Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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DEMARCANDO O TERRITÓRIO COBERTO POR UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DO INTERIOR DO AMAZONAS
Firmina Hermelinda Saldanha Albuquerque, Karla Maria Carneiro Rolim, Maria Solange Nogueira dos Santos, Mirna Albuquerque Frota, Herika Paiva Pontes, Patrícia dos Santos Guimarães, Hyana Kamila Ferreira de Oliveira, Brenner Kássio Ferreira de Oliveira

Última alteração: 2018-01-06

Resumo


Apresentação: O Sistema Único de Saúde (SUS), que foi instituído pela Constituição Federal de 1988, tendo como princípios fundamentais, universalidade, igualdade, descentralização, o atendimento integral ao usuário, além de sua participação na gestão, fiscalizando e acompanhando as ações e serviços de saúde. Os sistemas de saúde como um todo devem se organizar sobre uma base territorial central para atender as demandas daquela população assistida, onde a distribuição dos serviços segue uma lógica de delimitação de áreas de abrangência de acordo com a cobertura demarcada. O território em saúde não é apenas um espaço delimitado geograficamente, mas sim um espaço onde as pessoas vivem, estabelecem suas relações sociais, trabalham e cultivam suas crenças e cultura. A territorialização possibilita a proximidade dos usuários aos serviços oferecidos e a facilidade do acesso ao sistema, em função da cobertura do Agente Comunitário de Saúde (ACS). Estes são fundamentais nos serviços de saúde, pois estão em contato direto com os usuários dos serviços de saúde e veem de perto a realidade da população. A análise das diversas situações de saúde tem uma lógica territorial muito relacionada ao espaço devido as suas distribuições populacionais, com diversas similaridades culturais e socioeconômicas com suas respectivas peculiaridades, sendo dever do Estado organizar e implementar ações nessa base territorial e, a não implementação dessas ações gera conflitos, por não haver compromisso com o usuário, gerando problemas também na gestão de setores como da saúde. O reconhecimento e conhecimento do território abrangido pela Unidade Básica de Saúde (UBS) é o passo primordial para a caracterização dos problemas de saúde da população residente naquele local, bem como para avaliação do impacto dos serviços sobre os níveis de saúde da mesma. Sendo caracterizada por uma população específica, vivendo em tempo e espaço singulares, com problemas e necessidades de saúde determinados pelas suas necessidades de atenção básica de saúde, os quais para sua resolução devem ser compreendidos e visualizados especialmente por profissionais e gestores das distintas unidades prestadoras de serviços de saúde, visando suprir os problemas básicos de saúde a fim de melhorar o acesso dessa população aos serviços de saúde. Esse território apresenta, portanto, muito mais que uma extensão geométrica, também um perfil demográfico, epidemiológico, administrativo, tecnológico, político, social e cultural que o caracteriza e se expressa num território em permanente construção. A territorialização torna-se desse modo, a base fundamental do trabalho das Equipes de Saúde da Família (ESF) para a prática da Vigilância em Saúde naquela região. Isso permite eleger prioridades para o enfrentamento dos problemas identificados nos territórios de atuação, o que refletirá na definição de medidas mais adequadas de acordo com os problemas encontrados, contribuindo para o planejamento e programação local de ações voltadas para aqueles usuários dos serviços. Para tal, é necessário o reconhecimento e mapeamento do território: segundo a lógica das relações e entre condições de vida, saúde e acesso às ações e serviços de saúde. Isso implica um processo de coleta e sistematização de dados demográficos, socioeconômicos, político-culturais, epidemiológicos e sanitários que, posteriormente, devem ser interpretados e atualizados periodicamente pela equipe de saúde. A Estratégia de Saúde da Família (ESF): tem como objetivo: área delimitada, população adscrita, ações de: promoção, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos mais frequentes. A atenção básica é desenvolvida por meio do exercício de práticas de cuidado e gestão, democráticas e participativas, de acordo com as necessidades