Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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A CARÊNCIA E RELEVÂNCIA DA HUMANIZAÇÃO NO AMBIENTE HOSPITALAR
Mateus Araújo Silva, Natália Bernardes, Giovana Bernardes

Última alteração: 2017-12-28

Resumo


Apresentação

O presente trabalho constitui-se pela observação da necessidade de tratamento humanizado em cenários hospitalares e baseia-se em experiências que aconteceram em 2017, de abril a novembro, por meio da atuação na Liga de Humanização Sarakura no Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HCUFTM). Fundada em 2006, a Liga integra capacitação teórica e aplicação prática ao tratar sobre relevância da humanização nas áreas da saúde e utilizar técnicas lúdicas em diversos cenários, principalmente no hospitalar.

 

 

Desenvolvimento

As atividades práticas da Liga de Humanização acontecem em três momentos: preparação inicial dos recursos; visitas aos leitos de alas previamente escolhidas; e discussão ao fim da atividade realizada. O grupo possui em média 10 integrantes por prática e costuma dividir-se nas visitas a fim de que a interação com pacientes e acompanhantes seja mais próxima e eficiente. O dinamismo e a imprevisibilidade são fatores intrínsecos às atividades. No início de cada prática, não se tem conhecimento prévio sobre os pacientes, exceto quando clinicamente relevante, e seus acompanhantes. Não são conhecidos os nomes, as histórias, os sentimentos, as emoções ou sequer como interrelacionam-se no ambiente hospitalar. A partir desse não conhecimento, o grupo tenta estabelecer vínculo com os pacientes e deixá-los confortáveis, utilizando como ferramentas o diálogo e a figura do palhaço e agindo por meio da escuta ativa com empatia e sensibilidade.

 

Resultados

São habituais relatos de pacientes quanto ao desamparo emocional no ambiente hospitalar. Sob esta ótica, nota-se insensibilidade e negligência dos profissionais da saúde em fornecer apoio psicossocial a esses indivíduos. Na maioria das vezes, os enfermos encontram-se em um estado de estresse e fragilidade, com expectativas, angústias e medos devido ao processo da doença e seu tratamento, raramente compartilhados ou esclarecidos. Acompanhantes e familiares partilham da mesma condição emocional. Somado a isso, é usual que profissionais da área da saúde tenham uma abordagem distante e apática, com foco na patologia a ser tratada e invisibilização do sujeito e de todo o seu processo com a enfermidade.

Em contrapartida, com as atividades realizadas pela liga, tornam-se frequentes as respostas positivas de pacientes e acompanhantes após as visitas. Por meio do diálogo, consegue-se estabelecer tanto um entretenimento momentâneo, quanto oferecer aos indivíduos a possibilidade de compartilhar dores, angústias e sofrimentos, o que certamente contribui para a sua melhora. A humanização na saúde garante que o indivíduo seja dignamente tratado, pois considera holisticamente o conjunto de seus fatores biopsicossociais.

 

Considerações finais

É de vital importância o desenvolvimento de práticas de saúde humanizadas pelos profissionais, pois as mesmas se mostram fundamentais para um tratamento mais digno e eficiente no processo saúde/doença.


Palavras-chave


Inovações em Saúde; Humanização no cotidiano do serviço; Sujeitos e Singularidades na Construção do Cuidado em Saúde; Arte e Cultura como Trabalho Ampliado na Saúde