Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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PERFIL ANTROPOMÉTRICO E PRESSÓRICO DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE URUGUAIANA-RS
Alex dos Santos Carvalho, Fausto Pereira de Pereira

Última alteração: 2018-01-25

Resumo


É possível visitar a literatura atual para encontrar vários estudos relacionados a perfil antropométrico, indicadores de pressão arterial, doenças crônicas não transmissíveis, dentre outros (OLIVEIRA et. al. 2015; LIMA et. al. 2016; OLIVEIRA et. al. 2013; COLOMBO e DERQUIN, 2008; FERRAZ e AERTS, 2005). Porém, ainda não se tem muita informação sobre esses dados em profissionais da área da saúde, principalmente nos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), pessoas estas que lidam diariamente com vários tipos de doenças, sejam elas transmissíveis e não transmissíveis, são estes trabalhadores quem realmente tem o contato diário com esse público, tanto nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), quanto dirigindo-se em suas casas, nas visitas domiciliares.

No estudo de Porto et. al. (2016), foram identificados achados que sugerem que estes indivíduos reconhecem os riscos à sua saúde, sobretudo a partir dos indicadores morfológicos, mas ignoram a importância de manter valores relacionados a pressão arterial adequados e de ter uma prática regular de Atividade Física (AF) com o intuito de postergar o surgimento de alguma condição crônica, maléficas ao organismo, o que poderá influenciar na sua autopercepção da saúde num futuro não muito distante. Contudo, devemos lançar um olhar profundo nesta população, pois, além de darem instruções de saúde à população, eles também deveriam cuidar de sua própria saúde, e em muitos casos vemos que isto não vem ocorrendo.

Esta é uma pesquisa quantitativa de caráter descritivo e transversal.

Quantitativa: Pois ela traduz em números as opiniões e informações adquiridas para serem classificadas e analisadas no referido estudo. Utilizam-se de técnicas estatísticas (RODRIGUES, 2007).

Descritiva: Pois, segundo Gaya (2008) a pesquisa descritiva tem por finalidade observar, registrar e analisar os fenômenos sem, entretanto, entrar no mérito de seu conteúdo. Na pesquisa descritiva não há interferência do investigador, que apenas procura perceber, com o necessário cuidado, a frequência com que o fenômeno acontece.

A População da pesquisa segundo a Secretaria de Saúde do município de Uruguaiana é de 105 ACS que encontram-se em atividade atualmente no 2º semestre de 2017, e a amostra foi composta por 61 ACS trabalhadores nas ESFs do município de Uruguaiana-RS, totalizando 58% da população geral, dando mais veracidade e validade aos nossos dados. Os demais ACS não demonstraram interesse em participar, ou não se encontravam presentes nas EFSs no momento da coleta dos dados.

No estudo realizamos avaliação antropométrica da região da cintura e do quadril, a avaliação do IMC, através da altura e do peso, e ainda, a aferição da pressão arterial dos ACS no momento da coleta dos dados. As avaliações foram realizadas no próprio local de trabalho dos ACS, ou seja, nas ESFs.

Foram utilizados como matérias de avaliações, 1 (uma) balança da marca Omron HBF 214 Digital”, para até 150 Kg. A estatura foi aferida com estadiômetro de parede, que estão presentes em todas as ESFs. O IMC foi calculado com as medidas de massa corporal e estatura. Os pontos de corte de IMC adotados foram os preconizados pela Organização Mundial da Saúde, (1997). A RCQ foi calculada a partir da divisão do valor obtido na circunferência de cintura pela da circunferência de quadril, medidas estas obtidas com o uso de 1 (uma) fita métrica de 1,5 metros, exclusiva para avaliação de medidas antropométricas. Os pontos de corte adotados foram os preconizados pela Organização Mundial de Saúde (2000).