locais, sob forma de trabalho em equipe, pelas quais assume a responsabilidade sanitária, considerando a dinamicidade existente no território em que vivem essas populações, procurando identificar as necessidades de saúde e ações para os problemas ali encontrados. A estratégia de saúde pressupõe o princípio da Vigilância à Saúde, a interdisciplinaridade e multidisciplinaridade e a integralidade do cuidado sobre a população que reside na área de abrangência de suas unidades de saúde. Uma das atribuições dos profissionais de saúde é “participar do processo de territorialização e mapeamento da área de atuação da equipe, identificando grupos, famílias e indivíduos expostos a riscos e vulnerabilidades”. A territorialização é um pressuposto básico do trabalho da unidade de saúde, precisamos, portanto, cuidar do território, da saúde do município, além da saúde das pessoas que residem no local e, para que isso aconteça, exige-se que as pessoas participem da definição dos problemas prioritários e de sua solução, incluindo também o reconhecimento das suas potencialidades. A territorialização possibilita, portanto, um melhor acesso dos usuários ao serviço de saúde e a facilidade do acesso ao sistema, em função da cobertura do ACS. Cada território possui peculiaridades em respeito a seus usuários e equipes, à sua capacidade de estrutura física e recursos financeiros, organização social, conflitos e contradições inerentes ao local em que se encontra inserido. Assim, as estratégias para a melhora dos sistemas de saúde terão que se adequar, necessariamente, a essas diferenças regionais, pois não existe um padrão único e imutável de gestão, por isso as gestões principalmente as de saúde sejam flexíveis a mudanças continuas, segundo as necessidades das populações. Justifica-se este trabalho pelo fato do não conhecimento preciso da área de abrangência coberta pela UBS Luís Carlos do Herval, localização das residências e seus respectivos endereços, para fins posteriores a elaboração de estratégias voltadas para aquela região. O objetivo deste trabalho é o remapeamento territorial da área de abrangência coberta pela unidade básica de saúde Luís Carlos do Herval no município de Coari. Desenvolvimento: Esse trabalho de remapeamento foi realizado na UBS Luís Carlos do Herval situada em Coari no Estado de Amazonas. Este trabalho fez parte do cronograma de estágio da disciplina Enfermagem em Saúde Coletiva fazendo parte da grade curricular do curso Bacharelado em Enfermagem da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Realizado no período de fevereiro a maio de 2016, onde foram desenvolvidas uma série de atividades, e o remapeamento da área de abrangência e sua divisão por micro-áreas da UBS foi uma delas, onde o grupo de acadêmicos que compunham a equipe de estágio ficou responsáveis pela sua realização. O presente trabalho desenvolveu-se de modo manual, realizando-se visitas observacionais nas dependências das micro-áreas, anotando a numeração dos imóveis, identificando o tipo de estabelecimento juntamente com sua funcionalidade. Resultados: Com a reunião das informações coletadas, foi possível criar um mapa situacional ao qual possibilita uma visão geral de toda a área de abrangência da UBS. Através desse remapeamento foi possível criar um mapa situacional, possibilitando ter uma visão ampla de toda área coberta pela UBS. Foi possível fazer acontecer uma integração entre as micro-áreas, facilitando a identificação direto no mapa identificando e marcando as áreas com possíveis fatores e os fatores de riscos em si, propiciando a criação de ações voltadas para o combate aos mesmos. Possibilitando, também de maneira mais eficaz e rápida a identificação de áreas de riscos para a saúde. Apesar de outras equipes de estágio já terem passado por essa mesma UBS, as mesmas não tiveram essa ideia da criação desse instrumento muito útil na área de saúde. Conclusão: Portanto as relações entre mapeamento e saúde andam lado a lado, pois ambas se completam, através da visão que o mapa nos fornece temos a base de como agir em determinadas situações fazendo interligações entre surgimentos de agravos em determinadas localidades verificando de ambas tem ligações entre si, ou são casos isolados.


Palavras-chave


Território; Mapeamento; Atenção Primária.