Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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ATIVIDADE EDUCATIVA SOBRE SEXUALIDADE NA ADOLESCÊNCIA: o uso de tecnologias educativas para facilitar o processo de ensino-aprendizado
Roberta Brelaz do Carmo, Akyson Zidane Merca Silva, Camila Menezes da Silva, Elizângela Fonseca de Mendonça, Gabriela Farias de Lima, Joyce Gama Souza, Joyce Petrina Moura Santos, Nathalia Souza Marques

Última alteração: 2018-01-24

Resumo


Apresentação: A caracterização da população adolescente está vinculada à faixa etária, sendo identificado como adolescente aquele entre 10 a 19 anos de idade, mas pode variar conforme o autor levado em consideração. A visibilidade dada a esta parte da população se deu devido aos problemas sociais enfrentados pelos mesmos no seu processo de construção, pois por se tratar de uma transição da infância para a vida adulta com alteração a nível biológico e psicológico, detecta-se um número exacerbado de comportamentos considerados de risco, havendo a necessidade de uma maior atenção a tais indivíduos mediante o fomento de políticas públicas no âmbito da saúde, as quais devem ser vinculadas a práticas transformadoras de educação. Alterações como crescimento de mamas e menarca nas meninas, polução noturna e semenarca nos meninos e pubarca vão aparecer juntamente com mudanças repentinas de humor, constantes questionamentos sobre a vida, necessidade de viver intensamente, asserção da identidade pessoal enquanto indivíduo e grupo, além de afirmação e iniciação da vida sexual, tendo o tema acerca da sexualidade ganhado destaque nesse contexto devido o alto índice de gravidez na adolescência e Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’S), gerando problemáticas sociais que repercutem na vida dos jovens. Diante deste contexto, objetiva-se realizar uma atividade educativa sobre sexualidade na adolescência por intermédio de uma tecnologia educativa em saúde, pois entendemos que a educação em saúde pautada na tríade promoção-diálogo-transformação, tendo o enfermeiro como peça-chave nesta condução, pois seu processo de trabalho é o cuidado, e associada ao uso de tecnologias educativas para facilitar a compreensão e apropriação dos conhecimentos pela população é crucial para mudar a realidade vigente. Pesando nisso, a tecnologia educativa criada tem caráter visual e informativo para a promoção de educação em saúde. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um relato de experiência realizado com adolescentes entre 11 a 13 anos em uma escola de ensino básico localizada na periferia de Belém-PA, como parte da atividade curricular Atenção Integral à Saúde do Adolescente do curso de Enfermagem, a qual tem como pilar de sustentação as incumbências da atenção primária à saúde quanto às modificações ocorridas durante a fase infanto-juvenil. O planejamento educativo precede qualquer atividade de educação em saúde, sendo fundamental para um bom desenvolvimento do mesmo, e por não ter havido participação do público alvo durante a idealização do processo educativo em saúde em questão, considera-se que este foi realizado mediante um planejamento centralizado, sendo a atividade conduzida com auxílio de uma tecnologia educativa em saúde para facilitar o processo de ensino-aprendizado sem desconsiderar o saber prévio dos indivíduos. A tecnologia em questão trata-se de dois bonecos de papel em tamanho real, um de cada sexo, os quais podem ser submetidos a duas classificações, a saber: são classificados como tecnologia educativa do tipo visual, expositiva e dialogal; além de serem julgados como uma tecnologia em saúde do tipo leve-dura, por ter o processo de trabalho voltado para um saber específico, sendo considerada como a tecnologia-saber. A explicação acerca da sexualidade teve início com as mudanças sofridas, cronologicamente, em meninos e meninas na puberdade, e no decorrer do processo de ensino adicionava-se itens, como peças de um quebra-cabeça, ou se desenhava nos bonecos, ou seja, concomitantemente com a explicação os bonecos atingiam corpos de adultos mediante: seios maiores e menstruação nas meninas; genitália maior e polução noturna para os meninos; aparecimento de pelos pubianos e axilares; além da aparição de pelos faciais e torácicos nos homens; entre outros. A explanação dialógica não aconteceu apenas acerca das alterações a nível biológico, mas em associação com mudanças de cunho psicossociais, com ênfase no aumento do desejo sexual e os riscos que o sexo desprotegido pode acarretar, tais como gravidez indesejada e IST’s. Neste contexto, os presentes foram questionados sobre como se dá o processo de gestação e se eles tinham conhecimento sobre as suas formas de prevenção. Ademais, iniciou-se um debate sobre os riscos à saúde que o sexo desprotegido pode acarretar, tais como as IST’s, as quais foram brevemente explicadas após ouvir o conhecimento dos adolescentes sobre este assunto. As vias de infecção dessas doenças foram exemplificadas na tecnologia educativa em saúde mediante a inserção de bactérias e vírus colados nas principais portas de entrada e algumas manifestações clínicas importantes, tais como: verrugas ou outras lesões na região íntima, secreção com odor e prurido e outras. Após isso, solicitou-se que a turma se dividisse em dois times, cada qual com um nome escolhidos pelos integrantes, para uma disputa de perguntas e respostas que objetivava perceber o nível de aprendizado e a fixação e compreensão dos mesmos após a atividade educativa. Dessa forma, eles optaram pela criação de um time de meninos e outro de meninas, e para incentivar a participação foi informado que o time vencedor ganharia um prêmio. O jogo era conduzido mediante perguntas que estavam dentro de balões, onde um representante de cada grupo deveria escolher o balão, estourá-lo e responder a pergunta contida nele juntamente com os outros integrantes em um tempo hábil de 1 minuto. Caso o grupo não conseguisse responder dentro do tempo ou errasse a resposta o grupo adversário tinha o direito de resposta, podendo ganhar o ponto caso acertasse. No total, havia seis perguntas e todas foram comentadas pelos condutores da ação ao final de cada ciclo. Resultados e/ou impactos: A atividade contou com cerca de 20 alunos matriculados no 6º ano do ensino fundamental, sendo a maioria do sexo feminino. A abordagem problematizadora sobre a sexualidade se faz de extrema pertinência diante das estatísticas com elevado índice de gravidez na adolescência e aumento de IST’s nessa população e para a realização desta ação o conhecimento prévio dos alunos foi crucial para a condução das temáticas. Estabelecer o diálogo e valorizar o conhecimento prévio dos indivíduos é fundamental para o sucesso de atividades educativas de cunho transformador e diante disto o uso de uma tecnologia educativa em saúde contribuiu para o processo de ensino-aprendizado, expressando resultados satisfatórios, que foram observados durante a explicação e durante o jogo de perguntas e respostas, sendo o grupo feminino o vencedor com dois pontos de diferença e todas as participantes ganharam um kit de doces. Considerações finais: A adolescência é uma fase da vida cercada de questionamentos sobre diversos assuntos e diante do conceito ampliado de saúde infere-se que a equipe multiprofissional tem grande responsabilidade quanto ao empoderamento dessa população, especialmente os profissionais de enfermagem, por terem em seu processo de trabalho a educação individual e coletiva, sendo fundamental que estes se apoderem de métodos que facilitem o processo de aprendizado de forma que a educação em saúde seja voltada para as necessidades dos indivíduos, acarretando em uma maior autonomia nos seus cuidados de saúde.

Palavras-chave


Sexualidade; Educação em Saúde; Enfermagem