Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
Tamanho da fonte: 
SIGNIFICADO DAS AÇÕES DO PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA PARA AS EQUIPES DE ATENÇÃO PRIMÁRIA DO SERVIÇO DE SAÚDE COMUNITÁRIA DO GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃO EM PORTO ALEGRE
Helena Weschenfelder

Última alteração: 2018-01-23

Resumo


Apresentação: O Programa Saúde na Escola (PSE) foi instituído em 2007 no âmbito dos Ministérios da Educação e da Saúde, propondo-se articular as ações do Sistema Único de Saúde (SUS) às das redes de educação pública, de forma a ampliar o alcance e o impacto de suas ações relativas aos estudantes e suas famílias. O trabalho conjunto entre os profissionais das equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) e escola pode trazer novos sentidos para a produção do cuidado em saúde, por possibilitar a construção de redes de produção de saberes entre profissionais e comunidade. Objetivo: Compreender o significado das ações do PSE para as equipes de Atenção Primária à Saúde (APS) do Serviço de Saúde Comunitária do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de pesquisa exploratória, de abordagem qualitativa, cuja produção de informações envolveu a realização de entrevistas semiestruturadas individuais com os coordenadores do PSE das 12 Unidades de Saúde do GHC, totalizando 13 entrevistados. As entrevistas foram gravadas e transcritas. O material textual produzido foi interpretado pela análise de conteúdo de Bardin. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do GHC e todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Resultados: Os coordenadores reconhecem que o trabalho de prevenção e promoção da saúde realizado no PSE é parte fundamental das ações das equipes no contexto da APS. Percebem, entretanto, que apesar da saúde e educação possuírem um diálogo importante para a construção de uma rede de cuidado intersetorial, a participação da escola no PSE ainda fica restrita ao planejamento e organização do espaço escolar, cabendo aos profissionais da ESF a execução das ações, determinando um trabalho intersetorial fragmentado. Em relação aos desafios, os coordenadores apontam que não há um trabalho adequado realizado com os dados obtidos anualmente sobre a situação da saúde dos escolares, o que gera frustrações e desvalorização do Programa pela equipe. É um contexto que favorece o trabalho em saúde focado na clínica ambulatorial. Os coordenadores reforçam a ideia de que o PSE é fundamental para instigar os profissionais a trabalharem com a promoção da saúde fora do espaço da unidade de saúde. Como potencialidades, os coordenadores relataram que percebem que os escolares identificados no exame do programa com demandas de tratamento, melhoram seu estado de saúde após o encaminhamento, determinando o importante papel do PSE na intervenção de agravos à saúde tanto na criança quanto no adolescente. Também reconhecem a relevância do vínculo proporcionado pelo Programa entre os profissionais da saúde e da escola para a realização de um trabalho oportuno, além da equipe de saúde poder ser um suporte e auxílio para a discussão de assuntos relacionados à saúde/doença. Considerações finais: Apesar dos desafios identificados pelos coordenadores na realização do PSE, o alcance proporcionado pelo Programa estimula avanços no trabalho intersetorial em equipe.