Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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A estruturação da RAPS e a articulação entre os seus dispositivos na cidade de Manaus
Juliana de Souza Izidio do Prado Prado, Adriana Rosmaninho Caldeira de Oliveira, Érika Lucia de Mesquita, Hítalla Fernandes dos Santos

Última alteração: 2018-01-15

Resumo


Ao considerar o contexto de organização e operacionalização do SUS em um sistema de Redes de Atenção à Saúde (RAS), que prioriza a articulação entre os serviços e as ações, de diferentes densidades tecnológicas, objetivando a eficiência da gestão do sistema e a garantia do cuidado de forma integral, busca-se compreender a implantação e o funcionamento da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), mais especificamente na cidade de Manaus, a partir do levantamento do processo histórico da mudança no modelo das práticas de cuidados em saúde mental na cidade, que preconiza o desenvolvimento de ações em determinados serviços de saúde e a criação de dispositivos especializados, todos trabalhando de forma cooperativa e articulada.

A estruturação da RAPS para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do SUS, prevê como seus componentes a atenção básica à saúde; atenção psicossocial estratégica; atenção de urgência e emergência; atenção residencial de caráter transitório; atenção hospitalar; estratégias de desinstitucionalização e estratégias de reabilitação psicossocial.

No contexto de Manaus, em outubro de 2013, o gestor municipal implantou a iniciativa de reorganização do sistema de saúde pública municipal chamada de Rede Saúde Manauara, elencando questões consideradas como prioritárias para intervenção, das quais a saúde mental foi excluída, mesmo diante da estimativa de que aproximadamente 242.436 pessoas na cidade necessitam de algum atendimento em saúde mental, seja ele contínuo ou eventual.

Atualmente, a RAPS, em Manaus, conta com os serviços de dois CAPS do tipo III para adultos, um na Zona Norte da cidade e outro na Zona Sul; um CAPSI do tipo II, para crianças e adolescentes; um CAPS AD do tipo III, para adultos que fazem uso problemático de álcool e outras drogas; um Centro de Reabilitação em Dependência Química; um serviço de Residência Terapêutica; o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), e o serviço de emergência psiquiátrica hospitalar do CPER.

Percebe-se que a oferta de serviços constituintes da RAPS ainda é insuficiente para garantir o atendimento da demanda populacional de Manaus. Além disso, serviços estratégicos como as unidades de acolhimento, os serviços de atenção em regime residencial, e na esfera hospitalar, os leitos de saúde mental e as enfermarias psiquiátricas, ainda não foram implantados, sendo que o CPER permanece como o único serviço que oferece atendimento em regime hospitalar de emergência e internação breve.

Quanto à articulação entre as equipes dos diferentes dispositivos, entende-se o modelo de matriciamento, ou apoio matricial, como proposta para a construção de um trabalho compartilhado, sendo que, para o município de Manaus não existem dados oficiais sobre tal prática, fato esse que, juntamente com a escassez dos serviços já implantados, e a ausência de unidades essenciais para o atendimento da complexidade dos agravos que envolvem a saúde mental na cidade, são fatores que podem ser problematizados quando se discute a atenção integral proposta pela RAPS.


Palavras-chave


Rede de Atenção Psicossocial; Gestão do Cuidado; Cuidado Compartilhado