Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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O ESTADO DA ARTE DA EFETIVIDADE DAS AÇÕES DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NA IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA DE LÉSBICAS, GAYS, BISSEXUAIS, TRAVESTIS E TRANSEXUAIS
Iel Marciano de Moraes Filho, Mirlene dos Santos Querino, Sabrina dos Santos Almeida, Sara Carolina da Silva Oliveira, Rodrigo Marques da Silva, Osmar Pereira dos Santos, Ricardo Cezar Ramalho, Keila Cristina Félis

Última alteração: 2018-05-03

Resumo


Apresentação: O início da história do então chamado Movimento LGBT, foi em Nova Iorque, em 1969, foi o cenário da primeira revolta dessa classe por conta da forma como eram tratados pelas autoridades. Enquanto os movimentos políticos desejavam lutar contra a visão criminosa ou pecaminosa da homossexualidade, espalharam pelo mundo o início das Paradas do Orgulho Gay. No Brasil, a luta por direitos humanos entre os sexos diversos começou a partir de reuniões em espaços sociais, como bares e clubes nos anos 1970, em plena ditadura. Eram nesses espaços que publicações homossexuais circulavam, servindo de referências numa fase inicial da organização. Os conceitos para cada grupo que compõe este público são: Lésbica são mulheres que têm desejos e/ou práticas sexuais e relacionamentos exclusivamente com outras mulheres; Gay são homens que se identificam como homens e se relacionam sexual e afetivamente com outros homens (homossexuais);Bissexual é o termo utilizado para designar mulheres bissexuais e homens bissexuais; Mulheres bissexuais são aquelas que se identificam como mulheres e podem se relacionar sexual e afetivamente tanto com outras mulheres, quanto com homens. E homens bissexuais são aqueles que se identificam como homens e podem se relacionar sexual e afetivamente tanto com outros homens, quanto com mulheres; travesti não possui identidade sexual feminina, apesar poder desempenhar o papel sexual feminino. A travesti se sente satisfeita com seu órgão genital e não deseja muda-lo .Transexual possui identidade sexual feminina ou masculina e identidade de gênero oposta; assim na maioria das vezes, exprimirem o desejo de realizar cirurgia de resignação sexual para habituar à sua imagem, mas não necessariamente sentem atração pelo sexo oposto Assim, a forma mais comum de representação da transexualidade é a do “corpo errado” (“um homem vivendo equivocadamente num corpo feminino”, “uma mulher vivendo equivocadamente num corpo masculino”). Neste sentido, as modificações corporais tendem a operar para que a necessária harmonia entre gênero e corpo seja (re)estabelecida; Assexualidade é a falta de interesse pela prática sexual com parceiro/a. A pessoa assexual não sente atração sexual por ninguém, nem por homens, nem por mulheres, mas podem sentir atração amorosa. Esta atração amorosa pode ser pelo outro sexo, pelo mesmo sexo, por qualquer dos sexos ou independente de sexo ou gênero. Objetivos: Avaliar as ações da equipe de enfermagem na implementação da Política Nacional de Saúde Integral de LGBT. Método: Trata-se de uma revisão da literatura científica realizada em abril de 2017 na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), os Periódicos Capes e o Google Acadêmico por meio dos descritores: enfermagem, homossexualidade, política nacional de saúde integral de LGBT e Implementação de Plano de Saúde. Resultados: Após a otimização dos dados encontrados na amostra final composta de 14 estudos os mesmos foram alocados em três categorias:1 - Histórico da Política de Saúde LGBT: A Política Nacional de Saúde Integral LGBT, e representada e abrangi as três esferas de governo da sociedade civil organizada na promoção, atenção e no cuidado em saúde, priorizando a redução das dissemelhanças por orientação sexual e identidade de gênero, assim como o combate à hostilidade nas instituições e serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). É constituída por um conjunto de princípios éticos, políticos e organizativos