Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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AVALIAÇÃO DO ESTRESSE OCUPACIONAL EM DOCENTES EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DA REGIÃO METROPOLITANA DE GOIÂNIA- GO
Iel Marciano de Moraes Filho, Osmar Pereira dos Santos, Bruna Luiza de Souza Araújo, Danyara Vaz Gomes, Viviane Santos Pires, Rodrigo Marques da Silva, Keila Cristina Félis, Aneci Neves Da Silva Delfino

Última alteração: 2018-05-03

Resumo


Apresentação :O pressuposto trabalho avaliou o nível de estresse em docentes da área da saúde de uma Instituição de Ensino Superior (IES) da região metropolitana de Goiânia- GO. Trata-se de uma pesquisa transversal, analítica e quantitativa, realizada entre os meses de setembro a novembro de 2017. Os dados foram coletados a partir do Questionário sociodemográfico e profissional, e através da Escala de Estresse no Trabalho (EET) após a aplicação dos instrumentos, foi confeccionado um banco de dados utilizando o software IBM SPSS Statistics 20. O estudo constatou que cerca de 48,1% dos colaboradores apresentaram nível acentuado de estresse. O estresse está relacionado à algumas profissões que apresentam riscos ocupacionais, como a docência, porém, pode se diferenciar de acordo com as características e personalidades individuais, uma vez que cada indivíduo possui maneiras diferentes para interpretar diferentes situações. Objetivo: Avaliar a intensidade do estresse ocupacional dos docentes em uma IES situada na região metropolitana de da cidade de Goiânia-GO. Desenvolvimento : O Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior, criado em 2004, no Brasil, avalia as Instituições de Ensino Superior, nas três dimensões: organização didática-pedagógica, infraestrutura, corpo docente e tutorial; Paralela a essa nova realidade de avaliação do curso superior, observam-se uma grande quantidade de profissionais docentes sobrecarregados pelas suas funções apresentando altos níveis de estresse, o que os leva a posturas rígidas, irracionais, controladoras e desumanas impedindo o aprendizado acadêmico. Quando o docente do ensino superior é da área da saúde, o problema é mais profundo, haja vista, o profissional não possuir em sua formação básica, ou seja, na graduação matérias que são voltadas para a docência, além de muitos virem de uma atividade assistencial, ou seja prática clínica, gerando estresse na transição desta para o ensino. O estresse é uma tríade dividida em três grandes estágios: alerta, resistência e exaustão que possui vários fatores engatilhadores chamados de estressores, que podem ser tanto físicos, químicos, ou ainda psicológicos.Materiais e métodos: Como Instrumentos foram utilizados: a) Questionário sociodemográfico ocupacional que avaliou as variáveis tais como: idade, sexo, cor, estado civil, escolaridade, ocupação, renda pessoal, tempo de experiência profissional, local de trabalho, nível hierárquico, dentre outros; b) Escala de Estresse no Trabalho (EET) que fora construída por meio de análise da literatura sobre os estressores organizacionais de natureza psicossocial e reações psicológicas ao estresse ocupacional. A EET é composta por 23 itens dispostos em escala tipo Likert de cinco pontos, em que: 1) discordo totalmente, 2) discordo, 3) concordo em parte, 4) concordo e 5) concordo totalmente. A partir da soma das pontuações assinaladas em cada item, obtêm-se os escores de estresse, sendo que quanto maior a pontuação maior o estresse. O mesmo fora aprovado na Comissão de ética e pesquisa da faculdade União de Goyazes com o protocolo e aprovada pelo o número 020/2017.O instrumento foi utilizado com o objetivo de quantificar a influência das variáveis situacionais e individuais, sobre as reais condições laborais visando extrair as maiores variáveis possível de fatores determinantes para o estresse na perspectiva do trabalho. Análise dos dados após a aplicação dos instrumentos, foi confeccionado um banco de dados utilizando o software IBM SPSS Statistics 20. Foi realizada uma análise descritiva das variáveis utilizando-se média, frequência e desvio padrão. Foram calculados os escores de cada questão da EET, bem como o escore de estresse global. O