Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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IMIGRANTES HAITIANOS E EQUIDADE NO ACESSO AO SUS (SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE) em Curitiba PR
Sandra Katsue Aquino Guiotoku

Última alteração: 2017-12-15

Resumo


Objetivos: A pesquisa trata do estudo de três famílias de Haitianos em Curitiba PR, sua trajetória, moradia, acesso a saúde pelo (SUS) Sistema Único de Saúde, e condição de saúde bucal. A saúde é um bem público global e um direito fundamental de todos os seres humanos. As políticas públicas de saúde, portanto, não devem estar restritas a um conceito limitado de saúde (PUCCINI; CECILIO, 2004). O acesso à saúde é um direito não apenas para os cidadãos naturalizados, mas todos os que vivem no país. Neste contexto, os imigrantes e refugiados são populações que necessitam de uma atenção especial do ponto de vista do planejamento da saúde pública (BRASIL, 2005), por apresentarem vulnerabilidades, diferenças culturais, idioma, histórico de saúde, além das vulnerabilidades morais encontradas como a estigmatização, o racismo e a xenofobia. Apesar da base legal, neste início do século XXI, os Estados Nacionais ainda enfrentam dificuldades para legitimar, perante a sociedade e seus representantes, o aumento de investimentos na área da saúde em valores suficientes para alcançar parâmetros de equidade, igual consideração no acesso ao tratamento e alocação de recursos, entre ricos e pobres, brancos e negros, nacionais e imigrantes (MARTES & FALEIROS, 2011). A condição de saúde bucal de uma população pode ser considerada como um marcador de acesso a serviços, equidade e cuidado em saúde, uma vez que pode explicitar iniquidades relacionadas aos determinantes sociais da saúde. Metodologia: Abordagem familiar por meio de entrevista no domicílio e exame clínico bucal, estratégias inexistentes no seu País de origem, o Haiti. Ênfase ao letramento em saúde e em saúde bucal para as gestantes, por meio de folders em seu idioma oficial, o crèole. Resultados: Foram examinadas doze pessoas. Chegaram há 2 anos no Brasil. Moram de aluguel. Uma das famílias possui uma gestante de risco, que faz o pré-natal na Unidade de Saúde. A segunda família tem um bebê nascido no Brasil, e uma criança de 7 anos. Na terceira família residem sete pessoas, sendo uma família com 4 componentes, uma gestante com um filho de 8 anos e três agregados adultos. As crianças aprenderam rápido o idioma pois estão matriculadas na escola pública e traduzem para os adultos a nossa entrevista domiciliar. O CPO-D médio (índice de dentes cariados, perdidos e obturados) entre os adultos foi 3, com predomínio do componente P (perdido) e o ceo-d (índice de cariados, perdidos e obturados) das crianças é zero. Considerações finais: pretende-se contribuir para a compreensão da imigração e do migrante como uma condição que pode ser transitória ou não, porém que demanda políticas públicas de saúde, acolhimento, trabalho e promoção da saúde e do ser humano.

 

 


Palavras-chave


Palavras – chave: Imigrantes haitianos; acesso; saúde; saúde bucal.