Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2018-01-25
Resumo
Apresentação do trabalho: Apesar dos avanços no tratamento quimioterápico e de técnicas diagnósticas mais eficientes, a Tuberculose (TB) permanece como uma das principais causas de morbimortalidade no mundo. No cenário brasileiro, o estado do Amazonas possui o maior número de casos de TB registrados em todo o território nacional. O Tratamento Diretamente Observado (TDO) é um importante instrumento para o acompanhamento da pessoa com TB em tratamento farmacológico que permite identificar barreiras para a continuidade do tratamento, estreitar o vínculo com a pessoa adoecida e garantir a regularidade da tomada da medicação. Assim, para que o TDO seja consolidado e coopere para o alcance das ousadas metas de redução de 90% de incidência e 95% da taxa de mortalidade de TB até 2035 propostas pela estratégia End TB, torna-se importante que as equipes de saúde da família estejam envolvidas e compromissadas com a prática do TDO. Nesse sentido, este estudo tem como objetivo analisar a percepção dos profissionais de saúde sobre a sua prática no tratamento diretamente observado da tuberculose. Desenvolvimento do Trabalho: Trata-se de um estudo descritivo exploratório, corte transversal realizado com 138 profissionais de saúde da esquipe de saúde da família em cinco municípios prioritários (Itacoatiara, Manacapuru, Parintins, Tabatinga e Tefé) para o controle da Tuberculose no Amazonas. Utilizou-se 5 questões do instrumento “Avaliação da Transferência de Políticas – Inovação, Informação e Conhecimento em Tuberculose”. A coleta de dados foi realizada no período de janeiro a abril de 2016. A análise dos dados foi realizada por meio de estatística descritiva e a análise de correspondência múltipla. Resultados: Os resultados deste estudo mostram importantes diferenças no desenvolvimento da prática TDO nos municípios prioritários do estado de Amazonas. Dentre as ações realizadas na prática dos profissionais de saúde destaca-se positivamente em todos os municípios estudados, a adaptação do TDO à área de abrangência da unidade e o TDO trabalhado de forma multiprofissional. As ações que obtiveram respostas desfavoráveis foram: participação da pessoa com TB no plano de cuidado e autonomia da pessoa com TB para realizar o TDO, principalmente nos municípios de Itacoatiara, Parintins e Tefé. Esses resultados podem comprometer a prática do TDO, uma vez que a inclusão da pessoa no planejamento do seu processo de tratamento e o estímulo à sua autonomia são ações importantes de valorização do sujeito, que promovem maior incentivo para aceitação e desenvolvimento das orientações dos profissionais de saúde relacionadas ao tratamento da doença. Ainda, não promover inclusão e autonomia da pessoa com TB no seu processo de tratamento vão de encontro ao primeiro pilar da estratégia End TB, “cuidado centrado no paciente”. Considerações Finais: Frente ao exposto, verifica-se a necessidade de estimular a autonomia da pessoa adoecida e considerá-la no seu processo de tratamento, principalmente nos municípios onde essas ações são mais incipientes.