Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Oficinas de Preceptoria para profissionais da Atenção Primária: Experiência de educação Permanente
Wellington Bruno Araujo Duarte, Vívian Rodrigues Alves, Maria Juliana Dantas de Paula Marques, Camila Cavalcanti de Brito, Fabiana Antunes Leitão, Jarlan Carvalho de Souza, Gisele Gouveia Muniz, Renato Hugo Ramos de Freitas

Última alteração: 2018-01-25

Resumo


O município do Jaboatão dos Guararapes está situado no litoral do estado de Pernambuco, na região metropolitana do Recife, tendo uma área total de 258.694 km² e uma população estimada em 695.956 pessoas (IBGE, 2017).O território municipal está dividido em sete regionais político-administrativas, contendo em cada uma delas uma Coordenação Regional de Saúde (JABOATÃO DO GUARARAPES, 2017). O município apresenta cobertura de Atenção Básica de 55,61%, considerando a Estratégia Saúde da Família com cobertura de 53%(BRASIL, 2017). As oficinas de preceptoria que subsidiaram esse trabalho foram resultado do Projeto Aplicativo desenvolvidos pelos profissionais de saúde do Jaboatão, concluintes da especialização em Preceptoria no SUS pelo Hospital Sírio Libanês. Para a elaboração delas, se utilizou a metodologia da Espiral Construtivista (LIMA, 2017) que se utiliza de metodologia ativa, fazendo do educando peça ativa no processo de ensino-aprendizagem. As oficinas foram divididas em 04 encontros presenciais, onde no primeiro se discutiu aproximação com a metodologia, a formação de grupos e a explanação dos perfis de competência do preceptor no SUS. Os encontros subsequentes discutiram esses perfis, a saber: perfil de educação, atenção a saúde e gestão. Os participantes foram divididos em 4 grupos de 15 pessoas, sob coordenação de um facilitador. A carga horária total foi de 40 horas.

O objetivo deste trabalho foi descrever a experiência de realização de oficinas de preceptoria para profissionais de saúde da APS no município do Jaboatão dos Guararapes, PE.

Como resultados tem-se a participação nas oficinas de 60 profissionais das categorias médico, agente comunitário de saúde, enfermeiro, dentista e profissional do NASF, que realizam preceptoria de estudantes/residentes das universidades, cursos técnicos e residências em saúde da região metropolitana do Recife. A maioria do sexo feminino (80%), 98% efetivos, com média de idade de 34 anos e média de tempo de trabalho no município de 02 anos, sem histórico de realização de curso preparatório para preceptoria. Foi percebido durante os encontros uma maior valorização do perfil de educação pelos profissionais, mas sem subsídios para avaliação dos educandos, o desconhecimento do papel de preceptor pelo agente comunitário de saúde, a valorização de práticas de ensino tradicionais em detrimento da metodologia ativa, a desarticulação entre ensino-serviço-comunidade, a dificuldade de tempo para realizar discussão com os educandos e de trabalho interdisciplinar. Como pontos positivos foi citada a preceptoria como momento de aperfeiçoamento do trabalho e formação de profissionais para o SUS. Os profissionais consideraram as oficinas importantes para aprimoramento da preceptoria e do próprio processo de trabalho, além da criação de vínculos, num processo rico de troca de conhecimentos.

Como considerações finais torna-se necessário considerar importante a educação permanente dos profissionais da APS para o fortalecimento da preceptoria dos profissionais de saúde em formação, aprimorando as práticas dos preceptores a partir das reflexões durante o acompanhamento dos educandos, contribuindo para o fortalecimento do SUS Escola e oferecendo cuidado de qualidade para a população. Nesse sentido, faz-se fundamental que os gestores, profissionais de saúde, controle social e as instituições de ensino estejam integrados no processo de ensino-aprendizagem.


Palavras-chave


saúde da família; educação permanente; atenção primária à saúde