Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Práticas de Aleitamento Materno Exclusivo em uma Unidade Básica de Saúde de João Pessoa-PB
Felipe Proenço de Oliveira, denise mota araripe pereira fernandes, Pedro Herminio Almeida de Andrade, Mayara Leite Pereira, Fernanda Lara Medeiros Jansen, Cleiton Santos Rodrigues da Silva

Última alteração: 2017-12-27

Resumo


Apresentação

A amamentação materna é fundamental devido a seus benefícios
nutricionais, emocionais, imunológicos, econômico-sociais e de aporte
para o desenvolvimento infantil, além dos benefícios à saúde materna.

Uma amamentação prazerosa, através do vínculo profundo que a mesma é
capaz de proporcionar, com o toque, a troca de olhar e o sentir
contínuo entre mãe e filho certamente fortalecem os laços afetivos
entre eles, tem-se, assim, o fruir da intimidade, do afeto e do
sentimento de segurança e de proteção, tão importantes para o
desenvolvimento da criança e para a autoconfiança e realização da
mulher. A amamentação pode ser vista como uma forma muito especial de
comunicação entre a mãe e o bebê, logo tem-se uma oportunidade da
criança aprender, desde muito cedo, a expresar-se com afeto e
confiança estreitando e fortalecendo vínculos com sua genitora.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) a definição de
Aleitamento Materno Exclusivo (AME) dá-se quando a criança recebe
somente leite materno, direto da mama ou ordenhado, ou leite humano de
outra fonte, sem outros líquidos ou sólidos, com exceção de gotas ou
xaropes contendo vitaminas, sais de reidratação oral, suplementos
minerais ou medicamentos.

A OMS recomenda aleitamento materno por dois anos ou mais, sendo
exclusivo nos primeiros seis meses. Tal recomendação é apoiada pelo
Ministério da Saúde (MS), pois não se viu vantagens em se iniciar os
alimentos complementares antes dos seis meses, podendo, inclusive,
haver prejuízos à saúde da criança.

Tem-se inúmeros elementos no leite materno que protegem os infantes
contra infecções, ocorrendo menos mortes entre as crianças
amamentadas. Estima-se que o aleitamento materno poderia evitar 13%
das mortes em crianças menores de 5 anos em todo o mundo, por causas
preveníveis (JONES, 2003).

A prevalência AME no Brasil, segundo o MS (2009) é de 41%, no conjunto
das capitais brasileiras e do Distrito Federal, o que já é
classificado como ruim segundo a organização e quando se correlaciona
com os dados na cidade de João Pessoa esse número cai para 39,1%.

Pressupõe-se que as Unidades Básicas de Saúde (UBS) talvez estejam
exercendo de maneira inadequada seu papel no tocante a proteção,
promoção e apoio a AME de acordo com o determinado pela Política
Nacional de Promoção, Proteção e Apoio ao Aleitamento Materno, logo
temos nessa lacuna uma oportunidade para desenvolver e aprimorar os
conhecimentos dessa prática.

Metodologia

O presente estudo visou abordar, por conveniência, oito gestantes,
entre 14 e 20 anos, enquanto as mesmas encontravam-se na Unidade
aguardando pela consulta de pré-natal, no que concerne a recomendações
sobre amamentação.

Aplicou-se um questionário de cinco perguntas, com opções
certo/errado, no ambiente de sala de espera da Unidade Mandacaru
Integrada de João Pessoa-PB como parte do Projeto de Intervenção (PI)
planejado e executado pelos alunos do internato do curso de Medicina
da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba contando também com a
participação do residente de medicina de família e comunidade sob
orientação do médico de família responsável pelo serviço.

Resultados

Três gestantes apresentaram desempenho ruim, três com desempenho
razoável e duas com conhecimento bom. Nenhuma conseguiu pontuação
necessária para conhecimento ótimo. O uso de uma ferramenta como um
questionário, para a população que frequenta a UBS, é útil, porém
apresenta limitações, pois o mesmo precisa ser claro e sucinto, para
que possa ser bem compreendido pelas pacientes que por vezes
apresentam níveis baixos de escolaridade, logo o entendimento no que
concerne a termos e definições pode ser prejudicado.

Outro aspecto limitante deu-se ao empregar o questionário em apenas
uma oportunidade, logo não podemos alcançar um número maior de
gestantes.

Aos internos e ao residente foi dada a oportunidade de conhecerem e
trabalharem uma lacuna social importante da equipe de saúde
contribuindo, assim, não só para a melhoria dos impactos sociais, que
a amamentação é capaz de proporcionar, como também para a realização
pessoal e formativa da transposição do saber acadêmico para a
informação tátil ao paciente.

Conclusão

A elaboração de um Núcleo de Aconselhamento ao AME na Unidade
Mandacarú Integrada de João Pessoa-PB faz-se necessário como forma de
projeto de intervenção social permanente, formando núcleos de
assistência as gestantes e nutrizes, e treinando a equipe de saúde
através da educação continuada.

O PI durante o rodízio de saúde coletiva, proposto no internato do
curso de Medicina, fortalece as propostas das Diretrizes Curriculares
Nacionais (DCN), possibilitando a construção de projetos pedagógicos
condizentes com as necessidades que da equipe de saúde em questão.
Ampliando também as competências adquiridas pelos alunos
(conhecimentos, habilidades e atitudes) que devem ser bem sedimentadas
durante os estágios de treinamento clínico sob supervisão.


Palavras-chave


amamentação; atenção primária; internato