teste utilizado para avaliar a existência ou não de diferença estatisticamente significativa (p≤0,05) entre amostras independentes e múltiplas variáveis foi a análise de variância. Resultados: Foram entrevistados 57 docentes de uma IES da região metropolitana de Goiânia, os quais 31 (54,4%) são do sexo feminino, sendo que destes, 17 (54,8%) apresentou alto nível de estresse. E 26 (45,6%) são do sexo masculino, destes 11 (42,4%) apresentam alto nível de estresse. As mulheres estão mais susceptíveis a desenvolver o estresse ocupacional. Porém ambos apresentam níveis elevados de estresse e representam um grupo coorporativo de profissionais em processo de adoecimento. As variáveis podem ser explicadas pelo fato de que a mulher necessita se dividir entre a jornada de trabalho; à família; e outras atividades e situações domésticas. Uma das explicações plausíveis seria de que o organismo feminino possui uma liberação hormonal mais intensa do que o organismo masculino. Questionados quanto a religião, 29 (50,9%) afirmam ser católicos, dentre estes, 11 (37,9%) apresentaram alto nível de estresse, 7 (12,3%) são espíritas, onde 5 (71,4%) apresentam nível de estresse baixo. Entre os evangélicos, 3 (5,3%), 2 (66,7%) apresentam alto nível de estresse. Os agnósticos encontram-se presente em, 14 (24,6%) afirmam não terem religião, e 5 (9%) variam entre cristão, protestante, budistas e não especificaram. Avaliado o nível de estresse, dos 14 profissionais que se declararam não seguir a uma religião, 11 (78,5%) apresenta alto nível de estresse. Em relação a religiosidade, foi possível identificar um alto índice de estresse naqueles profissionais que não possuem religião, ou seja, praticam o agnosticismo Indivíduos que não possuem um contato com a religião, estão mais predispostos a situações e pensamentos negativos, enquanto, aqueles que possuem um contato maior, presenciam descobertas positiva. Os resultados também demonstraram que, estes profissionais possuem em média o tempo de trabalho na docência ou na IES variando em média 1 a 4 anos, resultando na falta de vínculo com a instituição, falta de instabilidade profissional gerando assim estresse ocupacional e sofrimento moral, o qual se manifesta diariamente com a dificuldade de executar situações moralmente adequadas. Entre os 57 entrevistados 34 (59,6%) não receberam treinamento de atuação para exercer o cargo contratado, apresentando 16 (47,1%) alto nível de estresse, e 23 (40,4%) receberam treinamento no ato da contratação, 12 (52,2%) alto nível de estresse. A falta de treinamento causa ao profissional uma instabilidade e ansiedade ocasionada pelo novo e o desconhecimento do que será enfrentado sem uma orientação e capacitação previa do ambiente corporativo. Entre os profissionais 36 (63,2%) afirmam que: a área da docência apresenta risco pessoal, os quais 18 (50%) apresentaram alto nível de estresse, porém dos 57 entrevistados, 41 (71,9%) afirmaram estar satisfeito em relação ao trabalho realizado na instituição, sendo que destes 22 (53,6%) apresentaram alto nível de estresse. Considerações finais: Após avaliação dos fatores estressores, observou-se que os docentes da IES, que colaboraram com o ensino, pesquisa e extensão estão em adoecimento neuropsicosocial, constatado em escala de Class Stress com alto nível de estresse em 28 (49,1%) dos 57 profissionais avaliados. Fora observado que o estresse ocupacional varia de acordo com cada indivíduo e sua forma de lidar e resolver impasses corriqueiros, sendo que se inclui, gênero; estado civil; provedor do lar; vínculo religioso; remuneração; escolaridade; satisfação pessoal e profissional; carga horária de trabalho; vínculo institucional e regime de trabalho, intervindo para o aumento do nível de estresse ocupacional. Desta forma os profissionais da IES precisam de um acompanhamento para lidarem com os fatores estressores, isto se dará pelo remodelamento da gestão para com os professores oferecendo lhes programa de atenção e promoção a saúde do trabalhador e ajuda para aliviar tais fatores corroborando de maneira direta para a melhoria do ensino e qualidade do egresso da IES que fora alvo do estudo.

 


Palavras-chave


Estresse. Docente. Ensino Superior