Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2018-01-22
Resumo
APRESENTAÇÃO: os programas de residência multiprofissionais são considerados pela Organização Mundial de Saúde, estratégias inovadoras em que os profissionais são preparados para trabalhar em equipes capazes de desenvolver práticas colaborativas. A figura central é o residente e os mentores de sua formação são chamados de tutores e preceptores. Neste ensaio vamos discutir a formação e atuação do tutor nas atividades da residência.
DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: A residência multiprofissional é reconhecida como curso de Pós-Graduação lato sensu e segue normativas das IES formadoras. A função de tutor caracteriza-se por atividade de orientação acadêmica de preceptores e Residentes. No caso deste trabalho, a reflexão gira em torno do fazer-se docente de instituição federal de ensino e tutor concomitantemente. As atividades da universidade seguem o tripé ensino-pesquisa-extensão. Por vezes docentes compõe também o quadro de programas de pós graduação strito senso, atividade com elevado rigor e métrica nacional baseada na produtividade. Assim, o docente se percebe, tutor de residência, sobrepondo o eixo do tripé de formação, em outro nível, na modalidade lato-senso – residência com total de 5760 horas em 24 meses. Desenvolver um plano de trabalho exequível as realidades as quais os residentes vivenciam, bem como acompanhar o desempenho e qualidade de atividades exige capacidade metodológica, fundamentação teórica, vivencia e articulação com o sistema de saúde e seus gestores. Além de suas funções específicas, os tutores devem participar do planejamento e implementação das atividades de educação permanente em saúde para os preceptores, estimular ações voltadas à qualificação dos serviços e desenvolvimento de novas tecnologias para atenção e gestão em saúde e articular integração entre os diferentes níveis de formação.
RESULTADOS: A falta de recursos provenientes dos Ministérios para alavancar os programas por meio de incentivos financeiros aos colaboradores de todas as instâncias têm se mostrado limitantes na execução da residência multiprofissional. O desafio de ser docente e tutor num sistema de atenção à saúde em construção na perspectiva amazônida, com suas distorções e imperfeições, tem sido enfrentado com sucesso, na dor e na delícia de aprender o exercício real da residência multiprofissional em todo país. Ademais, as RMS são Programas em crescimento no país e estão se consolidando devido ao seu formato de aprendizagem, agregando ensino e serviço, formando profissionais qualificados com foco no trabalho multiprofissional. É mister a responsabilidade dos centros formadores com a instrução dos profissionais da área da saúde, sendo que esse processo deve refletir a realidade social, política e cultural, fundamentados pelos princípios e diretrizes do SUS, para o trabalho no SUS.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: Reconhecemos os programas de RMS como estratégia de reorientação da atenção básica, inserindo jovens qualificados no mercado de trabalho, norteados pelos princípios e diretrizes do SUS, a partir de necessidades e realidades locais e regionais, entretanto, incentivos, valorização e reconhecimento institucional pela figura do tutor devem ser debatidas e normatizadas no Brasil.