Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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PROBLEMATIZAR PARA EDUCAR: 25 ANOS DO PROJETO ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Natalia Silva Braz, Stéfanie Cristina Pires Amancio, Stephanie Schultz Valadão, Beatriz Preto Almirall Seliger, Eliana Goldfarb Cyrino

Última alteração: 2017-12-27

Resumo


Apresentação: O Projeto de Alfabetização de Jovens e Adultos surgiu, em 1993, a partir da necessidade de letramento apresentada por moradores de região periférica de Botucatu, São Paulo e o interesse de estudantes da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB/UNESP) por realizar uma a atividade comunitária, aproximando o conhecimento popular do conhecimento científico com práticas que valorizam o vínculo com a população usuária do SUS. A partir de práticas pedagógicas que valorizam a subjetividade e a maior autonomia do sujeito, buscou-se ampliar as dimensões coletivas da educação na formação da comunidade e de futuros profissionais da saúde. Desenvolvimento: Tendo como base teórica os preceitos do educador Paulo Freire, a partir da contextualização do aluno, de suas necessidades e conceitos já adquiridos busca-se abordagem educacional o projeto tomou forma tendo como professores  estudantes da FMB. Anualmente renovam-se alunos e professores, embora haja a permanência de alguns por mais de um ano. A participação contínua e renovada de estudantes da FMB e de outros cursos de graduação da UNESP faz com que haja inovações nas práticas educativas e nas temáticas de intersecção entre Educação e Saúde, valorizando o processo de construção do conhecimento pelo coletivo do grupo, apoiando-se em uma concepção ética de respeito ao outro e na humanização do cuidado. O conteúdo das aulas tem sua abordagem extraída do cotidiano dos educandos e sempre explorando duas esferas: o aprendizado da linguagem oral e escrita e a construção do pensamento crítico. Dessa forma, o alfabetizando é produtor do conhecimento, o que permite o aprendizado tanto de alunos como do professor, com o aperfeiçoamento do senso crítico e da sua própria posição do sujeito na sociedade. Impactos e considerações finais: O projeto permite aos estudantes que ao atuarem como professores reflitam sobre obstáculos muitas vezes ignorados concernentes à prevenção, promoção e educação em saúde e principalmente a comunicação na saúde. Os alfabetizandos adquirem autonomia e confiança em si próprios, o que é fundamental para o exercício da saúde e cidadania. Além disso, a perspectiva de um constante  número de alunos e professores participantes e a percepção da aprendizagem presente mostram que a abordagem tem sido significativa, melhorando a qualidade de vida e a auto estima daqueles que por muito tempo tiveram seus direitos ignorados, mostrando que não importa a idade ou condição social, todos temos dialogicamente capacidade de aprender e de ensinar.


Palavras-chave


Alfabetização; Educação em saúde; Humanização