Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA ATRAVÉS DA AGRICULTURA FAMILIAR, UMA AÇÃO MULTIDISCIPLINAR
Amanda Sthefpanie Ferreira Dantas, Robson Diego Calixto, João Enivaldo Soares de Melo Junior, Stelacelly Coelho Toscano de Brito, Erika Rêgo da Cruz, Elielson Paiva Sousa

Última alteração: 2017-12-18

Resumo


Apresentação: Cada lugar tem suas especificidades quanto aos hábitos alimentares, estes estão atrelados também aos costumes de uma população, a sua cultura, a sua regionalidade atribuindo, portanto, aos seus alimentos mais que um valor nutricional, mas uma significação, uma representação da sua regionalidade, da identificação social e cultural e esse contexto reflete diretamente em uma alimentação saudável de uma dada população. Neste contexto, é essencial preservar tais práticas bem como incentivar a produção e o consumo de alimentos saudáveis (como por exemplo hortaliças, legumes e frutas), sempre considerando o contexto social e cultural relacionados às práticas alimentares. Sendo assim, no campo da agricultura familiar há uma significância cada vez maior em se produzir hortaliças e frutas com padrões de qualidade, que sejam livres de agrotóxicos para não prejudicar o meio ambiente, resguardando os princípios da segurança alimentar como potencializando não só em âmbito de subsistência, mais como fator gerador de lucro do seio familiar, haja vista essas práxis são desenvolvidas com baixo custo e suporte tecnológico. Por conseguinte, o desenvolvimento dessas práticas sustentáveis de produções de alimentos de boa qualidade relacionados para o uso direcionado da população/família, tornou-se uma proposta dos profissionais de saúde para uma dieta mais saudável em a população brasileira e mundial, visando a diminuição da obesidade, atuando na prevenção contra doenças crônicas e não transmissíveis. Outrossim, trata-se da importância do papel dos setores públicos, entidades sociais e de ensino, no que tange a responsabilidade de estimular e proporcionar mudanças sociais e ambientais em níveis coletivos, como por exemplo a agricultura familiar, atrelando as técnicas do plantar, colher e consumir com o exercício do aprender, gerando saúde e qualidade de vida através das práticas tradicionais. Dentro desta perspectiva as ações educativas em ambiente escolar, podem ser entendidas como uma forma de abordagem que, enquanto processo amplo na educação, proporciona construir um espaço muito importante na veiculação de novos conhecimentos e práticas relacionadas a promoção da saúde, logo a educação tem tido um significado muito importante por colaborar na orientação de ações práticas, trazendo com isso resultados e melhorias na qualidade de vida e no fortalecimento do sujeito como um todo. Em vista disto o profissional enfermeiro, enquanto educador em saúde contribui na aquisição de autonomia para identificar e utilizar as formas e os meios de preservar e melhorar a qualidade de vida de seus clientes, na qual os cuidados de enfermagem vão além de uma visão assistencialista ao usuário, mas tem como objetivo principal a promoção e prevenção de agravos a saúde. Objetivo: Elaborar uma ação educativa sobre importância da agricultura familiar para a saúde no cenário escolar rural. Descrição da experiência: trata-se de um relato de experiência de natureza descritiva na qual visa estimular a agricultura familiar como uma ferramenta de apoio da saúde. A vivência foi proporcionada pelo Estágio Nacional de Extensão em Comunidades (ENEC), no mês de julho de 2017, onde graduandos do curso de enfermagem da Universidade Federal do Pará (UFPA) e de odontologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) em união com um engenheiro agrônomo da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), desenvolveram uma ação educativa em uma escola municipal de Marí, interior da Paraíba, atingindo 35 alunos do 5º e 6 º ano, de ambos os sexos, com faixa etária estimada de 6 a 9 anos de idade. Sendo que esta experiência na comunidade teve apoio do Projeto de Pesquisa e Extensão Vivências de Extensão em Educação Popular em Saúde no SUS (VEPOP-SUS) e coordenado pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). E para darmos início a ação educativa, foi solicitado que cada criança falasse uma palavra que se relaciona com o seguinte questionamento, ‘O que a agricultura familiar representa para você?’. Mediante o seu ponto de vista, a palavra exposta foi anexada em um quadro para que todos pudessem analisá-las posteriormente. Em seguida, tendo como base as palavras escolhidas pelo público-alvo, houve a exposição dialógica, conduzida por três estudantes da área da saúde, enquanto o profissional agrônomo permanecia na assistência caso houvesse a necessidade de intervenção durante a explicação do assunto, cujo os temas eram o é ‘Agricultura, a importância da agricultura familiar’ e ‘Os males do uso de agrotóxicos’, com duração de 10 a 15 minutos. À frente desse momento, foi aplicado o jogo de palavras cruzadas intitulado de “Plantando e colhendo saúde” para a análise do entendimento do assunto abordado sendo que os viventes ficaram responsáveis por guiar, sanar possíveis dúvidas e estimular a participação ativa das crianças durante o decorrer do jogo. Subsequentemente, foi oferecido mudas com plantas de tomate, alface e rúcula juntamente com adubo para o início de uma horta na escola e cada criança ficou responsável por cuidar da sua planta, com amor e material orgânicos, objetivando uma colheita mais segura e saudável. Resultados: A ação educativa obteve-se excelentes repercussões nas quais satisfizeram os objetivos propostos pelos alunos através da ação, pois o público aceitou o tema abordado com muita atenção, mostrando-se bastantes ativos e participativos no decorrer do momento. Ressalta-se a ideia de que ao uso de agrotóxicos não é saudável, porém defenderam que a colheita é mais rápida e gera um movimento de capital maior para as famílias com pequena propriedade. Foi possível perceber também que algumas crianças não possuíam interesse em permanecer no campo, considerando a cidade bem mais atrativa para a construção do seu futuro profissional, e isto acarreta profundas consequências para o binômio campo-cidade, o que se é produzido na área rural é consumido nas metrópoles e sem a mão de obra agrícola, a economia nacional será abalada a longo prazo. Conclusão/Considerações Finais: O profissional enfermeiro tem o dever de desenvolver ambientes que propiciem a troca de conhecimentos com a finalidade de transformar, mudar ou adequar-se à realidade do seu usuário, independentemente do sexo, raça ou por idade. Mediante a isso, constatou-se que o conhecimento repassado através da ação educativa, estimulou a reflexão do público, tanto no seu âmbito escolar quanto familiar, tendo assim o compromisso do prosseguimento do projeto. Dessa maneira, comprovando que a educação em saúde é uma ferramenta imprescindível para a empoderamento da sociedade na qual utiliza o conhecimento transmitido e absorvido, para transformar positivamente do processo-saúde doença. Logo, a orientação da população em prol da obtenção de uma ingesta alimentar mais saudável é uma das funções dos profissionais da saúde, contudo é indispensável o auxílio de outras ciências, como a agronomia confirmando então a importância da agricultura familiar objetivando plantar e colher saúde.


Palavras-chave


Comunicação Interdisciplinar; Educação em Saúde; Educação Alimentar e Nutricional