Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Simulação no ensino de Atenção Primária a Saúde: como fazemos?
Soraya Maria de Medeiros, Raphael Raniere de Oliveira Costa, José Carlos Amado Martins, Verónica Rita Dias Coutinho, Marília Souto de Araújo

Última alteração: 2018-05-27

Resumo


Nos últimos anos, muito se tem incentivado a mudanças no currículo dos profissionais de saúde e de enfermagem para atuarem no contexto da Atenção Primária à Saúde. Dentre estas mudanças, recomenda-se o desenvolvimento e implementação da simulação durante a formação. Temáticas como o trabalho em equipe, comunicação efetiva, humanização, educação em saúde, consulta de enfermagem em diferentes contextos e populações, imunização e outros procedimentos, podem ser trabalhados a partir de cenários realistas em ambiente controlado. Nessa perspectiva, o trabalho teve por objetivo relatar a experiência de especialistas na construção e execução de cenários de simulação aplicados ao ensino de enfermagem no contexto de Atenção Primária à Saúde. Trata-se de um relato de experiência das etapas metodológicas utilizadas para o desenvolvimento de cenários e simulações aplicados a projetos de ensino e investigação em desenvolvimento na Universidade Federal do Rio Grande do Norte/Brasil e na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra/Portugal, no período de março a dezembro de 2017. Para a construção dos cenários de simulação, é preciso que estabeleça objetivos a serem contemplados em três etapas, a saber: planejamento, implementação e avaliação. No planejamento, é indispensável que se pense sobre o público o qual irá ser contemplado com a experiência da simulação, na estrutura disponível, os tipos, simuladores e finalidades da simulação, e nas formas de avaliação. Além disso, é indispensável que se estabeleça um objetivo claro e que seja compatível com o nível de conhecimento do estudante, competências e habilidades do currículo. Disponibilizar os meios para a realização do cenário, aferir realismo e o tempo para execução também são elementos relevantes. Informações como descrição de casos, orientação de fala para atores, diagrama de seguimento e debriefing devem estar descritos no documento de cenário. Ao utilizar atores na função de pacientes/usuários, deve-se levar em consideração a sua caracterização, o treinamento e capacidade de atuação. A fidelidade implica em melhor satisfação e aprendizado do estudante. Por fim, deve-se avaliar as atividades desenvolvidas. Avaliações somativa, formativa, de cenários, e de discussão sobre a ação e para a ação (debriefing), podem ser utilizadas nesta etapa. No contexto relatado, seguir essas etapas tem ajudado a melhor estruturar os projetos de ensino e de investigação a partir do uso da simulação. Espera-se que a descrição das etapas metodológicas apresentadas possam esclarecer possíveis arestas que inviabilizam o uso dessa estratégia por docentes inexperientes e ou iniciantes no contexto do ensino de enfermagem em Atenção Primária à Saúde.  A partir do encorajamento e uso da simulação no currículo de enfermagem espera-se que se possa alcançar melhorias na formação de profissionais enfermeiros e a capacidade de enfrentar e modificar as realidades de saúde, nas quais possam ser inseridos.


Palavras-chave


Simulação; Ensino de Enfermagem; Atenção Primária à Saúde.