expressos em uma marca que reconhece os efeitos desumanos dos processos de hostilidade e de exclusão sobre a saúde; 2-  Compreender a assistência de enfermagem perante a política voltadas ao LGBT: A pouca abordagem ou a não abordagem em educação sexual no método de formação do enfermeiro é confirmada pela inaptidão dos enfermeiros em relação a essa temática, salientando a necessidade desses sujeitos adquirirem fundamento suficiente acerca do processo de sexualidade, nas diferentes fases do ciclo da vida. Assim, ficou visível a necessidade de renovar o conhecimento dos profissionais de saúde em relação à população LGBT e pensando nisso, o Ministério da Saúde, UNA-SUS tem ofertado o curso Política Nacional de Saúde Integral LGBT com o intuito de contribuir com a atuação dos profissionais de saúde, para que realizem suas ações de cuidado, promoção e prevenção da população LGBT com qualidade, de forma ponderada, garantindo à população LGBT, acesso à saúde integral. O Ministério da Saúde tem tentado amplificar as intervenções de saúde voltadas para população LGBT em todos os níveis, até mesmo, na Atenção Básica, lançou em 2014 uma campanha focada na população LGBT, em parceria com as Secretarias de Direitos Humanos (SDH) e de Políticas para as Mulheres (SPM) da Presidência da República, e, conta com cartazes e materiais explicativos que visam à sensibilização sobre a saúde dos cidadãos LGBT; 3-Verificar a efetividade do trabalho da enfermagem para o público alvo: A prestação de serviço da enfermagem na  área pública  em relação ao LGBT está decadente, despreparada e disfuncional, principalmente quando se trata de homossexual masculinos o atendimento é feito com falta de preparo, sem orientações específicas e falta de funcionários capacitados para acolhimento e recepção nos serviços de atendimento à população LGBT. Há uma limitação muito grande na realização de programas e políticas LGBT; não há precisão de programas orçamentarias na realização de ações ao LGBT e também não há precisão de incentivo para execução dos planos e ações na Política Nacional de Saúde Integral LGBT. Outro fator limitante se constitui na grade curricular dos cursos de graduação em enfermagem que não comtempla disciplinas voltadas a aceitação e aos métodos de tratamento específicos ao público LGBT, bem como às doenças relacionadas aos mesmos. Assim, quando se deparam com o grupo LGBT há dificuldade em prestar assistência a essa clientela. Os enfermeiros atuam na profilaxia da pré-exposição ao HIV (PREP) que se constitui em um programa de prevenção que envolve a utilização de um medicamento antirretroviral (ARV), por pessoas que não estão infectadas com HIV, para reduzir os riscos de contagio através de relações sexuais. E na promoção da saúde do público LGBT através de orientações a saúde sexual, e fatores biopsicossociais. Conclusão: Cabe aos cursos de enfermagem remodelarem as suas grades curriculares oportunizando aos alunos capacitação para atuarem em diferentes públicos proporcionando a todos um atendimento de enfermagem holístico, efetivo, eficiente colocando o usuário como protagonista de seu atendimento independente de suas escolhas sexuais e de gênero. O estudo oportuniza aos profissionais de enfermagem e a sociedade a clarificação da falta de preparo dos mesmos para prestarem atendimento ao LGBT, o atendimento do enfermeiro deverá ser pautado em uma visão pratica, teoria para poder desenvolver o acompanhamento de qualidade ao grupo. Assim teremos profissionais capacitados para exercer a função, mais para isso precisaremos que os cursos de enfermagem proporcionem praticas empíricas vivenciadas em campos de estágios ou de programa de residências para os enfermeiros em formação e para os profissionais já atuantes a implementação de um plano assistencial de educação continuada não só para enfermeiros, mas para toda classe multiprofissional para realizar um protocolo de desempenho no atendimento humanizado e livre de preconceitos ao público LGBT.


Palavras-chave


Enfermagem, Minorias Sexuais, Revisão