Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
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EXTRAPOLANDO OS MUROS DA UNIVESIDADE: A INSERÇÃO PRECOCE DO ACADÊMICO DE MEDICINA NA REALIDADE DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE EM UM MUNICÍPIO DO INTERIOR DO AMAZONAS
Última alteração: 2018-05-30
Resumo
Apresentação: VER-SUS (Vivência e Estágios na realidade do SUS) é um programa do Ministério da Saúde em parceria com a Rede Unida, cujo intuito é aproximar os estudantes das verdadeiras dificuldades inerentes a consolidação do SUS em território nacional. Trata-se de uma imersão temporária, porém profunda, de acadêmicos de diferentes áreas e instituições com objetivo de abrir e reformular o olhar dos futuros profissionais em relação a saúde em nosso país tendo como base a interação educação- saúde-sociedade. Relato: Durante o mês de agosto de 2016, os viventes experimentaram por sete dias uma imersão impactante na realidade local do histórico município de Borba, a famosa princesinha do Madeira, no interior do Amazonas. Para chegar ao destino final foram necessárias sete longas horas de jornada que incluíram duas viagens de lancha através do Rio Negro e dois trajetos terrestes. A intenção principal dos alunos seria conhecer e aprender sobre o funcionamento rede de atenção em saúde do município onde estavam inseridos. No campo da saúde, a compreensão do processo saúde-doença é refletida como expressão conjunta dos determinantes sociais. Dessa maneira, em mais uma edição do projeto, os alunos visitaram inúmeras Unidades Básicas de Saúde, hospitais, Vigilância sanitária e epidemiológica, escolas, igrejas entre outros, além de entrarem em contato direto com gestores, trabalhadores da saúde e usuários municipais. Durante as visitações os alunos ficavam a vontade para questionar a respeito da logística e gestão de funcionamento da saúde local, além de terem inúmeras oportunidades de participarem de projetos e ações que estavam ocorrendo naquele período. Resultados: O processo de “fazer saúde” é mais complexo do que se imagina, como já foi citado, é necessário que inúmeras esferas estejam em sintonia para gerar condições de vida de qualidade que preservem a saúde física e mental dos indivíduos. A oportunidade de experimentar de perto o funcionamento dessas inúmeras variáveis trouxe para os acadêmicos um olhar mais profundo e engajado sobre o que realmente afeta a saúde dos indivíduos. De certa forma, essa visão inspira os acadêmicos a não se conformarem com a realidade em que vivem e busquem atuar em conjunto para provocar a mudança que realmente almejam ver. Conclusão: As novas diretrizes curriculares nacionais do curso de graduação em Medicina (2014) esclarecem as reais necessidades de se formar novos profissionais da saúde com competências e habilidades que reflitam pensamentos críticos, realistas e reflexivos a cerca do meio em que estão inseridos, sendo dessa maneira capazes de realizar um atendimento que seja mais digno, humanizado e claramente compatível com a prática de seu ambiente de atuação. Porém para que este objetivo seja plenamente atingido é necessário deixar de lado momentaneamente a teoria e mergulhar de cabeça no dia-a-dia do SUS, mediante isso o período de vivência proporcionou aos estudantes crescimento acadêmico-profissional e pessoal além de preparar os mesmos para atuações que se expandem para além dos muros de nossas tradicionais Universidades. Por fim, podemos concluir que saúde e doença são produções sociais passíveis de transformação e aperfeiçoamento não apenas coletivo, porém também individual.
Palavras-chave
saúde; SUS; realidade; imersão