário e serviço; redução da automedicação dos usuários; diminuição de consultas, exames e encaminhamentos para quadros de dor crônica para a Atenção Especializada (e consequentemente redução dos gastos em saúde); redução da medicalização e aumento do uso de fitoterápicos, massagem, termoterapia e autocuidado corresponsável.


Considerações finais:

Acreditamos que com esses benefícios, a proposta desse projeto possa servir de estímulo aos gestores e profissionais do SUS, para serem implantados em toda a Atenção Básica, no intuito de fortalecer a coletividade, o trabalho em equipe, a corresponsabilização do cuidado, promoção de práticas e ambientes saudáveis para além da doença e a desmedicalização da vida.



Palavras-chave


Atenção Básica; Dor Crônica;