Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2017-12-21
Resumo
Apresentação: compreende uma experiência de sistematização de revisão de literatura em bases de dados científicas a respeito da temática reabilitação psicossocial preconizada pela Reforma Psiquiátrica brasileira.
Desenvolvimento do trabalho: para a busca selecionou-se as seguintes bases de dados eletrônicas: LILACS, BDEnf; biblioteca digital da SciELO, no período de julho a setembro de 2017, para artigos compreendidos entre 2012 a 2017, utilizando-se as expressões: reabilitação psicossocial e saúde mental, reabilitação psicossocial e enfermagem psiquiátrica e tecnologias de cuidado e reabilitação psicossocial em português e inglês. Foi elaborada a seguinte questão: qual o cenário das tecnologias de cuidado em saúde mental como promotoras de reabilitação psicossocial? Os artigos foram selecionados para a análise de quais tecnologias são mais evidentes, quais as que precisam ser ampliadas; que dificuldades os profissionais e serviços apresentam a respeito do uso de tecnologias de cuidado em saúde mental, além das recomendações de estudos sobre como desenvolver tecnologias que realmente promovam o cuidado em saúde mental e a reabilitação psicossocial.
Resultados e impactos: foram encontrados 18 artigos que discorreram sobre as tecnologias utilizadas para o cuidado em saúde mental e a reabilitação psicossocial: 2 trataram das tecnologias que promovem trabalho e inclusão social; classificação das tecnologias de cuidado em saúde mental em leves (vínculo e escuta), leves-duras (saberes estruturados) e duras (prontuários e psicofármacos) (2); dificuldades com o uso de tecnologias em situações reais (1); e em decorrência da formação profissional e habilidades específicas (4); dificuldades para desenvolver tecnologias na articulação entre Centros de Atenção Psicossocial e Atenção Básica (1); efeitos das tecnologias em usuários (autoestima, qualidade de vida e redução do número de crises) (1); confirmação de Centros de Atenção Psicossociais como dispositivos para desenvolvimento de tecnologias (2); reabilitação psicossocial no território sem muitas perspectivas de execução (2); dificuldades para desenvolver tecnologias quanto à organização dos serviços e da realidade social (1); (tecnologias que realmente promovam autocuidado) (1); e tecnologias como redução de custos com a assistência e melhor efetividade (1).
Considerações finais: percebe-se um desencontro entre o uso de tecnologias de cuidado em saúde mental tanto na práxis dos profissionais quanto nos campos conceitual e técnico de saúde mental, e que as dificuldades sobre a utilização de tecnologias são visíveis em quase metade dos artigos pesquisados, dificuldades estas relacionadas à formação em saúde mental, à educação permanente e à gestão de serviços, assim como ainda é evidente a lacuna do paradigma psicossocial no contexto do cuidado em saúde mental.