Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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A Saúde mais perto das comunidades Ribeirinhas: gestão comprometida com a efetivação do SUS no município de Tefé-Amazonas.
Elizete Souza de Azevedo, Maria Adriana Moreira

Última alteração: 2018-01-26

Resumo


Introdução

O presente trabalho trata-se do rearranjo organizacional da gestão como uma alternativa para melhor descentralizar os serviços de saúde, garantindo o atendimento às populações menos favorecidas, além de permitir a reintegração social de pessoas preteridas pelo isolamento geográfico.  O objetivo da gestão foi redefinir o arranjo organizacional da Equipe Saúde da Família Ribeirinha-ESFR do município, visando ampliar e qualificar o acesso das populações ribeirinhas, dispersas e distante da sede. A cidade de Tefé é um município do interior do Estado do Amazonas, banhada pelo Rio Solimões, pertence à Mesorregião do Centro Amazonense e Microrregião do Triângulo.

Desenvolvimento

Primeiramente foi realizado quatro (4) projetos de adequação da Equipe Ampliada de Saúde da Família Ribeirinha com o objetivo de implementar as ações da Atenção Básica em sua integralidade como estratégia prioritária para sua organização de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde-SUS. Foram selecionados as quatros (4) equipes Estratégias Saúde da Família-ESF que atuam diretamente nas comunidades ribeirinhas, sendo que uma (1) era equipe Estratégia Saúde da Família com Saúde Bucal, duas (2) eram equipes Estratégia Saúde da Família-ESF e uma (1) era equipe Estratégia Saúde da Família Ribeirinha-ESFR tradicional. Com a adesão ao programa mais médico a Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA) de Tefé conseguiu disponibilizar de profissionais médicos atuando junto às comunidades ribeirinhas bem como os demais profissionais que compõem a equipe.

Os projetos para adequação das equipes possibilitou redesenhar o território, ampliar o número de comunidade, profissionais de nível fundamental (ACS), nível técnico (técnico de enfermagem) e nível superior de cada equipe, visando fortalecer a difusão de informação, proporcionar encontro com os moradores e futuros cidadãos que faz uso do sistema, promover a prevenção em saúde e desenvolver a responsabilidade da população para uma melhora da qualidade de vida das comunidades ribeirinhas de Tefé e áreas limítrofes.

Considerando as características geográficas de território (vasta rede hidrográfica e grande extensão territorial) assim como, a dispersão da população em localidades de difícil acesso, o município de Tefé no afã de atender aos princípios da universalidade e da equidade no acesso ao Sistema Único de Saúde – SUS buscou-se a adequação do serviço através do arranjo organizacional para operacionalizar as equipes ribeirinhas para a efetiva realização de ações regulares da Atenção Básica de maneira integral às populações. Para a realização de tais atendimentos, fez-se necessário um arranjo organizacional logístico complexo, incluindo a previsão dos custos para a disponibilização das unidades de apoio e as embarcações para o transporte dos profissionais e a permanência dos profissionais no local, assim como instalações para realizar os atendimentos.

Com a nova territorialização as equipes foram definidas com o número de unidade de apoio e embarcações diferentes. A ESFRSB área 10 corresponde ao baixo rio Solimões, lago do Jutica e lago do Catuá - fora mapeada com quatro (4) Unidade de Apoio, sendo uma (1) na Comunidade Bela Conquista, uma (1) na comunidade Porto Nazaré, uma (1) na comunidade do Jutica e uma (1) na comunidade Nova Sião e, quatro (4) pequenas embarcações, a ESFRSB área 11 corresponde ao baixo rio Solimões, lago do Caiambé e rio Caiambé - fora mapeada com três (3) Unidade de Apoio, sendo uma (1) na comunidade Severino, uma (1) na comunidade Cairara e uma (1) na comunidade São José do Igarapé Açú e, quatro (4) pequenas embarcações, a ESFR área 14 corresponde ao Lago de Tefé, Paranã de Tefé e Costa de Tefé - fora mapeada com quatro (4) Unidade de Apoio, sendo uma (1) na comunidade Missão, uma (1) na comunidade São Luiz do Macarí, uma (1) na comunidade Santa cruz e uma (1) na comunidade Nossa Senhora do Perpetuo Socorro e, quatro (4) pequenas embarcações e a ESFRSB área 19 corresponde ao rio Solimões - fora mapeada com duais (2) Unidade de Apoio, sendo uma (1) na comunidade Santo Isidoro e uma (1) na comunidade São Benedito e, duas (2) pequenas embarcações. Cada unidade de apoio tem um território de abrangência delimitado pela gestão com o apoio de alguns cidadãos das comunidades ribeirinhas, controle social da SEMSA que conhecia o território, trabalhadores da vigilância em saúde – endemias que atua diretamente nas comunidades ribeirinhas, um arranjo organizacional construído pelo quadrilátero.

O projeto de adequação da Equipe Ampliada de Saúde da Família Ribeirinha – ESFR foi apreciado pela comissão de Assistência do Conselho Municipal de Saúde-CMS de Tefé e em seguida encaminhado como pauta da reunião ordinária do CMS para ser votado/aprovado pelos CMS e encaminhado para Comissão Intergestores Bipartite – CIB, aprovado e encaminhado ao Ministério da Saúde.

Resultados

O projeto de adequação da Equipe Ampliada de Saúde da Família Ribeirinha – ESFR foi aprovado, publicado a portaria em setembro apenas de uma ESFRSB e em outubro publicado a outra portaria com as demais ESFR, assegurando o arranjo organizacional da gestão em qualificar e aprimorar as equipes bem como as ações de saúde a população ribeirinha.

Valorizou o cidadão da comunidade que tem curso técnico em enfermagem para atuar junto a equipes na unidade de apoio.

Possibilitou uma equipe multidisciplinar no território ribeirinho, ampliando as ações de saúde e o desenvolvimento de educação permanente como estratégia de transformações no território vivo, visando a qualidade de vida desta população.

Garantiu descentralizar o serviço de saúde a população ribeirinha, tornando possível acontecer em tempo oportuno nas comunidades.

Considerações Finais

A gestão pela sensibilidade em compreender que a dinâmica para implementar as ações de saúde nas comunidades ribeirinhas deve, antes de tudo, transcorrer por um diálogo com as mais diversas realidade de atendimento para efetivação integral da assistência à saúde.

Acredita-se que a equipe multidisciplinar possibilitará a ampliação das ações e ainda assim, promoverá a inclusão participativa dos cidadãos junto a programação das atividades enriquecendo as fortalezas e atenuando as fraquezas, levando em consideração as estratégias oriundas dos atores da comunidade e dos profissionais de saúde, visando fortalecer e assegurar a continuidade das transformações geradas pelo quadrilátero construído ao longo das ações.


Palavras-chave


Gestão, Saúde, Ribeirinha