Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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ARTRITE SÉPTICA EM UM ADOLESCENTE INDÍGENA INTERNADO NO HOSPITAL PÚBLICO MUNICIPAL DE SANTARÉM/PARÁ - RELATO DE CASO
Marlyara Vanessa Sampaio Marinho, Renê Silva Pimentel

Última alteração: 2017-12-26

Resumo


Apresentação: O povo indígena Munduruku se situa em determinadas regiões e territórios nos estados do Pará, Amazonas e Mato Grosso. No estado do Pará, eles se localizam no sudoeste, calha e afluentes do rio Tapajós, mais precisamente nos municípios de Santarém, Jacareacanga e Itaituba. Os Munduruku não são considerados índios isolados, porém, ainda residem em regiões de floresta, próximo aos rios. É corriqueiro para esse povo estar em contato direto com a natureza, principalmente crianças e adolescentes. Atividades de caça, como a pesca, é algo que é repassado de indígena para indígena desde criança para que este aprenda. O contato com a natureza, bem como com a família, parentes e atividades do povo, é primordial e substancial visto por eles. O processo saúde-doença-cura para os povos indígenas é diferente da concepção para os não-indígenas. Com isso, têm-se que a artrite séptica acomete principalmente articulação dos joelhos e quadril, sendo mais prevalente em homens, atingindo em extremos da idade. Além de ser uma infecção que causa muita dor, visto que um patógeno como vírus, bactéria ou fungo parasitou aquela articulação, essa patologia pode progredir para a degeneração e agravos inflexíveis na articulação. Desenvolvimento: Trata – se de um estudo descritivo do tipo relato de caso, ocorrido durante aula prática de Clínica Cirúrgica, no período de 10 a 25 de outubro de 2017, em um hospital municipal localizado em Santarém-Pará. A partir da identificação estrutural, material e funcionamento do hospital, foi evidenciado e selecionado um caso clínico. Resultados e/ou discussão: No dia 23/08/2017, cliente do sexo masculino, J.W.S.M., 14 anos, deu entrada no hospital na emergência com dor no quadril, já apresentava há 03 dias, após trauma na poção direita ocasionado por uma voadeira enquanto pescava. Sentia dor funcional, ficou internado e foi operado dois dias depois de dar entrada, com diagnóstico de artrite séptica de quadril direito. Recebeu alta no dia 29/08/2017. No dia 11/09/2017 o cliente indígena retornou ao setor de emergência do hospital com queixa principal: dor no quadril. Alegava que sentia dor intensa. O mesmo foi encaminhado para o infectologista, havendo dificuldade de deambular. Ao exame físico da admissão: apresentava sinais vitais normais dentro dos parâmetros, consciente, orientado no tempo e espaço. Glasgow 15. Escala de dor 8. Sem edema, dor com limitação de movimento de quadril. Alteração de sensibilidade em coxa. Considerações Finais: O paciente apresentou melhora após o procedimento de tração. Tanto os pais quanto o cliente se mostraram colaborativos, porém, por culturalmente serem mais reservados, o diálogo foi algo construído com o tempo. Sendo esta, uma vivência positiva, desafiadora e distinta para a discente, a nível acadêmico e profissional. Percebeu-se que a preocupação dos progenitores em relação a cultura do adolescente e de seu povo, era muito presente. Concomitante a isso, ainda se faz necessária a sensibilidade e conhecimento de alguns profissionais da saúde direcionado aos indígenas, em relação a cultura, a saúde, a doença, a cura e aos direitos desses povos.


Palavras-chave


Saúde Indígena; Trabalho; Clínica Cirúrgica