Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2018-01-25
Resumo
Apresentação: A etiologia do câncer de colo de útero está associada à infecção cervical pelo HPV, sendo o principal precursor dessa patologia. A estratégia vacinal contra o HPV é uma política pública de saúde com maior eficácia para cessar a doença no futuro. Diante disso, o Ministério da Saúde do Brasil oferta desde o ano de 2014, três doses da vacina. Diante disso, objetivou-se analisar a cobertura vacinal contra HPV indivíduos de 9 a 13 nos municípios que compõem a Região de Saúde de Fortaleza-Ceará, no período de 2014 a 2016.
Desenvolvimento do trabalho: Consistiu em pesquisa descritiva, pois teve a finalidade de observar, analisar, classificar e interpretar os fatos ou fenômenos variáveis, sem que o pesquisador interferisse neles ou os manipulassem, com abordagem quantitativa, por meio de levantamento documental, buscando informações em material que ainda não recebeu tratamento analítico. A coleta dos dados ocorreu em setembro de 2017 a partir dos bancos de dados do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização. Por não envolver a participação de seres humanos, foi dispensável a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, conforme Resolução 466/12.
Resultados: No Ceará, a imunização com a vacina papilovírus humano quadrivalente alcançou 82,24% da população-alvo de 242.810 adolescentes, com 201.132 doses aplicadas. Em relação aos municípios investigados a primeira dose da campanha alcançou 167.432 indivíduos vacinados, atingindo a meta de 80% de cobertura vacinal para 2017, estabelecida pelo Ministério da Saúde. Já na segunda dose, o quantitativo foi de 130.657 vacinados, que apesar da redução, se manteve acima da cobertura nacional. Como possíveis causas dessa diminuição encontram-se: a baixa adesão à vacinação contra o HPV devido à hipersensibilidade aos componentes da vacina e efeitos adversos; a pouca eficácia das mensagens transmitidas pelas mídias e meios de comunicação estatal para promover nas pessoas a necessidade de adoção de medidas de proteção contra o HPV e, à mudança de local de vacinação, pois ocasionou a quebra da sua sistematização e não permitiu aumentar o vínculo entre serviços públicos de saúde e a comunidade escolar.
Considerações finais: Os resultados evidenciam que a cobertura vacinal de indivíduos de 9 a 13 anos de idade, aptos a receberem a vacina contra o HPV nos municípios investigados cumpriu a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde, para a primeira dose. Todavia, a quantidade de vacinas aplicadas na segunda dose ficou abaixo do preconizado. É importante a realização de estudos que investiguem a relação da mudança de locais da aplicação da segunda dose da vacina e sua relação com a diminuição da quantidade de indivíduos que receberam a segunda dose da vacina contra o HPV, como também confirmar se a ação pouco expressiva de divulgação da vacinação para a segunda dose influenciou na diminuição de indivíduos vacinados nos municípios investigados.