Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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SEGURANÇA DO PACIENTE EM UMA UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO: UMA ATIVIDADE EDUCATIVA
Ingrid Pujol Hanzen, Ana Paula Lopes da Rosa, Carine Vendruscolo, Denise Antunes de Azambuja Zocche, Elisangela Argenta Zanatta

Última alteração: 2017-12-18

Resumo


Apresentação: A segurança e a qualidade tornaram-se temáticas essenciais para assistência em saúde em todo o mundo, envolvendo colaboradores, administradores e usuários dos serviços. A busca por resultados que contemplem qualidade e otimização do atendimento tornou-se meta dentro das instituições de saúde. A sequencia de diversos eventos adversos com custos humanos e financeiros fez com que a questão da segurança do paciente emergisse e fosse objeto de reflexão, sendo inserida nas políticas públicas de vários países. Em paralelo à complexidade dos serviços de saúde e ao desenvolvimento tecnológico, há o aumento dos riscos, no entanto, estão sendo desenvolvidas estratégias simples e de baixo custo objetivando a redução de danos. Torna-se importante ressaltar que a segurança do paciente causa impacto na qualidade da assistência de enfermagem, para isso é necessário uma mudança na cultura dos profissionais, da existência de um sistema de registros, de uma política institucional voltada para a qualidade. Os profissionais de enfermagem são os mais envolvidos nesse processo, porém ainda existe desconhecimento da importância e de como desenvolver essa prática, com base em evidências científicas e de forma a garantir o princípio da integralidade da atenção a saúde. Nessa direção, o desenvolvimento de uma cultura de segurança, juntamente com a capacitação da equipe de saúde, torna-se um fator positivo na busca por boas práticas que garantam um atendimento seguro e de excelência. Os profissionais precisam compreender as questões relacionadas a segurança do paciente e sua repercussão nos processos de trabalho, assim como as consequências que o erro pode causar. É imprescindível que a equipe conheça os benefícios que a identificação segura garante tanto para o paciente quando para o profissional que presta o atendimento. A conscientização dos profissionais envolvidos é fundamental para o processo de adesão e implementação de processos de identificação segura. O objetivo dessa proposta é relatar a compreensão dos enfermeiros e auxiliares de enfermagem sobre o conceito de segurança do paciente. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um relato de experiência abordando o processo educativo de introdução ao conceito de segurança do paciente em uma unidade de pronto atendimento, no município de Chapecó, Santa Catarina. Os profissionais envolvidos foram os auxiliares de enfermagem e enfermeiros atuantes nos turno matutino e no vespertino. O encontro foi conduzido pela enfermeira responsável pelo estudo. Foram realizados dois encontros com duração de 30 minutos com cada equipe de trabalho, abordando a temática sobre segurança do paciente. Os encontros tiveram com mediador a enfermeira do projeto de intervenção, e foram realizadas da seguinte forma: conhecimento inicial da percepção sobre segurança pelos técnicos, introdução da temática, contribuições para melhora da prática atual. Para a compreensão do que cada profissional tinha como conceito de segurança do paciente foram realizados debates entre os componentes de cada equipe, fazendo com que cada um expusesse sua percepção acerca da temática. Ao final foram pactuadas medidas para inserção de condutas que promovessem práticas seguras. Resultados e/ou impactos: Sobre o conhecimento dos profissionais sobre segurança do paciente, a maioria dos participantes vinculou o ambiente às boas práticas de enfermagem, exemplificando até questões como ausência de vigilante no serviço e uso dos nove certos no preparo e administração de medicações. As equipes identificaram diversos riscos e erros em situações atendimento, foi reforçado que existe sub notificação dos casos. Os profissionais compreendem o atendimento seguro como parte do seu trabalho, porém não sendo efetivo em muitas ocasiões. Conhecer a percepção dos profissionais acerca da temática faz com que possam ser articuladas ações de educação em saúde, nesse contexto, reforçando a segurança do paciente, buscando a redução dos eventos adversos e, consequentemente, melhorando a qualidade do atendimento. Essa percepção dos profissionais da unidade é percebida quando os mesmos relatam reconhecer as falhas de segurança e quais seriam as formas de evita-las, essa evidencia faz com que seja enfatizada a busca por boas práticas no atendimento. Esse momento foi crucial para a introdução da cultura de segurança nos conceitos das equipes, devido à reflexão causada. Percebeu-se que a maioria dos profissionais ao refletirem sobre os erros durante a assistência foram remetidos a criação de uma consciência de responsabilidade profissional. As duas equipes concluíram que necessitam ser mais atentas quanto a segurança do paciente, observar os riscos previníveis e agir de forma a evitar que eventos adversos ocorram. Desde a realização das reuniões, os processos de identificação no cadastro e triagem estão ocorrendo com mais frequencia, porém, percebe-se que ainda falta participação total e verdadeiro entendimento dessas práticas tanto por enfermeiros quanto por técnicos. Como contribuições para a prática diária foram pactuadas mudanças para que os erros possam ser minimizados, entre as sugestões foi decidido que os pacientes devem possuir documento de identificação para poder consultar na unidade de pronto atendimento. Em casos de urgência/emergência o acompanhante ou paciente devem fornecer pelo menos data de nascimento e informações que possam ser comprovadas via pesquisa no sistema. Os auxiliares de enfermagem, após a intervenção, demonstraram mais atenção durante os atendimentos, e a grande parte deles tenta efetivar as boas práticas. Foi percebido que o profissional que mais demonstrou resistência à inserção de um atendimento com processos de segurança foram os enfermeiros da unidade de pronto atendimento. A maioria prefere seguir protocolos distintos e confiar em práticas anteriores, como não checagem dos dados do paciente no momento da triagem. Isso reforça o entendimento de que os profissionais tendem a acreditar que não cometem erros e com isso menosprezar práticas de segurança. A qualidade do atendimento vinculada a cultura da segurança é um processo lento que vai se efetivando conforme adesão e compreensão dos profissionais envolvidos nos processos de assistência. Considerações finais: Algumas das formas de inserção da cultura de segurança dentro dos ambientes de trabalho são os momentos de capacitação, que levam os profissionais a refletirem sobre suas práticas e, no coletivo, pensarem formas de atenção e cuidado seguras e de qualidade. A equipe demonstrou maturidade profissional ao identificar os erros e a ausência de protocolos de segurança durante o atendimento profissional. Torna-se essencial reforçar que o paciente, desde sua admissão até a alta, é responsabilidade da instituição, sendo que está deve garantir uma assistência que evite danos a saúde. Os movimentos educativos e reflexões sobre essa temática devem ser frequentes de forma que os profissionais de enfermagem envolvidos criem percepções críticas e construtivas, resultando em melhores práticas na sua própria forma de produzir saúde e cuidado.


Palavras-chave


Segurança do Paciente; Pronto Atendimento; Assistência de Enfermagem