Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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BARREIRAS ENFRENTADAS POR UMA COMUNIDADE INDÍGENA DO EXTREMO ORIENTE DA AMAZÔNIA NO ACESSO À SAÚDE INTEGRAL E CULTURALMENTE EMBASADA
SANDE DE ALMEIDA MOREIRA, ERIKI HIROYUKI CUNHA MIYAZAKI, TÁSSIO RICARDO MARTINS DA COSTA, HENRIQUE CALIXTO SANTOS DA SILVA, JOBSON DA MOTA FONSECA, WILLIAM DIAS BORGES

Última alteração: 2018-01-02

Resumo


Apresentação: No Brasil, historicamente existem indiferenças, discriminação e desrespeito às idiossincrasias culturais dos povos indígenas. Além disso, é notável o descaso à saúde e políticas desses povos, consequentemente os índios vêm sendo expropriados e exterminados revelando, assim, a triste realidade da atenção à saúde indígena no Brasil. Contudo, a Teoria da Enfermagem Transcultural aponta novos rumos para o cuidado e atenção em saúde de povos específicos e com diferentes crenças e culturas. Objetivo: Esse estudo objetiva-se refletir sobre atenção à saúde indígena e as barreiras enfrentadas por uma comunidade indígena do extremo oriente da Amazônia no acesso à saúde integral e culturalmente embasada. Método: Trata-se de um relato de experiência pontual que se propõe a descrever um tema ainda pouco explorado no meio acadêmico, partindo da descrição da realidade vivenciada e do aporte teórico. Esse estudo foi realizado a partir de levantamentos bibliográficos, palestras de membros de uma comunidade indígena do extremo oriente da Amazônia e as experiências de professores e monitor a respeito das barreiras para o acesso à saúde integral e a teoria da Enfermagem Transcultural de Leininger que expressa a diversidade e universalidade do cuidado cultural dos povos indígenas. Resultados: Entre as barreiras relatadas sobre o acesso a saúde destacam-se: A localização  dessa comunidade, a qual está concentrada em pequenas e afastadas regiões no extremo oriente da Amazônia, o que contribui para as dificuldades no acesso aos programas assistenciais e sociais na perspectiva da integralidade; A rotina de trabalho esporádica dos profissionais nas aldeias, em especial do médico, pois apenas a equipe de enfermagem permanece nesses locais por um período de tempo maior; O conflito ambiental, como a exploração ilegal de madeira no território indígena, pois existe uma suposta associação parental de integrantes da equipe de saúde com madeireiros e consequentemente conflitos e desconfiança dos indígenas para com parte da equipe ao ponto de serem suspensos alguns serviços do Posto de Saúde nas aldeias; As crenças, cultura, rituais e métodos próprios de lidar com o processo saúde-doença da comunidade; A carência estrutural das Redes de Atenção à Saúde no âmbito da Média e Alta complexidade para a continuidade do acesso à saúde e A dificuldade na seleção de profissionais para trabalharem na comunidade. Considerações Finais: O desrespeito cultural e social, além da falta de boas estratégias fortalecem as barreiras entre os povos indígenas e a saúde com qualidade. Traçar estratégias entre governo-profissionais-comunidade é imprescindível para resolver problemas e superar barreiras.

Palavras-chave


Saúde de Populações Indígenas; Enfermagem Transcultural; Saúde Coletiva. Política de Saúde.