Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2017-12-20
Resumo
A Cartografia está voltada para o acompanhamento de percursos, implicação em processos de produção, conexão de redes ou rizomas, investigação das formar de produção da subjetividade. O ato de Cartografar refere-se à capacidade de criar mapas, mapas moventes, atentando para as linhas que os contornam, enxergando o modo como se processa esse contorno no mundo. Trata-se de analisar as linhas de forças, as tensões, os movimentos que esses territórios mapeados se constituem esse fazer contínuo, sempre em constante mapeamento, mutante. Esta é uma publicação/partilha dos diários cartográficos produzidos na experimentação de devir residente em Saúde da Família - SF, ou seja, um Relato de Experiência, da importância da cartografia na formação Residência Integrada em Saúde da Escola de Saúde Pública do Ceará – RIS/ESP/CE, na cidade de Tauá, Ênfase Saúde da Família. O cenário de prática da ênfase Saúde da Família e Comunidade, no contexto da RIS, compõe-se por duas Unidades Básicas de Saúde - UBS, nas quais há residentes inseridos em quatro equipes de Estratégia de Saúde da Família - ESF, sendo esse o território que ocupou/materializou esse estudo. Como objeto desse estudo tomamos a potência da experimentação da cartografia na formação RIS, nossos objetivos - geral: a) cartografar os territórios existenciais e processos de subjetivação que compõe as ESF no cenário de prática ris; específicos: b) caracterizar os territórios existenciais dos usuários alvos do cuidado em saúde; c) analisar processos de subjetivação dos profissionais da saúde da família. Para isso, foi realizada a territorialização em saúde e a experimentação da construção do Fluxograma Analisador com as equipes de referência SF, apoio a SF e residentes em SF. O fluxograma analisador foi usado como uma ferramenta para questionar os objetivos dos processos de trabalho do serviço, interrogando os “para que”, os “que” e os “como” desses processos, operando na autoanálise e autogestão do trabalho. Já o processo de territorialização consistiu no conhecimento dos determinantes e condicionantes sociais/ambientais/históricos/políticos/econômicos que atravessam a histoória do lugar e das pessoas que habitam determinada área geográfica, os quais influenciam na construção da saúde, bem como os processos de subjetivação aí emaranhados. Os resultados da análise dos processos de subjetivação e caracterização dos territórios existenciais dos residentes, trabalhadores e usuários das ESFs cenário de prática desse estudo apontam para desejos de mundo, expressando linhas de forças da vida molar, maleável e molecular, segmentaridade e singularidade, bem como processos de territorialização e desterritorialização. Permitiu ainda o conhecimendo dos fluxos e processos de trabalho na unidade de saúde, visualizando onde deve haver melhorias para otimizar os processos e oferecer melhor acolhimento/resolutividade das necessidades de saúde dos usuários, bem como os movimentos/momentos de potência de vida dos trabalhadores/profissionais nessa delicada construção do cuidado em saúde.