Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES COM HIPERTENSÃO E/OU DIABETES DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DA FAMÍLIA DA CIDADE DE MANAUS
Naiara Ramos de Albuquerque, Alexandre Tadashi Inomata Bruce, Aryanne Lira dos Santos, Gabriella Martins Soares, Sara Regina Aloise, Thaís Moreira Gomes, Esron Soares Carvalho Rocha, Filipe do Vale Monteiro

Última alteração: 2018-01-25

Resumo


INTRODUÇÃO: A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e Diabetes mellitus (DM) constituem os principais fatores de riscos para doenças vasculares crônicas sendo as maiores causas de óbitos no Brasil, com isso é importante investigar as causas para sua prevalência verificando a correlação dos dados antropométricos concomitante ao estilo de vida e realizar o acompanhamento na unidade básica de saúde (UBS) dos pacientes que fazem o tratamento dessas doenças para proporcionar uma melhor qualidade de vida. Estudos epidemiológicos sobre a hipertensão arterial e diabetes são fundamentais para conhecer a distribuição da exposição, do adoecimento e as condições que influenciam a dinâmica de risco e controle na comunidade que podem ser desenvolvidas nas Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF). OBJETIVO: Descrever o perfil epidemiológico dos usuários do HIPERDIA que fazem acompanhamento na UBSF da zona Norte da cidade de Manaus. METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa quantitativa do tipo exploratório-descritivo, utilizando-se o estudo retrospectivo, para busca de informação em prontuários dos pacientes cadastrados no programa de Hipertensão e Diabetes (HIPERDIA) da Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA). A pesquisa foi realizada na Unidade Básica de Saúde da Família N-23(UBSF-N23), localizada na zona Norte da cidade de Manaus, no bairro Terra Nova II. Foram incluídos os pacientes hipertensos e diabéticos com mais de 18 anos, com a última consulta realizada entre julho de 2016 a julho de 2017, totalizando um ano. Foram excluídos do estudo os pacientes que estava a mais de um ano sem ter o acompanhamento da UBSF N-23, microáreas que os Agentes de saúde estavam de férias ou afastados do serviço.  Foram investigados 136 prontuários de 5 microáreas. Desses prontuários somente 69 estavam dentro dos critérios de inclusão. Os dados foram coletados por meio dos prontuários disponíveis na unidade de saúde. Foram colhidas informações sobre as características sócio demográficas, dados clínicos, farmacológicos e referência sobre a última consulta do conjunto de pacientes com as doenças crônicas, visando efetuar um reconhecimento das variáveis (idade, sexo e ocupação) e clínicas (como peso, altura, IMC, fatores de risco, comorbidades associadas, medicamentos utilizados, o valor da ultima medição da Pressão arterial na unidade etc), data da última consulta e condições clínicas associadas. Para análise dos dados foi utilizado o Programa Microsoft Office EXCEL®. Os dados foram tabulados e consolidados utilizando as técnicas de estatísticas descritivas, e organizados e apresentados em forma de tabelas e gráficos. RESULTADOS: Dos 69 prontuários analisado neste estudo, 43 (62%) eram do sexo feminino e 26 (38%) do sexo masculino. A faixa etária predominante foi de 45 a 65 anos, com média de 63,46. Estudos apontam que o aumento da população feminina com doenças HAS e DM têm ocorrido pelo fato das mulheres procurarem mais o atendimento de saúde do que os homens. A doença mais prevalente no sexo feminino foi a HAS com 23 (33%) casos e os homens com 17 (25%). Já os acometidos por HAS/DM foram 12 (17%) do sexo feminino e 7 (10%) do sexo masculino. A ocupação predominante do grupo estudado foi 13% do lar, 4% desempregados, 17% aposentados e 23% dos prontuários não possuíam a informação da ocupação dos usuários. Observou-se que a ocupação está associada a vínculo empregatício informal e a renda familiar baseada nas aposentadorias. Em relação à data da última consulta na unidade, é elevado o número de pacientes cuja última consulta ocorreu há mais de doze meses. Isso implica em ausência de informações clínicas atualizadas sobre as condições de saúde, o que compromete o acompanhamento destes clientes quanto ao risco de complicações bem como a adesão completa à terapia proposta. A data da última consulta foi relevante para avaliar o acompanhamento clínico dos pacientes. O maior quantitativo das consultas registradas no prontuário destes pacientes foi do profissional médico e ACS nas visitas domiciliarias. Os usuários procuram a unidade para a renovação de receita, dispensa de medicamento e procura de exames com especialistas. Analisamos que em media são realizadas 60 consultas com o médico para atender as necessidades dos pacientes e a enfermagem com cerca de 5 consultas em um ano na unidade estudada.  Desta forma, acarretando para a fragilidade do papel da enfermagem dentro do HIPERDIA. Foi verificado maior prescrição de medicamentos cardiovasculares, comparado a medicamentos Antidiabéticos devido à alta prevalecia de HAS na área adstrita da UBSF. A terapêutica medicamentosa, para o tratamento da HAS, mais utilizada foi o beta bloqueador Atenolol com cerca de  14 (15%) usuários utilizando. Segundo mais usado foi os antagonistas do receptor de angiotensina II losartana (9%), enalapril (5%) e ácido acetilsalicílico (AAS) com 6% sendo usado pelos pacientes. Os antidiabéticos orais glibenclamida (12%) e metformina (6%) foram os mais prescritos. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Após o diagnóstico da doença crônica, é indispen­sável à adesão ao tratamento medicamentoso, pois o não seguimento do plano terapêutico poderá repercutir de forma nega­tiva sobre a saúde das pessoas acometidas por essas enfermidades, impossibilitando a resolubilidade do tratamento. Porém, fatores externos a não adesão ao tratamento é considerada um fe­nômeno complexo e multifatorial, estando relacionados ao paciente, ao sistema e equipe de saúde, à doença, ao tratamento, ao uso de medicamentos, a problemas sociais e a fatores socioeconômicos. É importante que a equipe de saúde desenvolva ações de promoção, prevenção e tratamento das doenças crônicas, pois estes consistem em meios eficazes para a redução do impacto financeiro, social, familiar e individual sobre a mortalidade e a morbidade desses pacientes. As intervenções da equipe de saúde devem priorizar o diagnóstico precoce, o acompanhamento e a adesão dos pacientes ao tratamento, para diminuir as complicações vasculares, o pé diabético, as amputações e a morte entre outras doenças associadas. Cabe a Enfermagem contribuir para redução de complicações relacionadas a essas patologias crônicas e doenças associadas, por meio do estabelecimento dos diagnósticos de enfermagem, plano de cuidados com a utilização das Intervenções recomendadas, estabelecimento dos resultados para realização de um atendimento holístico, eficaz e ético. Principalmente a enfermagem que tem atuação no HIPERDIA com maior relevância por sua visão e prática não farmacológica e medicamentosa, além de sua participação em praticamente todos os momentos do contato com a unidade e desta forma, mudar o cenário desta UBSF em relação ao abandono do acompanhamento e até do tratamento.


Palavras-chave


Saúde Pública; Atenção Primária à Saúde; Enfermagem