Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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PERFIL HÁBITUAL DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE
Alex dos Santos Carvalho

Última alteração: 2018-01-22

Resumo


É possível visitar a literatura atual para encontrar vários estudos relacionados a perfil, indicadores de pressão arterial, doenças crônicas não transmissíveis, dentre outros (OLIVEIRA et. al. 2015; LIMA et. al. 2016; OLIVEIRA et. al. 2013; COLOMBO e DERQUIN, 2008; FERRAZ e AERTS, 2005). Porém, ainda não se tem muita informação sobre esses dados em profissionais da área da saúde, principalmente nos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), pessoas estas que lidam diariamente com vários tipos de doenças, sejam elas transmissíveis e não transmissíveis, são estes trabalhadores quem realmente tem o contato diário com esse público, tanto nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), quanto dirigindo-se em suas casas, nas visitas domiciliares.

No estudo de Porto et. al. (2016), foram identificados achados que sugerem que estes indivíduos reconhecem os riscos à sua saúde, sobretudo a partir dos indicadores morfológicos, mas ignoram a importância de manter valores relacionados a pressão arterial adequados e de ter uma prática regular de Atividade Física (AF) com o intuito de postergar o surgimento de alguma condição crônica, maléficas ao organismo, o que poderá influenciar na sua autopercepção da saúde num futuro não muito distante. Contudo, devemos lançar um olhar profundo nesta população, pois, além de darem instruções de saúde à população, eles também deveriam cuidar de sua própria saúde, e em muitos casos vemos que isto não vem ocorrendo.

Com este estudo, pretendemos encontrar um norte para este paradigma, onde os ACS poderão através dos resultados obtidos, conhecer a sua aptidão física, bem como, noções básicas para a melhora de seu estilo de vida. Ainda assim, esperamos que através deste estudo os próprios ACS comecem hábitos de vida saudáveis através da prática de AF e uma boa alimentação, para evitar futuras doenças, e ter uma melhora na sua qualidade de vida. Deste modo, o objetivo geral deste estudo foi identificar o perfil antropométrico e pressórico de agentes comunitários de saúde do município de Uruguaiana-RS.

Esta é uma pesquisa quantitativa de caráter descritivo e transversal.

Quantitativa: Pois ela traduz em números as opiniões e informações adquiridas para serem classificadas e analisadas no referido estudo. Utilizam-se de técnicas estatísticas (RODRIGUES, 2007).

Descritiva: Pois, segundo Gaya (2008) a pesquisa descritiva tem por finalidade observar, registrar e analisar os fenômenos sem, entretanto, entrar no mérito de seu conteúdo. Na pesquisa descritiva não há interferência do investigador, que apenas procura perceber, com o necessário cuidado, a frequência com que o fenômeno acontece.

A População da pesquisa segundo a Secretaria de Saúde do município de Uruguaiana é de 105 ACS que encontram-se em atividade atualmente no 2º semestre de 2017, e a amostra foi composta por 61 ACS trabalhadores nas ESFs do município de Uruguaiana-RS, totalizando 58% da população geral, dando mais veracidade e validade aos nossos dados. Os demais ACS não demonstraram interesse em participar, ou não se encontravam presentes nas EFSs no momento da coleta dos dados.

Para explicar os procedimentos avaliativos e pedir a autorização dos avaliados foi encaminhado um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), onde foi detalhado todos os procedimentos que seriam adotados, bem como, dados gerais da pesquisa, informações relevantes.

Para o recolhimento dos dados dos avaliados, foi usado um questionário semi-estruturado, criado pelos próprios pesquisadores, passado pela aprovação do comite ético da URCAMP/alegrete, com questões fechadas e semi-abertas, referente à: Nome; idade; sexo; escolaridade, estado cível, etc. Também constou com outras questões norteadoras, para a identificação do perfil desta população.

Através deste questionário adaptado, observamos que 90% da amostra são do sexo feminino e apenas 10% são do sexo masculino. Alguns autores atribuem o progressivo aumento de mulheres que atuam como ACS ao fato de elas desempenharem, instintivamente, o papel de cuidador na sociedade (BEZERRA, et al., 2005; FERRAZ e AERTS, 2005).

A amostra possui um ponto que os difere muito, a idade cronológica, pois temos idades entre 20 e 63 anos, uma diferença significativa que não interfere no sentido da pesquisa, pois os sujeitos foram avaliados e os resultados de cada instrumento se apresentam de acordo com a individualidade de cada um, onde observamos que a maioria, 65,58% da amostra esta na faixa etária de 30 a 49 de idade, 19,67% tem idade de 20 a 29 anos e apenas 14,75% tem idade acima dos 49 anos.

Resultados semelhantes foram encontrados no estudo de Vasconsellos e Costa-Val (2008), com ACS, onde observou-se que 96,7% eram mulheres e apenas 3,3% eram homens, sendo a média das idades de 33 anos (18 anos a 57 anos; ±11 anos). A grande maioria possuía 2º grau completo (78,3%), 10% incompleto, 10% relataram ter cursado o 1º grau, sendo 6,7% de forma completa e 3,3% incompleta. Apenas 1,7% dos ACS relataram terem curso superior.

Em relação ao estado civil, podemos destacar que 50,82% da amostra são casados ou tem união estável, 36,07% são solteiros e apenas 13,12% são viúvos, divorciados ou separados. Em relação aos dependentes, a maioria 54,10% tem de 1 a 2  filhos e apenas 14,75% da amostra relataram não ter filhos, 24,59% relatam ter 3 filhos e 6,56% da amostra tem 04 ou mais filhos. Vasconsellos e Costa-Val (2008), referente ao estado civil, verificou-se que 41,6% eram solteiros, 40% casados, 6,7% viviam como casados e 5% eram divorciados ou separados, o que não os difere muito de nossos resultados. Na investigação de Chaves et. al. (2015) a maioria dos participantes era casada ou vivia em união estável (54,7%). Em relação aos dependentes foi observado no estudo de Ferraz e Aerts (2005), que 13% não tem filhos, 30% tem de 1 a 2 filhos e 36% tem 3 filhos ou mais.


Palavras-chave


AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE