Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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EXTRAPOLANDO OS MUROS DA UNIVESIDADE: A INSERÇÃO PRECOCE DO ACADÊMICO DE MEDICINA NA REALIDADE DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE EM UM MUNICÍPIO DO INTERIOR DO AMAZONAS
Isabelle Louise da Cruz Lopo de Figueiredo, Júlia Cristina de Souza Alves, Gustavo Rodrigues da Silva, Rodrigo Duarte Machado, Fabiana Mânica Martins, Ana Beatriz da Cruz Lopo de Figueiredo

Última alteração: 2018-05-30

Resumo


Apresentação: VER-SUS (Vivência e Estágios na realidade do SUS) é um programa do Ministério da Saúde em parceria com a Rede Unida, cujo intuito é aproximar os estudantes das verdadeiras dificuldades inerentes a consolidação do SUS em território nacional. Trata-se de uma imersão temporária, porém profunda, de acadêmicos de diferentes áreas e instituições com objetivo de abrir e reformular o olhar dos futuros profissionais em relação a saúde em nosso país tendo como base a interação educação- saúde-sociedade. Relato: Durante o mês de agosto de 2016, os viventes experimentaram por sete dias uma imersão impactante na realidade local do histórico município de Borba, a famosa princesinha do Madeira, no interior do Amazonas. Para chegar ao destino final foram necessárias sete longas horas de jornada que incluíram duas viagens de lancha através do Rio Negro e dois trajetos terrestes. A intenção principal dos alunos seria conhecer e aprender sobre o funcionamento rede de atenção em saúde do município onde estavam inseridos. No campo da saúde, a compreensão do processo saúde-doença é refletida como expressão conjunta dos determinantes sociais. Dessa maneira, em mais uma edição do projeto, os alunos visitaram inúmeras Unidades Básicas de Saúde, hospitais, Vigilância sanitária e epidemiológica, escolas, igrejas entre outros, além de entrarem em contato direto com gestores, trabalhadores da saúde e usuários municipais. Durante as visitações os alunos ficavam a vontade para questionar a respeito da logística e gestão de funcionamento da saúde local, além de terem inúmeras oportunidades de participarem de projetos e ações que estavam ocorrendo naquele período. Resultados: O processo de “fazer saúde” é mais complexo do que se  imagina, como já foi citado, é necessário que inúmeras esferas estejam em sintonia para gerar condições de vida de qualidade que preservem a saúde física e mental dos indivíduos. A oportunidade de experimentar de perto o funcionamento dessas inúmeras variáveis trouxe para os acadêmicos um olhar mais profundo e engajado sobre o que realmente afeta a saúde dos indivíduos. De certa forma, essa visão inspira os acadêmicos a não se conformarem com a realidade em que vivem e busquem atuar em conjunto para provocar a mudança que realmente almejam ver. Conclusão: As novas diretrizes curriculares nacionais do curso de graduação em Medicina (2014) esclarecem as reais necessidades de se formar novos profissionais da saúde com competências e habilidades que reflitam pensamentos críticos, realistas e reflexivos a cerca do meio em que estão inseridos, sendo dessa maneira capazes de realizar um atendimento que seja mais digno, humanizado e claramente compatível com a prática de seu ambiente de atuação. Porém para que este objetivo seja plenamente atingido é necessário deixar de lado momentaneamente a teoria e mergulhar  de cabeça no dia-a-dia do SUS, mediante isso o período de vivência proporcionou aos estudantes crescimento acadêmico-profissional e pessoal além de preparar os mesmos para atuações que se expandem para além dos muros de nossas tradicionais Universidades. Por fim, podemos concluir que  saúde e doença são produções sociais passíveis de transformação e aperfeiçoamento não apenas coletivo, porém também individual.

 


Palavras-chave


saúde; SUS; realidade; imersão