Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UM PACIENTE COM DIAGNOSTICO DE TRAUMA CRÂNIO ENCEFÁLICO INTERNADO EM UM HOSPITAL PÚBLICO DE SANTARÉM – PARÁ
Cássia Fernanda Penha Lima, Irineia de Oliveira Bacelar Simplicio

Última alteração: 2017-12-21

Resumo


Apresentação: Considera-se Traumatismo Crânio Encefálico – TCE qualquer lesão decorrente de um trauma externo, comumente ocorre o surgimento de sequela, que podem ser transitórias ou permanentes, ocasionadas por alterações anatômicas do crânio/encéfalo tais como: fratura dos ossos do crânio, laceração do couro cabeludo, assim como o comprometimento das meninges, encéfalo e vasos, resultando em alterações cognitivas ou funcionais decorrente da força transferida ao crânio e pode ser classificado em lesão primária ou secundária. As lesões primárias são aquelas que iniciam no momento do trauma e estão diretamente ligadas à forma e intensidade de energia recebida. As lesões secundárias começam a se estabelecer logo após o traumatismo, cuja causa ainda está diretamente ligada ao mesmo. Há basicamente dois tipos de fenômenos biomecânicos nas lesões primárias: impacto e inércia. No primeiro, a energia é aplicada sobre uma área relativamente pequena do crânio. Dependendo da quantidade de energia recebida, poderá haver uma gama variável de lesões, desde simples escoriação no couro cabeludo, até afundamento do crânio com perda de substância cerebral. As lesões secundárias decorrer da interação de fatores intra e extra cerebrais, levando à morte celular, que não foram afetadas no momento do trauma, mas que sofrem consequências posteriores. Essas alterações localizadas caracterizam a chamada “lesão focal”. Já no segundo tipo de fenômeno, a inércia, o cérebro sofre aceleração e desaceleração bruscas e absorve a energia cinética. Nesta situação, as forças agirão sobre as estruturas cerebrais provocando ruptura de estruturas vasculares, nervosas e do próprio tecido cerebral. Entre as diversas causas de TCE, as principais são causadas por acidentes com meios de transporte (acidentes automobilísticos, motociclísticos, atropelamentos e acidentes ciclísticos), agressões físicas (com ou sem o uso de armas) e as quedas. No Brasil, as ocorrências crescem a cada dia, sendo a maior causa de morte entre indivíduos na faixa etária de 10 a 29 anos. Em todo país, são mais de 100 mil vítimas fatais, com estimativa de uma morte para cada três sobreviventes, que evoluem com sequelas graves. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de caso, vivenciado em um hospital público no município de Santarém-Pará, durante as aulas práticas da disciplina de Enfermagem em Clínica Médica, ofertada no 5° semestre do Curso de Enfermagem da Universidade do Estado do Pará- UEPA Campus XII, no período de setembro e outubro de 2017. As informações foram obtidas através da anamnese e exame físico, utilizou-se da observação sistemática e dirigida seguido da aplicação da Sistematização de Assistência de Enfermagem - SAE, de acordo com a taxonomia da North American Nursing Diagnosis Association - NANDA 2015-2017. Resultados e/ou impactos: No dia 06 de agosto de 2017, o paciente W.F., 29 anos, solteiro, mecânico, sofreu um acidente de motocicleta no município de Monte Alegre, Pará. O mesmo se encontrava sozinho no veículo auto motor, sem capacete, e na queda bateu a cabeça no chão. No dia 07 de agosto de 2017, o mesmo deu entrada no serviço de urgência e emergência de um hospital público do município de Santarém- Pará, veio acompanhado por familiares e pela equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU, referenciado por meio do Tratamento Fora do Domicílio - TFD, com diagnóstico de TCE grave, com de Glasgow=5. W.F passou pela reanimação, UTI e foi admitido na clínica médica no dia 15 de setembro de 2017. O diagnóstico foi de TCE com lesão difusa bilateral. Na admissão apresentava história de hipertermia intermitente há 15 dias, tosse com expectoração através de traqueostomia.  Tax: 38,1ºC, PA: 130/70 mmHg, resultados de hemograma dentro dos parâmetros de normalidade. Durante sua internação foi realizada a SAE, obtendo-se os seguintes diagnósticos de enfermagem: “Alteração Sensorial Perceptiva” relacionada a lesão cerebral, caracterizado por ausência de resposta aos estímulos verbais. “Troca de Gases Prejudicada” relacionado a atividade neuromuscular prejudicada e imobilidade secundária a sedativos. “Mobilidade Física Prejudicada” relacionada a disfunção cerebral evidenciada pela ausência de movimentos coordenados. “Comunicação Verbal Prejudicada” relacionada a consequências da traqueostomia, evidenciado pela incapacidade de falar. “Risco de Infecção” devido a punção subclávia. “Padrão Nutricional Alteração” evidenciado pela ingestão menor que as necessidades do corpo, relacionado ao estado hipermetabolíco e nível de consciência. “Alteração na Eliminação Urinária” relacionado a diminuição do tono esfincteriano evidenciado pela incontinência e uso da sonda vesical de demora. As intervenções propostas foram: Mantar via aereas pérvias através da limpeza da cânula interna da traqueostomia; avaliar nível de consciência através da escala de Glasgow; observar alterações na consciência; executar procedimento obedecendo as técnicas assépticas lavagem das mãos antes e após procedimentos; higienização corporal diária; prevenir o aparecimento de sinais flogísticos; hidratar a mucosa labial com manteiga de cacau; administrar medicação prescrita de horário; observar o volume e aspecto da urina drenada e realizar balanço hídrico; limpeza diária da inserção da sonda; manter o sistema de drenagem estéril; mudança de decúbito a cada 2 horas e o uso de coxins em proeminências ósseas; manter sonda nasogástrica fechada e higienizada; priorizar a fisioterapia respiratória e motora. Os resultados esperados são: Alcançar níveis respiratórios satisfatórios; manter melhor fluxo de oxigênio; reduzir edema cerebral; manter pressão intracraniana dentro dos padrões de normalidade; recuperar a percepção sensorial; observar alterações na consciência; manter mucosa labial hidratada; evitar aparecimento de processos infecciosos e sinais flogísticos. Considerações Finais: A experiência vivenciada foi desafiadora para os acadêmicos do curso de enfermagem, porém foi possível obter um arsenal de informações e aprendizagem durante as práticas de enfermagem na clínica médica, proporcionando o desenvolvimento de habilidades e competências necessárias ao atendimento de qualidade, fundamentado em evidencias cientificas.  Possibilitou a aplicação do processo de enfermagem, proporcionando conhecimento aprofundado da assistência de enfermagem prestada ao paciente vítima de trauma crânio encefálico grave, bem como o reconhecimento da sistematização de assistência de enfermagem como ferramenta de extrema importância na prescrição de intervenções de enfermagem. Outra constatação foi em relação aos aspectos de curativos que se apresentam mais eficazes, quando existem profissionais treinados e capacitados em prestar um cuidado sistematizado, individualizado e humanizado ao

Palavras-chave


TCE; Diagnósticos de enfermagem; Intervenções de enfermagem