Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Projeto ALFA – Manaus e Defesa Civil promovendo ensino de primeiros socorros e prevenção de acidentes em locais remotos da capital Amazonense.
Ana Paula de Souza Lima, Adilton Correa Gentil Filho, Amanda Ellen de Morais, Gabriela Barros Bessa, José Lucas Quadros de Sá, Adriano Pessoa Picanço Júnior, Arthur Gabriel Gonçalves Bisneto, Max Walber Lima Freitas

Última alteração: 2017-12-20

Resumo


O conhecimento acerca de primeiros socorros e prevenção de acidentes pode ser a diferença entre a vida e morte de um indivíduo. Através da parceria entre a Secretaria Executiva de Proteção e Defesa Civil Municipal e o Projeto ALFA–Manaus, tem sido abordado o manejo de situações de acidentes em locais onde não se têm fácil acesso aos serviços de saúde, como comunidades urbanas periféricas e ribeirinhas adjacentes. O Projeto ALFA - Manaus, desde 1997, é um projeto pertencente à Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Amazonas, que tem como objetivo ensinar de acordo com os protocolos mais atualizados, através de aulas teóricas e práticas, prevenção de acidentes e primeiros socorros. O presente trabalho tem o intuito de demonstrar como tais atividades são realizadas, englobando o modo como o assunto é abordado pela equipe, bem como os impactos sobre as populações e contribuições à formação médica. Os temas das palestras foram: introdução ao socorro; reanimação cardiopulmonar; obstrução de vias aéreas; afogamento; hemorragias; queimaduras; fraturas; entorses; luxações; intoxicação; convulsão e acidente vascular cerebral. A abordagem realizada foi de fácil entendimento e buscou-se utilizar uma linguagem acessível, evitando a utilização de termos técnicos. Ao fim das palestras, ocorreram monitorias de reanimação cardiopulmonar e desobstrução de vias aéreas, onde o público pôde praticar em um boneco de simulação o que aprendeu nas palestras, possibilitando uma melhor aprendizagem. O contato entre acadêmicos, oficiais civis e comunitários permitiu troca de experiências em diversos níveis. Aos alfistas foi permitido compartilhar as noções de primeiros socorros e saúde a um público distinto, onde prevalece o conhecimento empírico e em que o acesso a informação é bastante restrito. Assim, a instrução teve de ser adaptada a realidade de cada comunidade local, de forma a agregar conhecimento técnico valorizando a cultura e os saberes populares. As metodologias ativas e estratégias de ensino-aprendizagem foram desenvolvidas e adaptadas pelos membros do projeto, que contaram com a tutoria e suporte da equipe de oficiais da defesa civil, permitindo atuação em equipe multiprofissional ainda na graduação. As comunidades puderam expor suas vivências, tirar suas dúvidas e de modo recíproco pode compartilhar seus conhecimentos com os alunos, apresentando-os ao seu modo de vida e realidade local. Os acadêmicos de medicina romperam fronteiras territoriais e institucionais importantes, podendo chegar em locais distantes e singulares. Dessa forma, ao mesmo tempo que passam a contribuir com a educação em saúde e a ter contato com cenários práticos que enriquecem sua formação médica-humanitária, voltada às necessidades da população, também têm a oportunidade de aprender com os profissionais, já experientes em atuar com este público heterogêneo, e com as comunidades que os recebem com disposição e interesse. Assim, essa experiência foi relevante para a crescimento acadêmico e pessoal dos membros do projeto além de levar a comunidade noções essenciais de prevenção de acidentes e de primeiros socorros que contribuem para salvar vidas.


Palavras-chave


Educação em saúde; Medicina comunitária; Medicina.