Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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CONHECIMENTO DE USUÁRIOS DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE SOBRE O ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO
YASMIN BRABO LIMA, JOANNA ANGÉLICA Oliveira, DÉBORA PIMENTEL SILVA, GABRIELA OLIVEIRA LIMA, CHRISTOPHER WALLACE NASCIMENTO, HILMA SOLANGE SOUZA

Última alteração: 2018-01-11

Resumo


Introdução: O Acidente Vascular Encefálico (AVE) é definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma síndrome clínica que consiste no desenvolvimento rápido de distúrbios clínicos focais da função cerebral que duram mais de 24 horas ou conduzem à morte sem outra causa aparente que não uma de origem vascular. É uma patologia que acomete os vasos do encéfalo, uma subdivisão do sistema nervoso central que compreende o cérebro, o cerebelo e o tronco encefálico. Para a população leiga, o termo mais utilizado é o “derrame”, que se refere apenas ao AVE hemorrágico, o que exclui cerca de 80 % dos casos de origem isquêmica. Devido à gravidade deste evento e a frequência dele na população, é preciso que a mesma saiba como prevenir e reconhecer tais situações, o que exige alguns conhecimentos como: os fatores de risco para a ocorrência da patologia, a identificação dos sinais e sintomas clínicos, suas causas e prevenção. Esses conhecimentos são essenciais, pois possibilitam a população saber como evitar a patologia, detecta-la precocemente e diminuir a probabilidade de mortalidade e sequelas. Desta maneira para diminuição dessa incidência os profissionais de saúde são os educadores primordiais na promoção de conhecimento a população sobre a patologia. Objetivos: O estudo tem como objetivo verificar o conhecimento de usuários em uma unidade básica de saúde, sobre Acidente Vascular Encefálico, referindo à importância da sociedade deter informações a respeito desta patologia, utilizando o educar em saúde como um instrumento para disseminação de tais informações. Metodologia: Trata-se de um estudo do tipo descritivo transversal de cunho qualitativo e quantitativo. Foi realizado em uma Unidade Municipal de Saúde localizada na cidade de Belém, Pará. A amostragem deste estudo foi do tipo probabilística aleatória simples em que os indivíduos de um determinado grupo têm a mesma probabilidade de serem selecionados, deste modo participaram da pesquisa pacientes aleatórios cadastrados em programas de saúde da Unidade. Foi utilizado um questionário semiestruturado, contendo sete questões baseadas nos principais conhecimentos sobre AVE. Para a investigação utilizamos o termo AVC por ser a melhor nomenclatura conhecida pela população em geral. Resultados: As informações foram armazenadas em banco de dados em planilha do Excel, analisados estatisticamente à luz dos autores e apresentadas em forma de gráficos e tabelas. Os achados convidam à reflexão sobre a importância e os alvos dos programas da educação para saúde e a qualidade da assistência ao paciente que sofreu AVE. O estudo contribuiu oferecendo informações sobre a importância da valorização imediata dos sinais e sintomas e da procura de socorro imediato e como também das ações apropriadas durante o evento em curso. Notou-se que o conhecimento sobre a patologia ainda é muito escasso, uma vez que as falas dos sujeitos apontam um baixo percentual a respeito de informações sobre o conceito ou significado desta doença; Em relação aos dados observados sobre a denominação dada ao AVE a pesquisa revelou que a nominação mais utilizada é o derrame; A pesquisa mostrou que 40% dos participantes disseram não saber quais são as formas de prevenção, por outro lado evidenciou-se que mais da metade dos sujeitos sabiam uma ou mais medidas de prevenção; Dentre os sinais e sintomas, percebemos que os usuários tem uma noção básica e geral, mesmo misturando com outros sintomas gerais, mas que demonstra que a construção desse conhecimento faz parte do universo simbólico desses sujeitos, o que implica na formação de um sentido que irá nortear as verdades construídas nos discursos desses usuários, o que ajuda a compreender de que forma os profissionais podem intervir na linguagem e na comunicação com base nessas representações, onde o profissional deve interferir conscientizando esses paciente na adoção de hábitos mais coerentes e saudáveis, melhorando diálogo na relação profissional-paciente, contribuindo, portanto, para uma intervenção mais satisfatória; Mesmo com muitos estudos apontando uma confusão no que é consequência de doença, fatores de risco e formas de prevenção, os sujeitos deste estudo responderam em sua grande maioria, de forma correta pelo menos um fator de risco. Dentre as condutas imediatas a seres adotadas, os usuários citaram algumas condutas e cuidados pontuais, como procurar ajuda profissional, acionar o serviço móvel, levar a vítima ao serviço de saúde e não mexer na vítima, o que nos remete a refletir que estes sujeitos, mesmo não tendo um grande conhecimento científico e técnico, a partir do senso comum, conseguem formular suas atitude, percepções e ações que de certa forma contribuem para que algo seja feito em uma situação de emergência. Porém não mostraram conhecimento sobre a importância da buscar por atendimento de emergência dentro de um período quatro horas a partir dos sinais e sintomas apresentados, essencial para evitar as sequelas permanentes e morte.  Os dados apresentados demonstram o quanto é importante a utilização da educação em saúde como estratégia para a prevenção do AVE. Acredita-se que a falta do conhecimento do público a respeito dos sintomas e a necessidade de um atendimento rápido é o principal fator de falha no processo e é indicado também que o acionamento do serviço de emergência é preponderante para o atendimento pré-hospitalar. Existem diversas formas de se tratar a patologia, mas a prevenção continua sendo o modo mais eficaz de diminuir o número de vítimas. Os resultados apontam ainda da necessidade da educação permanente aos profissionais de saúde no intuito de fornecer à comunidade subsídios para o reconhecimento dos sinais e o rápido acionamento do serviço de emergência. Conclusão: É necessário que programas educacionais sejam in­crementadas e passem a fazer parte de medidas educacionais voltadas à população. Campanhas focadas nos sinais e sinto­mas e, principalmente, nas condutas frente ao AVE são funda­mentais para a sua prevenção e tratamento. A utilização maciça da mídia em programas educacionais e trabalhos com grupos comunitários são alternativas promissoras para uma boa abran­gência das campanhas. Estas devem ser efetivas e constituídas de informações simples, diretas e objetivas com a finalidade de obter melhor entendimento e memorização. É nítida também a necessidade da educação permanente de profissionais da saúde para que os mesmos possam orientar como reconhecer os sinais e sintomas dessa patologia para a comunidade em geral, mas para isso é fundamental que se conheça esta população alvo de assistência, para que se possa levar em consideração suas especificidades e limitações nas estratégias de prevenção.


Palavras-chave


Atenção Primária à Saúde; Acidente Vascular Cerebral; Conhecimento.