Para a mensuração da pressão arterial, foi utilizado o método auscultatório com auxílio de Esfigmomanômetro aneróide da marca “G-TECH/Premium”, com Estetoscópio ESFHS50, certificados pelo “Inmetro”,  após o avaliado manter repouso na posição sentada por cerca de 5 minutos. A classificação dos resultados encontrados foi realizada segundo critérios da Sociedade Brasileira de Cardiologia (2010). Também foi perguntado se o avaliado possuía alguma doença crônica não transmissível.

Através das verificações de massa corporal e estatura para a classificação do Índice de Massa Corporal (IMC), podemos destacar que o valor mínimo encontrado na amostra foi de 19,4 kg/m² e o valor máximo foi de 46,8 kg/m², onde destacamos que a média geral do IMC da amostra, foi de 28,1 kg/m². Destacamos que no estudo, apenas 16,39% dos ACS estão no peso adequado, segundo a tabela da organização mundial de saúde, 24,59% estão levemente acima do peso. Um dado que nos preocupa é que 32,79% estão com grau I de obesidade e 26,22% da amostra estão em níveis de obesidade graus II e III, que os coloca em níveis altos de risco para a qualidade de vida e saúde.

Corroborando com a pesquisa (ANJOS, 2006) onde, aproximadamente 50% da população brasileira apresentam algum grau de excesso de massa corporal (sobrepeso/obesidade) segundo o Índice de Massa Corporal – IMC, o que coloca ao Brasil um sério problema nutricional. Segundo Monteiro e Conde (2000), o aumento dos índices de obesidade tem sido atribuído aos rápidos declínios no gasto energético dos indivíduos decorrentes das mudanças dos hábitos de vida e de trabalho, com a redução da atividade física e predomínio das ocupações que demandam menor esforço físico.

Em relação aos fatores de risco referente à Relação Cintura x Quadril, destacamos em nosso estudo, que a maioria, 55,74% dos ACS tem alto risco de adquirir doenças cardiovasculares, e apenas 44,26% da amostra encontra-se no grupo de baixo risco, segundo o Ministério da Saúde.

Estudos prospectivos mostram que a gordura localizada no abdômen é fator de risco para doenças cardiovasculares e, consequentemente, o maior risco de morbidade e mortalidade quando não tratadas essas alterações (REZENDE et al., 2006). O excesso de peso e, especialmente, a obesidade abdominal correlaciona-se com a maioria dos fatores de risco cardiovascular, principalmente com níveis elevados de triglicérides e reduzidos de HDL e o aumento do LDL, apresentando maior impacto sobre a elevação da Pressão Arterial.

Através da variável, pressão arterial, observamos que 44,26% da amostra encontra-se com níveis de pressão normal, 26,23% têm os níveis baixo de pressão arterial, 9,84% estão classificados como limítrofe e 19,67% dos ACS, estão com níveis considerados de Risco (Hipertensos, estágios 1, 2 e 3) segundo o Ministério da Saúde.

Corroborando com a nossa pesquisa, Contanzi et. al. (2009), dizem que a hipertensão arterial tem atingido cerca de 30% dos indivíduos adultos em nosso país. Constituindo-se entre o grupo de doenças cardiovasculares como um dos principais fatores que mais ocasionam mortes. Ainda segundo os autores, estudos têm apresentado indícios de que a hipertensão arterial sistêmica no adulto é uma patologia que se pode iniciar durante a infância.

Neste mesmo sentido, Porto et. al. (2016) encontram em seu estudo níveis parecidos, onde 56% foram considerados com pressão arterial ótima e 44% não ótima.

A hipertensão arterial é considerada como uma doença que associa-se a um agregado de distúrbios metabólicos, entre eles estão: a obesidade, o aumento da resistência a insulina, o diabetes mellitus. Segundo Nascente e colaboradores (2010) estudos epidemiológicos tem identificado a associação positiva da hipertensão arterial às características sociodemográficas, ao consumo de álcool, à ingestão de sódio, ao estresse, ao diabetes, à obesidade e ao sedentarismo.


Palavras-chave


PERFIL ANTROPOMÉTRICO; PRESSÃO ARTERIAL; AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE