Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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A INFLUÊNCIA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO NA ESCOLHA DOS DISCENTES DE UMA FACULDADE NA REGIÃO METROPOLITANA DE GOIÂNIA - GO EM ESTUDAR ENFERMAGEM
Iel Marciano de Moraes Filho, Elizane Oliveira Machado Albuquerque, Raquel Ribeiro Alves da Silva, Mirian Cristina de Oliveira, Thaynnara Nascimento dos Santos, Ricardo Cezar Ramalho, Keila Cristina Félis, Aneci Neves Da Silva Delfino

Última alteração: 2018-05-03

Resumo


Apresentação: O processo de formação do enfermeiro vem passando por diversas mudanças, portanto é necessário compreender o contexto histórico brasileiro do avanço do ensino da enfermagem, que passa pela criação da primeira escola de enfermagem, em 1890, até a atualidade. As Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem (DCN-ENF), afirma a importância e o compromisso das Instituições de Ensino Superior de formar profissionais de saúde orientados para as ações de trabalho direcionadas, principalmente as carências do Sistema Único de Saúde (SUS), com o objetivo de ajustar a formação ao desprovimento de saúde da população brasileira. A partir do momento em que o ser humano pode optar pelo futuro que deseja ter, ele começa a fazer planos, mas terão várias influencias do meio social, econômico, das políticas públicas e também do meio familiar. Será enfatizado a ação do Banco Mundial sobre a educação em saúde brasileira. Este organismo surgiu em 1946 como uma instituição financeira internacional que oferece empréstimos a países em desenvolvimento. Esse investidor, em 1970, começou a fornecer financiamentos na educação brasileira que se ampliaram nos anos de 1990 devido à influência dos gestores da Secretaria de Educação, que compartilhavam ideias semelhantes aos do investidor o que favoreceram as políticas de empréstimos para o Brasil. Mostrou interesse na saúde brasileira após a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), especialmente na responsabilidade da gestão pública e dos Estados. Destacaram-se três aspectos da saúde do Brasil: saúde universal a todos, uma política pública planejada e adquirir mais capital ao setor de saúde As Políticas Públicas são consideradas todas as ações que um governo executa ou deixa de executar e acredita-se que as Políticas Públicas de Educação são todas as ações que o governo realiza ou deixa de realizar na área da educação. Portanto, a Secretária de Educação Superior criou programas para concessão de bolsas de estudos para os estudantes, sendo os principais programas Programa Universidade para Todos (PROUNI), Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), Sistema de Seleção Unificada (SISU), Programa de Acessibilidade na Educação Superior (INCLUIR), Programa Bolsa Universitária. Objetivo: do estudo é de investigar quais fatores estão relacionados coma escolha dos discentes de uma Faculdade na Região Metropolitana de Goiânia - GO  em estudar Enfermagem. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, exploratório, com abordagem qualitativa e análise de conteúdo com base na estatística simples. Os critérios de inclusão foram ser discentes da faculdade, serem matriculados, ter acima de 18 anos e assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os critérios de exclusão foram não ser discentes da faculdade, não estar matriculados no curso de enfermagem, não assinar o TCLE, ser menor de 18 anos devido à dificuldade de os pais assinarem o Termo de Assentimento Livre Esclarecido. Resultados: Dos 180 matriculados foram questionados 103 acadêmicos, o que corresponde a 57,2% dos matriculados no curso de Enfermagem do 1° ao 10° período da Faculdade União de Goyazes. A nota do ENEN influenciou para escolha do curso de Enfermagem apenas 21,3% (22 acadêmicos), este benefício do ENEN não interferiu na opção de 65% (67 acadêmicos) e 4,8% (05 acadêmicos) não responderam se o ENEN teve alguma contribuição em sua escolha. Evidencia-se na justificativa da escolha dos estudantes a dificuldade de ingressar em Medicina, um curso que exige notas altas no ENEM, o que acabou gerando a opção por outro curso da área da saúde como a Enfermagem. Ao realizar a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), o aluno tem a expectativa de decidir que graduação que sejam compatíveis com sua nota. Dessa maneira acaba gerando dificuldade na escolha da vocação profissional, já que às vezes os resultados da nota, não alcançou o curso escolhido. O aluno opta em cursar outro curso em que a nota, possa possibilitar uma bolsa de estudos, pois acaba sendo um ingresso na faculdade, é nesse momento que o estudante deixa de seu sonho de lado (VERAS; VIERIA,2017). Verificamos que a escolha profissional sofre impacto com as influências das políticas públicas, dos 103 discentes participantes da pesquisa, apenas 9,7% (10 acadêmicos) não estão satisfeitos com sua escolha. Evidenciou-se que 89,3% (92 acadêmicos) estão satisfeitos com sua escolha e 1% (01 acadêmicos) não respondeu. os discentes entrevistados 2,9% (03 acadêmicos) não escolheram a Enfermagem como primeira opção, mas optaram pela Nutrição. Entre os acadêmicos pesquisados 0,9% (01 acadêmicos) gostaria de cursar Terapia Ocupacional. O curso de Psicologia era almejado por 1,9% (02 acadêmicos). A graduação de direito era o foco de 3,8% (04 acadêmicos). O desejo por estudar Medicina era de 14,5% (15 acadêmicos) dos matriculados do curso de Enfermagem. A graduação de Fisioterapia era a primeira escolha de 3,8% (04 acadêmicos). Os acadêmicos que tinham a expectativa de cursar Radiologia eram 1,9% (2 acadêmicos). A formação em Biomedicina era almejada por 3,8% (04 acadêmicos). A escolha pela profissionalização em Educação Física era de 1,9% (02 estudantes). Os discentes que eram interessados pela área de Biologia eram 0,9% (01 acadêmicos). O curso de Odontologia era o objetivo 2,9% (03 acadêmicos) de Enfermagem. Graduar-se em Medicina Veterinária era a meta de 3,8% (04 acadêmicos). 0,9% (01 acadêmicos) almejava cursar Arquitetura. Os que se identificavam com a área de Serviço Social era 0,9% (01 acadêmicos). De todos os discentes de Enfermagem entrevistados somente 49,5% (51 acadêmicos) escolheram esta graduação como primeira opção. Estas políticas públicas educacionais oferecem aos grupos desfavorecidos o ingresso em instituição particular por meio de bolsas que auxiliam financeiramente e ajuda a reduzir a desigualdade. Considera-se que está escolha profissional está condicionado a fatores econômicos e pessoais do acesso ao ensino Superior. O mérito de se ter um diploma tornou-se mais essencial para acadêmicos do que se fazer a escolha pela carreira que se almejava. Sendo assim estes visam ser diplomados para se tornarem reconhecidos socialmente, terem uma ampla carreira e serem financeiramente estável. Conclusão: Evidenciou-se que os discentes de Enfermagem participantes do estudo foram influenciados em sua escolha profissional por diversos fatores, sendo estes o principal os Programas Educacionais das Políticas Públicas influenciaram mais da metade destes acadêmicos. A finalidade de fornecer educação superior de enfermagem por meio das Políticas Públicas Educacionais através dos organismos principalmente o Banco Mundial que exerce grande influência sob as Políticas Públicas de Educação e Saúde Brasileiras tem a concepção de oferecer educação a sociedade para que ela tenha uma formação profissional que forneça mão de obra que eleve o desenvolvimento econômico. Esta finalidade precisa ser mudada, através da oferta de programas educacionais que visem favorecer aos discentes de Enfermagem uma formação de enfermeiros que terão um pensar crítico, uma visão holística do ser humano, um olhar analítico, pensar reflexivo e várias outras competências indispensáveis. Este estudo não esgota por aqui, merecendo futuros estudos afim de verificar a quais interesses a formação de Enfermeiros atendem, ao mercado de trabalho apenas.



Palavras-chave


Enfermagem; Educação; Políticas Públicas.