Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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VULNERABILIDADE SOCIAL DE IDOSAS HIPERTENSAS E DIABÉTICAS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Yara Macambira Santana Lima, Gessica Rodrigues Silva, Gessica Rodrigues Silva, Gisele Ferreira de Sousa, Gisele Ferreira de Sousa, Sheyla Mara Silva Oliveira, Sheyla Mara Silva Oliveira, Livia de Aguiar Valentim, Livia de Aguiar Valentim

Última alteração: 2018-01-25

Resumo


 

Introdução: A inversão da pirâmide demográfica brasileira é um fenômeno atual ocasionado pelo aumento da expectativa de vida nos últimos anos. Estima-se que até 2025 mais de 50% da população brasileira estará com idade acima de 50 anos, deixando o país em sexto lugar no ranking relacionado a longevidade. Com o aumento do número de idosos longevos alguns aspectos têm despertado o interesse cientifico, considerando que juntamente com a idade avançada faz-se necessário medidas para garantir a assistência e qualidade de vida. No entanto o termo qualidade de vida na terceira idade apresenta alguns pontos importantes que devem ser levados em consideração sendo eles: o bem-estar físico e mental, a condição financeira, o acesso ao atendimento de saúde, a interação social com pessoas do mesmo grupo etário, o apoio familiar, sexualidade, a pratica de atividade fisica, autonomia e principalmente a independência deste idoso.            Dentro deste contexto é essencial que aprendamos a lidar com a pessoa idosa de maneira não autoritária, analisando a situação de forma concreta e permitido a relação entre saúde e o bem-estar biopsicossocial. Por isso tonou-se fundamental a elaboração de ações de políticas publicas voltadas para a manutenção da saúde desta população. Embora nos últimos anos tenha se adotado dentro da assistência geronto-geriatrica medidas que ampliem o acesso a saúde do idoso, estudos identificam que o número de idosos acometidos de morbidades como hipertensão, diabetes e hipercolesterolemia aumentou drasticamente, principalmente entre as mulheres isso por representar a maior parte da população que se encontra na melhor idade. Diante disso esta pesquisa tem como objetivo caracterizar a vulnerabilidade das idosas hipertensas e diabéticas que realizam o acompanhamento pelo grupão do hiperdia de uma unidade básica de saúde. Desenvolvimento: Este estudo de campo, descritivo, transversal, de cunho quantitativo, conta com a aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) para o projeto intitulado “Qualidade de vida na melhor idade: experiência na atenção primaria”, com o parecer n° 2.055.819, é o resultado parcial do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). A coleta de dados foi realizada por acadêmicos de Enfermagem nos de meses de maio e junho de 2017 na unidade de saúde do Santarenzinho, na cidade de Santarém-Pará. O público alvo foram mulheres cadastradas no programa de Hiperdia, os critérios de inclusão adotados foram as pacientes regularmente matriculadas no programa de Hiperdia, com idade igual ou maior que sessenta anos, foram excluídas as faltosas e aquelas com idade inferior ao limite estabelecido. A amostra contou com 50 idosas, que responderam o instrumento elaborado com questões fechadas e abertas, abordando variáveis: idade, escolaridade, renda, moradia e convívio social. Os dados foram obtidos após o consentimento expresso no Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE), após isso foram feitas entrevistas individuais, junto às idosas para o preenchimento do instrumento. Os dados coletados foram analisados com estatística descritiva no software Excel 2016.  Resultados: A análise de dados apontou que 86% das participantes da pesquisa são idosas jovens e intermediaria, pois, compreendem a faixa etária de 60 a 74 anos, sendo 42% estavam viúvas, 38% possuíam ensino fundamental incompleto e 54% dependem da aposentadoria, relacionado a renda mensal 64% afirmaram que varia entre 1 a 2 salário. Dentre as suas condições de moradias 94% residem com família, 48% reside em casa própria. Ao relacionar as variáveis escolaridade e renda notou-se que 48% das participantes apresentaram ter cursado até o ensino fundamental incompleto e apresentaram renda entre 1 a 2 salários mínimos. Foi observado que das mulheres que referiram serem viúvas 36% residiam com a família e 6% sozinha. Considerando os dados é perceptível que a maioria das participantes não apresentam independência em relação a família, principalmente em relação as idosas que já perderam o companheiro. Outro fator preponderante é em relação a renda mensal ponderando que a maioria das idosas relataram ser aposentadas, tendo um valor mínimo para se manter durante um mês, tendo em vista os gastos com a manutenção da casa, alimentação e medicações que não são disponibilizadas pelo posto de saúde. Conclusão: Os aspectos biopsicossociais são relevantes, pois desempenham influência direta na saúde da pessoa idosa, além de ser fundamental para um envelhecimento saudável e com boa qualidade de vida. A inserção de políticas públicas direcionada é essencial para garantir a esta idosa a melhoria da qualidade de vida, medidas simples podem estar sendo desenvolvidas dentro da própria unidade de saúde para elevar a autoestima destas idosas como a implantação de grupos de ginástica, atividades recreativas e lazer, no qual ele se sinta valorizado e tenha a oportunidade de crescer dentro do convívio social, fazendo amizade com pessoas da mesma idade. Sabe-se que para ter uma vida longa não basta apenas ter saúde, embora seja um dos pilares, é essencial que a saúde mental, as relações interpessoais, condição financeira também estejam integradas. Dentre os fatores que influenciam no comprometimento da saúde psicossocial da pessoa senil está relacionado a superproteção da família que por receio de queda ou doença em virtude da idade não deixa a idosa realizar atividades que o permitiam ter a satisfação de sentir-se útil, de ter autonomia para realizar atividades da vida diária. Neste estudo foi observado evidências de situação de vulnerabilidade social entre as idosas, pois as participantes apresentam pelo menos uma doença crônica podendo esta ser a diabetes mellitus ou hipertensão arterial, apresentarem baixa renda e viverem com a família, o que demonstra um grau de dependência desta pessoa, e isto influencia diretamente na qualidade de vida desta idosa. Diante disso torna-se fundamental não só a assistência ao idoso, mas a família também, através do direcionamento de como os familiares que convivem diariamente com esta pessoa podem estar fazendo para melhorar a condição desta idosa, através do dialogo, elevação da autoestima, confiança em deixar ela realizar as atividades que lhe proporcione prazer.  Considerando isto o enfermeiro tem um papel fundamental para identificar as situações de vulnerabilidade das idosas e elaborar meios de assistência que beneficiem o bem-estar desta pessoa e favoreça um envelhecimento saudável. Nesse contexto se fazem necessárias pesquisas voltadas para este público a fim de caracterizar as suas condições e através destas informações embasarem ações em prol destas mulheres.

 


Palavras-chave


saúde da mulher; saúde do idoso; qualidade de vida