Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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O Cantinho do Chá : Vivências e práticas de acolhimento na Unidade Básica de Saúde do Grotão em João Pessoa
Andre Luis Bonifacio de Carvalho, Maria Janilce Oliveira Magalhaes, Helio Batista de Araujo Terceiro, Lucas Wanderley da Nobrega Faria de Barros, Hugo Salomão Furtado Grangeiro Mirô, Maria do Carmo de Amorim

Última alteração: 2018-01-15

Resumo


Apresentação:

O Projeto Cantinho do Chá vem sendo desenvolvido desde julho de 2017, como estratégia de intervenção no intuito de aprimorar as práticas de acolhimento, no âmbito da UBS do Grotão em João Pessoa, tendo em vista as avaliações negativas feitas pela população. Sua organização deu por meio de uma aliança entre trabalhadores, Residente de Medicina de Família e Comunidade (RMFC-UFPB) e  estudantes de graduação de medicina a princípio e posteriormente estudantes de fisioterapia e terapia ocupacional da UFPB, que propuseram a organização de uma nova dinâmica de acolhimento na UBS, buscando ressignificar a escuta, mudando parte da ambiência da UBS, integrado às ações de saúde, práticas vinculadas a uma horta comunitária, propiciando o uso de plantas medicinais na produção e consumo de chás;  introduzindo práticas de aurículoterapia e organização de grupos de trabalho. Sendo assim a construção do referido projeto buscou propiciar a vivência de alunos(as) de graduação e pós-graduação, no âmbito da Unidade Básica de Saúde (UBS) do Grotão,  partindo do reconhecimento de um processo vivenciado pelas equipes na relação com a população adscrita, potencializando mecanismos de escuta em sinergia com as atividades da horta, reconhecendo as práticas populares no uso de plantas medicinais no apoiando a promoção de seu uso como elemento constitutivo da ação terapêutica, propiciando aos alunos envolvidos o contato com estratégias pedagógicas capazes de ampliar sua percepção para os múltiplos aspectos do processo saúde-doença.

Desenvolvimento do trabalho:

A referida proposta tem como base a construção de uma agenda de trabalho vinculada as ações da RMFC-UFPB, juntamente com os alunos de medicina (DPS/CCM) do primeiro ano e posteriormente a integração de alunos de fisioterapia e terapia ocupacional (DPS/CCM). Vinculados a este trabalho existem dois preceptores, um professor da UFPB/CCM/DPS,  e outro uma médica que juntamente com uma agroecologista, são vinculadas a UBS. Para dar vazão a referida agenda, foram realizadas uma série de reuniões com os Residentes e as equipes de saúde da UBS, alunos de graduação, como também feita a pactuação com a direção da UBS, propiciando a construção de linhas para a construção de uma agenda interna no intuito de qualificar as práticas do acolhimento.  As atividades são organizadas por semana, cada grupo de alunos possuem dinâmicas distintas, onde destacam-se: as práticas de acolhimento dos usuários, acompanhamento da escuta aos pacientes, participação dos grupos de trabalho com usuários da UBS, programação de oficinas e palestras para a comunidade, visitas guiadas às famílias e usuários na comunidade, reconhecimento do território e de seus equipamentos sociais, participação em reuniões com lideranças locais para conhecer a história do bairro, reconhecimento dos serviços e ações existentes nas UBS, participação de agendas de capacitação sobre as práticas envolvendo o manejo da horta, produção de chás feitos com as plantas medicinais, abordagem sobre auriculoterapia , aspectos inerentes a organização de um memento terapêutico, além dos  momentos de tutoria para a sistematização das experiências, com ênfase nas práticas integrativas. São trabalhados como instrumentos de aprendizado, a confecção de diário de campo e portfólio , com registro das experiências, impressões e estratégias vinculadas à qualificação do acolhimento, das práticas nos espaços dos grupos e reuniões na UBS, visitas às famílias, das práticas na horta e no uso de plantas medicinais. Cabe destacar também a montagem de um acervos de fotos e vídeo que ajudam na organização da memória do projeto.

  • Resultados e/ou impactos: os efeitos percebidos decorrentes da experiência ou resultados encontrados na pesquisa;

O projeto Cantinho do Chá, ainda é muito recente, mas podemos destacar o fortalecimeto dos trabalhos da Horta na Unidade Básica de Saúde, que já tem mais de 30 tipos de plantas, das quais 15 com registros na ansvisa, com possível utilização terapeuticas. A introdução do uso de chás na ritualistica do acolhimento de adultos e crinças, priorizando o uso das plantas da horta. A introdução de práticas qualificadas de escuta, a mudanças da âmbiencia da UBS e da lógica das equipes atenderem é um processo e franca construção. A adoção sistemático da aurículoterapia, como estratégia terapeutica, organziação de grupos de idosos e mulheres, a confecção de um memento terapeutico a partir das escutas dos usuários e as experiencias no manejo da horta tabém são resultados vivenciados no âmbito da UBS.

Considerações finais.

Como destacado, este é um processo muito recente, que vincula práticas acadêmicas envolvendo Residentes em Medicina de Família e Comunidade, alunos de graduação, docentes de uma Universidade Federal(UFPB), trabalhores(eas) de saúde, que no âmbito de uma UBS buscam construir uma aliança em torno da mudança de práticas envolvendo o aprimoramento das estratégias do acolhimento, na perspectiva da melhoria do acesso da população. Por ser um processo em franca construção, está sujeito a uma série de críticas, ajustes e reflexões no que tange às estratégias estabelecidas e as dinâmicas articuladas, porém do pouco que foi feito cabe destacar a (re)colocação da discussão do acolhimento na agenda das equipes, da gestão e da formação dos estudantes, passo importante para uma leitura mas solidária do cuidado em saúde.


Palavras-chave


Acolhimento;Vivência no SUS; Práticas Integrativas