Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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As tecnologias leves como potencializadoras no processo de trabalho de duas equipes do município de Timbó-SC.
Roseli Werner

Última alteração: 2018-01-25

Resumo


A Saúde da Família é a estratégia prioritária para expansão e consolidação da Atenção Básica (AB) no Brasil. O município de Timbó-SC conta com 10 Unidades de Saúde da Família (USF) e 12 Equipes de saúde da Família (ESF). Duas das 10 USF comportam em suas estruturas duas equipes de saúde da família por conta do número de pessoas adstritas em seus territórios. Os profissionais enfermeiros gerenciam as unidade de saúde da família, cujo papel é de mediador, de articulador. Espera-se que esses profissionais gerenciem dentro de uma perspectiva participativa, onde o objetivo é alcançado pelo esforço coletivo. Este manuscrito relata a experiência de duas equipes de saúde da família contidas numa mesma unidade de saúde, que conseguiram transformar seus processos de trabalho e consequentemente, os resultados em saúde através da comunicação efetiva, do espírito de solidariedade, da escuta qualificada e do objetivo em comum que é a saúde da população: situações tecnológicas consideradas leves por Merhy (2002). Estas equipes utilizaram da empatia, da escuta qualificada, da comunicação efetiva entre os profissionais para mudar o jeito de produzir cuidado e assim tornar o ambiente de trabalho mais agradável a todos e atender de maneira mais humanizada as necessidades do usuário. As duas equipes de saúde, por meio do fortalecimento de relações interpessoais conseguidos pela escuta qualificada, empatia, do “deixar-se afetar pelo outro”, uniram-se para cuidar dos dois territórios adstritos de maneira compartilhada. Portanto, os profissionais da equipe 1 apoiam os profissionais da equipe 2 nos cuidados que forem necessários e vice-versa, fazendo com que as duas equipes tornem-se uma só. As reuniões de equipe, os grupos de educação em saúde são realizados em conjunto. São realizadas consultas compartilhadas com profissionais de uma e outra equipe, matriciamentos, construção de projetos terapêuticos singulares. Há uma troca de saberes significantes entre profissionais e entre profissionais e usuários, possibilitando um olhar mais ampliado sobre o usuário, melhor entendimento do contexto em que vive. A produção de dados é feita diariamente, no ambiente da USF. Observa-se no cotidiano a satisfação dos usuários através de relatos verbais voluntários, no que se refere ao acolhimento, resolução de suas necessidades. Outro fato é que todos os profissionais da UBS tornaram-se referência para os usuários, além da figura do médico, iniciando um movimento de quebra da hegemonia médica. Hoje tem-se uma equipe mais unida e motivada para trabalhar, a resolução de conflitos é feita dentro da própria equipe. Observa-se diminuição considerável de encaminhamentos desnecessários a outros pontos da rede. Os usuários estão satisfeitos e confiam no trabalho de cada profissional da equipe, diminuindo os encaminhamentos ao profissional médico. Através da perspectiva participativa de gerenciar, de diálogos cheios de empatia, tem-se um ambiente de trabalho favorável para os profissionais, o que permite formas mais criativas de resolução de problemas. No trabalho em saúde cada encontro é uma oportunidade de transformação de si e do outro. Essas duas equipes aproveitam a oportunidade do encontro para transformar seus processos de trabalho e assim, o cuidado ao usuário.

 


Palavras-chave


trabalho; comunicação; gestão.