Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2018-01-21
Resumo
Apresentação: O Agente Comunitário de Saúde (ACS) tem um papel importante no acolhimento e reconhecimento dos problemas de saúde da população, pois faz parte da comunidade. Desta forma, a troca de experiências entre ACS e a comunidade ao qual ele é membro, pode propiciar contribuições principalmente em medidas terapêuticas para o tratamento e prevenção de doenças, dentre as quais, incluem o uso de plantas medicinais. A utilização de plantas medicinais é uma das mais antigas medidas terapêuticas da humanidade. Por serem naturais e de baixo custo, são largamente utilizadas como alternativa por populações de baixo nível educacional e poder aquisitivo, ou associadas com práticas religiosas e culturais, mesmo carecendo de explicações sobre sua ação farmacológica e consequentemente indicação apropriada por profissional habilitado. Estudos apontam que o consumo de plantas medicinais por mulheres é mais frequente em relação aos homens, pois as mulheres costumam gerir a saúde de seus familiares e estão envolvidas em atividades domésticas, o que facilita o cultivo e uso de plantas. Portanto, o objetivo deste trabalho foi descrever o consumo de plantas medicinais entre mulheres que trabalham como agente comunitário de saúde nas comunidades ribeirinhas de Coari-Amazonas. Desenvolvimento do trabalho: Estudo transversal que faz parte de um projeto maior, intitulado “Saúde e práticas terapêuticas entre Agentes Comunitários de Saúde do município de Coari – Amazonas”. Participaram da pesquisa 111 ACS da zona rural e utilizado um instrumento de coleta de dados previamente elaborado, com questionários composto por questões socioeconômicas, demográficas e de consumo de plantas medicinais. A coleta de dados foi realizada entre os meses de outubro e novembro de 2017, durante as reuniões mensais de entrega de produção. Resultados: Dentre os 111 entrevistados, 53 eram do sexo feminino com idade entre 25 a 60 anos e 28 (52,8%) delas consumiram plantas medicinais de diferentes espécies nos 30 dias anteriores as entrevistas. O estudo apontou que cerca de 51% consumiram mais de 3 plantas medicinais. Entre as plantas mais frequentes destaca-se o capim santo (Cymbopogon citratus) com 13,6% de consumo, erva cidreira (Melissa officinalis) com 8,5% e o boldo (Vernonia condensata) com 6,8% de uso. 70% das entrevistadas usam as folhas das plantas e 90% como forma de preparo usam o chá. Considerações Finais: Os resultados obtidos permitiram concluir que o consumo de plantas medicinais pelas mulheres é comum e os chás são usados com maior frequência para cura ou prevenção de doenças. Isto pode esta relativo ao difícil acesso aos serviços de saúde ou a tendência tradicional em que mulheres tendem a dominar melhor o conhecimento sobre remédios e plantas específicos a tratar problemas específicos de seu sexo ou ainda de tradições que são herdados de seus familiares que detêm maior conhecimento em relação a utilização de plantas medicinais.